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Holocausto e silêncio em (dis)curso
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Palavras-chave

Silêncio
Discurso
Holocausto
Lugares
História

Como Citar

VENTURINI, Maria Cleci. Holocausto e silêncio em (dis)curso. Línguas e Instrumentos Linguísticos, Campinas, SP, v. 25, n. esp, p. 201–213, 2022. DOI: 10.20396/lil.v25iesp.8671211. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/lil/article/view/8671211. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O Holocausto em (dis)curso engendra movimentos de sentidos pelo silêncio em sua relação com a incompletude da linguagem. A história e a memória do Holocausto não prescindem das palavras, as quais “são atravessadas de silêncio; elas produzem silêncio; o silêncio fala por elas; elas silenciam” (ORLANDI, 2002, p. 14). Assim, dizer Holocausto ou Shoah não é indiferente aos sentidos, tendo em conta que a designação de acontecimentos convoca, reorganiza e faz trabalhar domínios de memória (PÊCHEUX, 2002). A designação instaura redes de memória a partir de sujeitos interpelados pela ideologia e atravessados pelo inconsciente. Tais redes podem silenciar/encobrir/apagar ou presentificar/destacar parte da memória e da história, enfim, dar encaminhamentos para o que é dito e para o que é silenciado. Diante disso, perguntamos: como, nesse discurso, “o calar” e “o gritar” constituem efeitos de sentidos, enquanto (dis)curso, “a palavra em movimento?” (ORLANDI, 1999).

https://doi.org/10.20396/lil.v25iesp.8671211
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