Resumo
Segundo Bretano, todos os fenômenos mentais – e só eles – possuem Intencionalidade. Isto é, eles são inerentemente dirigidos a objetos: em uma representação, algo é representado: em um juízo, algo é afirmado ou negado; etc. Isto, porém não parece explicar a peculiaridade do mental, pois o mesmo se dá com muitos fenômenos físicos: ao golpear, algo é golpeado; ao comer, algo é comido; etc. Em que se distingue, então, o mental ao ser denominado ‘Intencional’? Ataco esta questão concentrando-me no caráter relacional dos atos físicos e mentais. Na parte A procuro mostrar que as relações Intencionais são ‘essenciais’ em um sentido em que as relações físicas não são: as primeiras são necessárias, enquanto que as últimas são contingentes. Na parte B, argumento que as ‘relações físicas não são relações reais, e que podem ser completamente descritas em linguagem não relacional. Relações mentais, por outro lado, não podem ser completamente descritas em linguagem não-relacional. Portanto, a redução psico-físicas é impossível. Na parte C, mostro que também as ‘relações’ mentais não são relações reais. Ainda assim, sua Intencionalidade diferencia radicalmente os atos mentais dos atos físicos, e assim exclui a possibilidade da redução psico-fisica.
Referências
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