Resumo
O objetivo deste estudo é investigar as redes de P&D formadas no escopo do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o triênio de 2006 a 2008. A principal contribuição do artigo é empírica. São utilizadas métricas de análise de redes sociais e georreferenciamento para visualização da rede e mapeamento das interações no território nacional. Apresenta-se o perfil das interações quanto à sua localidade geográfica e distribuição no território e identificam-se os principais atores na criação e circulação do conhecimento a partir das atividades de P&D e quando a proximidade geográfica estava presente na criação de tais interações. Os resultados mostram que as redes são hierarquizadas e as concessionárias de energia elétrica exercem liderança na governança da criação e circulação de conhecimento sobre organizações de pesquisa extramuro e sobre os coordenadores de projetos. Estas criaram interações com pesquisadores baseados nas regiões do país que oferecem infraestrutura de pesquisa consolidada.
Referências
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Manual do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica. Brasília: Aneel, maio 2008.
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Revista de Pesquisa e Desenvolvimento da ANEEL. Brasília: Aneel, 2011.
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Manual do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica. Brasília: Aneel, agosto 2012a.
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Revista de Pesquisa e Desenvolvimento da ANEEL. Brasília: Aneel, 2012b.
BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrasts between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 1, p. 157-210, January 1993. Available in: http://icc.oxfordjournals.org/content/2/1/157.short.
BOSCHMA, R. Competitiveness of regions from an evolutionary perspective. Regional Studies, v. 39, n. 9, p. 1001-1014, 2004.
BOSCHMA, R. Editorial: role of proximity in interaction and performance: conceptual and empirical challenges. Regional Studies, v. 39, n. 1, p. 41-45, 2005.
BOSCHMA, R.; MARTIN, R. Introduction – The new paradigm of evolutionary economic geography. In: BOSCHMA, R.; MARTIN, R. (ed.). The handbook of evolutionary economic geography. 1. ed.. Cheltenham: Edward Elgar, 2010. p. 3-39.
BRASIL. Ministério das Minas e Energias. Resenha energética brasileira, exercício 2015. Brasília: MME, 2016.
BURT, R. S. Structural holes: the social structure of competition. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1992.
CAMILLO, E. V. As políticas de inovação da indústria de energia eólica: uma análise do caso brasileiro com base no estudo de experiências internacionais. 2013. Tese (Doutorado em Política Científica e Tecnológica) – Departamento de Política Científica e Tecnológica, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, 2013.
CANTNER, U.; GRAF, H. Growth, development and structural change of innovator networks: the case of Jena. In: BOSCHMA, R.; MARTIN, R. (ed.). The handbook of evolutionary economic geography. Cheltenham: Edward Elgad, 2010. p. 370-387.
CASAS, R.; LUNA, M. De redes y espacios de conocimiento. Significados conceptuales y de política. In: ARELLANO, A.; KREIMER, P. (ed.). Estudio social de la ciencia y la tecnología desde América Latina. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2011.
COHEN, W. M.; LEVINTHAL, D. A. Absorptive capacity: a new perspective on learning and innovation. Administrative Science Quarterly, v. 35, n. 1, p. 128-152, 1990. Available in: http://www.jstor.org/stable/2393553.
COOKE, P. Regional innovation systems: competitive regulation in the new Europe. Geoforum, v. 23, p. 365-382, 1992.
DE NEGRI, F.; SQUEFF, F. V. D. H. S. Sistemas setoriais de inovação e infraestrutura de pesquisa no Brasil. Brasília: Ipea, 2016.
DE NOOY, W.; MRVAR, A.; BATAGELJ, V. Exploratory social network analysis with Pajek. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
DINIZ, C. C.; GONÇALVES, E. Economia do conhecimento e desenvolvimento regional no Brasil. In: DINIZ, C. C.; LEMOS, M. B. (ed.). Economia e território. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. v. 1, p.131-170.
DOLOREUX, D. What we should know about regional systems of innovation? Technology in Society, v. 24, n. 3, p. 243-263, 2002.
DOLOREUX, D.; PARTO, S. Regional innovation systems: current discourse and unresolved issues. Technology in Society, v. 27, n. 2, p. 133-153, 2005.
EDQUIST, C. Systems of innovation: perspectives and challenges. In: FAGERBERG, J.; MOWERY, D. C.; NELSON, R. R. (ed.). The Oxford handbook of innovation. New York: Oxford Universty Press, 2004. p. 181-208.
FELDMAN, M. P. The geography of innovation. Boston: Kluwer Academic Publishers, 1994.
FERNANDES, A. C. Sistema territorial de inovação ou uma dimensão de análise na geografia contemporânea. In: SPOSITO, E. et al. (ed.). A diversidade da geografia brasileira: escalas e dimensões de análise e da ação. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2016. p.113-143.
FERREIRA, M. C. Iniciação à análise geoespacial. São Paulo: Editora Unesp, 2014.
FOXON, T. J. et al. UK innovation systems for new and renewable energy technologies: drivers, barriers and systems failures. Energy Policy, v. 33, n. 16, p. 2123-2137, 2005. Available in: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S030142150400120X.
FURTADO, A. T. O arranjo institucional da inovação no setor elétrico brasileiro. Campinas: GEOPI/DPCT. Campinas, março 2008.
FURTADO, A. T. O sistema setorial de inovação do setor elétrico brasileiro e o CTEnerg. Campinas: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2010.
GARCIA, R. Resenha: The handbook of evolutionary economic geography. Revista Brasileira de Inovação, Campinas, v. 11, n. 1, p. 233-240, 2012.
GARCIA, R. et al. Looking at both sides: how specific characteristics of academic research groups and firms affect the geographical distance of university–industry linkages. Regional Studies, Regional Science, v. 2, n. 1, p. 517-533, 2015.
HOLDREN, J. P. The global energy innovation system. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON INNOVATION IN ENERGY TECHNOLOGIES. Proceedings…Washington, DC, 2003.
IEA – International Energy Agency. Key world energy statistics. Paris: International Energy Agency, 2011.
IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate change 2014, mitigation of climate change. Working Group III Contribution to the Fifth Assessment Report of the Intergovernamental Panel on Climate Change. Cambridge: IPCC, 2014
JACQUIER-ROUX, V.; BOURGEOIS, B. New Networks of technological creation in energy industries: reassessment of the roles of equipment suppliers and operators. Technology Analysis & Strategic Management, v. 14, n. 4, p. 399-417, 2002. Available in: http://dx.doi.org/10.1080/0953732022000028791.
MALERBA, F. Sectoral Systems of innovation and production. Research Policy, v. 31, n.2, p. 247-264, 2002. Available in: http://www.sciencedirect.com/science/article/B6V77-459H02Y-5/2/805c2d6a3af53b43a33f2a221520a7f0.
MASSAGUER, P. X. Perspectivas para a Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação no setor elétrico brasileiro. 2013. Dissertação (Mestrado em Política Científica e Tecnológica) – Departamento de Política Científica e Tecnológica, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, 2013.
MATIAS, L. F. Sistemas para In[form]ação. Espaço & Geografia, v. 5, n. 1, p. 101-118, 2002.
PAMPLONA DA COSTA, J. O. Technology Policy, Network Governance and Firm level Innovation in the Software Industry: a Comparison of Two Brazilian Software Networks, Science and Technology Policy Research (SPRU). University of Sussex, Brighton, p. 299, 2012.
POMPERMAYER, F. M. Desafios e perspectivas para a inovação tecnológica no setor de energia elétrica. Revista de Pesquisa e Desenvolvimento da ANEEL, n. 3, p. 11, 2009.
POMPERMAYER, F. M.; DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. (org.). Inovação tecnológica no setor elétrico brasileiro: uma avaliação do programa de P&D regulado pela Aneel. Brasília: Ipea, 2011.
POMPERMAYER, F. M. et al. Rede de pesquisa formada pelo programa de P&D regulado pela ANEEL: abrangência e características. In: POMPERMAYER, F. M.; DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. (org.). Inovação tecnológica no setor elétrico brasileiro: uma avaliação do programa de P&D regulado pela Aneel. Brasília: Ipea, 2011. p. 13-
POWELL, W. W.; GRODAL, S. Networks of innovators. In: FAGERBERG, J.; MOWERY, D. C.; NELSON, R. R. (ed.). The Oxford handbook of innovation. New York: Oxford University Press, 2005. p.56-85.
ROGGE, K. S.; HOFFMANN, V. H. The impact of the EU ETS on the sectoral innovation system for power generation technologies – Findings for Germany. Energy Policy, v. 38, n. 12, p. 7639-7652, 2010. Available in: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S030142151000577X.
ROSA, R. Análise espacial em geografia. Revista da ANPEGE, v. 7, n. 1, p. 275-289, 2011.
SANTOS, M. A natureza do espaço. São Paulo: Hucitec, 1996.
SAXENIAN, A. Regional advantage: culture and competition in Silicon Valley and Route 128. Fourth. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1994.
SOUZA FILHO, C. R.; CROSTA, A. P. Geotecnologias aplicadas à geologia. Revista Brasileira de Geociências, v. 33, n. 2, 2003.
STORPER, M. Keys to the city: how economics, institutions, social interaction, and politics shape development. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2013.
STORPER, M.; VENABLES, A. J. Buzz: the economic force of the city. In: INTERNATIONAL SEMINAR ON ECONOMY AND SPACE. Proceedings... Ouro Preto, MG: Faculdade de Economia, Cedeplar, Universidade Federal de Minas Gerais, 2001.
THOMAS, M. Regional economic development and the role of innovation and technological change In: OAKLEY., A. T. T. A. R. P. (ed.). The regional economic impact of technological change. New York: St. Martins Press, 1985.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2019 Revista Brasileira de Inovação