Resumo
É apresentado o histórico do desenvolvimento da tecnologia de Craqueamento Catalítico Fluido pela Petrobras, cuja trajetória de construção de conhecimento compreendeu quatro fases: aprendizado, aquisição, consolidação e domínio. As primeiras etapas da trajetória tecnológica, que compreendem as fases de aprendizado e aquisição, são analisadas segundo Modelos de Aprendizagem Organizacional consagrados, tais como os de Nevis, DiBella e Gould; Huber; e Senge, sendo verificado para qual desses modelos há uma aderência maior da trajetória de aprendizado da Petrobras. As etapas finais do processo, fase de consolidação e domínio, são analisadas sob a ótica dos Modelos de Dinâmica da Inovação. É feito um levantamento dos distintos modelos descritos na literatura: modelos lineares – ofertista e linear reverso; modelos complexos – terceira, quarta e quinta geração do processo de inovação, Kline e Rosenberg; Utterback; Kim; e Nonaka e Takeuchi. É analisada também a trajetória de evolução tecnológica de países em desenvolvimento, da operação à inovação, e verificado a qual modelo a trajetória de inovação tecnológica da Petrobras mostrou melhor adequação. São realçadas também algumas estratégias que contribuíram para o sucesso do desenvolvimento dessa tecnologia.Referências
Argyris, C.; Schön, D.A. Organizational learning: a theory of action perspective, Reading: Addison-Wesley, 1978.
Barbieri, J.C.; Álvares, A.C.T. “Organizações inovadoras”, Inovações nas organizações empresariais, Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2003.
Castillero, J.A.M.; Herrmann, C.C.; Schlosser, C.R.; Faria, J.L.M. “Tecnologia de craqueamento catalítico na Petrobras: análise da sua evolução e da validade econômico-estratégica do seu domínio”, Conexpo Arpel, Rio de Janeiro, 1994.
Clark, K.B.; Wheelwright, S.C. Managing new product and process development: text and cases, Nova York: The Free Press, 1993.
Dosi, G. “Technological paradigms and technological trajectories: a suggested interpretation of the determinants and directions of technical change”, Research Policy, v.11, n.3, p.147-162, jun., 1982.
Dosi, G.. “The nature of the innovative process”, in Dosi, G. et al., Technological change and economic theory, Londres, Brighton: Pinter Publishers, SPRU, University of Sussex, DCR Discussion Paper, 1988.
Fusco, J.M.; Einsfeldt, M.; Medeiros, J.; Freire, P.S.; Patrício Jr., N.; Tan, M.H.; Ramos, J.G.F.; Torem, M.A. “PACRC: um marco no processo de craqueamento catalítico fluido”, 4º Encontro Sul-Americano de Craqueamento Catalítico, Manaus, 14-17/8/2000.
Huber, G. “Organizational learning: the contribution process and literature”, Organization Science, v.2, p.88-115, 1991.
Kim, L. “Stages of development of industrial technology in a developing country: a model”, Research Policy, v.9, p.245-277, 1980.
Kim, L.. “Building technological capability for industrialization: analytical frameworks and Korea’s experience”, Industrial and Corporate Change, v.8, n.1, p.111-136, mar., 1999.
Kline, S.J. “Innovation is not a linear process”, Research Management, v.28, n.4, p.36-45, jul./ago., 1978.
Kline, S.J.; Rosenberg, N. “An overview of innovation”, NAP, p.275-305, 1986.
Lall, S. “Developing countries as exporters of industrial technology”, Research Policy, n.9, p.24-52, 1980.
Lall, S. “Technological learning in the third world: some implications of technology exports”, in Stewart, F.; James, J., The economics of new technology in developing countries, Londres: Frances Pinter Publishers, 1982.
Leitão, D.M. “O processo de aprendizado tecnológico nos países em desenvolvimento: o caso da refinação de petróleo no Brasil”, Boletim Técnico da Petrobras, Rio de Janeiro, v.28, n.3, p.207-218, jul.-set., 1985.
Leite, L.F.; Fusco, J.M.; Ramos, J.G.; Medeiros, J.; Torem, M.A. “Novel Fluid Catalytic Cracking Technology – Excellence in heavy feedstock processing”, 17th World Petroleum Congress, Rio de Janeiro, Brasil, 1-5/9/2002.
Leite, L.F. Inovação: o combustível do futuro, Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
Levitt, T. “Marketing myopia”, Harvard Business Review, p.30-44, set.-out., 1975.
Nevis, E.C.; DiBella, A.J.; Gould, J.M. “Understanding organizations as learning systems”, Sloan Management Review, p.73-84, winter, 1995.
Nonaka, I.; Takeuchi, H. Criação de conhecimento na empresa, Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1997.
PETROBRAS/MG-EM-001. Descrição da Fase de Definição do Empreendimento (FEL), rev.2, 23/3/2004.
Rothwell, R. “Towards the fifth-generation innovation process”, International Marketing Review, v.11, n.1, p.7-31, 1994.
Senge, P.M. A quinta disciplina, São Paulo: Ed. Best Seller, 1990.
Tidd, J.; Bessant, J.; Pavitt, K. “Paths: exploiting technological trajectories”, Managing Innovation 2nd Chap, 1997.
Utterback, J.M. Dominando a dinâmica da inovação, Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996.
O conteúdo dos artigos e resenhas publicados na RBI são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.