Banner Portal
A universidade deve patentear suas invenções?
PDF

Palavras-chave

Patente. Universidade. Ciência.

Como Citar

PÓVOA, Luciano Martins Costa. A universidade deve patentear suas invenções?. Revista Brasileira de Inovação, Campinas, SP, v. 9, n. 2, p. 231–256, 2010. DOI: 10.20396/rbi.v9i2.8649001. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/view/8649001. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este artigo discute se a universidade deve patentear ou não suas invenções, com base na análise da lógica da produção científica, nas críticas apontadas na literatura e nos resultados de um survey sobre a transferência de tecnologia de universidades e institutos públicos de pesquisa no Brasil, realizado a partir dos dados do Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil – CNPq, censo de 2004. Dessas análises é apontada a existência de um complexo trade-off entre a divulgação científica com o livre acesso para desenvolvê-la e a agilização do processo de comercialização das invenções. Como solução para esse trade-off é argumentado que tal problema deve ser abordado questionando-se “como” a universidade deve patentear em vez de “se deve” patentear ou não. A resposta sugerida passa pela formulação dos contratos de licenciamento. É desejável, do ponto de vista do bem-estar da sociedade, que a universidade tente licenciar suas tecnologias sem exclusividade, para garantir que a invenção esteja disponível ao máximo possível de interessados. Somente no caso de esse tipo de licenciamento não encontrar interessados, a universidade deveria oferecer um contrato de exclusividade. Também seria desejável que as universidades concedessem uma “licença para pesquisa” a pesquisadores que pretendem usar o conhecimento protegido pelas patentes com a finalidade de promover o avanço da pesquisa científica.
https://doi.org/10.20396/rbi.v9i2.8649001
PDF

Referências

ALBUQUERQUE, E. Patentes de invenção de residentes no Brasil (1980-1995): uma investigação sobre a contribuição dos direitos de propriedade intelectual para a construção de um sistema nacional de inovação. Tese (Doutorado em Economia) – Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998.

ARROW, K. Economic welfare and the allocation of resources for invention. In: NELSON, R.R. (Ed.). The rate and direction of inventive activity. Princeton (NJ): Princeton University Press, 1962.

ASHEIM, B.; GERTLER, M. The geography of innovation. Regional innovation systems. In: FARGERBERG, J.; MOWERY, D.; NELSON, R. (Eds.)s The Oxford Handbook of Innovation. Oxford University Press, 2005.

BUSH, V. Science: the endless frontier. A report to the president by Vannevar Bush, director of the Office of scientific research and development. Washington, DC: U.S. Government Printing Office, 1945.

CALLON, M. Is Science a public good? Science, Technology, & Human Values, v. 19, n. 4, p. 395-424. Aut. 1994.

CALLON, M. Four models for the dynamics of Science. In: JASANOFF, S.; MARKLE, G.; PETERSEN, J.; PINCH, T. (Eds.). Handbook of science and technology studies. SAGE Publications, 1995, p. 29-63.

COHEN, W.; NELSON, R.; WALSH, J. Links and impacts: the influence of public research on industrial R&D. Management Science, v. 48, n. 1, p. 1-23, Jan. 2002.

DAGNINO, R.; SILVA, R. B. As patentes das universidades públicas. Boletim de Economia & Tecnologia, UFPR, ano 05, v. 18, 2009.

DASGUPTA, P.; DAVID, P. Toward a new economics of science. Research Policy, v. 23, n. 5, p. 487-521, Sept. 1994.

DAVID, P. The economic logic of “open science” and the balance between private property rights and the public domain in scientific data and information: a primer. Stanford, CA: Stanford Institute for Economic Policy Research-SIEPR, 2003 (Discussion paper, 02-30).

FREEMAN, C.; SOETE, L. The economics of industrial innovation. 3. ed. London: Pinter, 1997.

GREGG, A. University patents. Science, New Series, v. 77, p. 257-259, Mar. 1933. (Traduzido por Boletim Inovação Unicamp). Disponível em: http://www.inovacao.unicamp.br/report/UniversityPatents-TR.pdf

JENSEN, R.; THURSBY, M. Proofs and prototypes for sale: the licensing of university inventions. American Economic Review, v. 91, n. 1, p. 240-259, Mar. 2001.

KLEVORICK, A.; LEVIN, R.; NELSON, R.; WINTER, S. On the sources and significance of interindustry differences in technological opportunities. Research Policy, v.24, n. 2, p. 185-205, Mar. 1995.

KLINE, S.; ROSENBERG, N. An overview of innovation. In: LANDAU, R.; ROSENBERG, N. (Eds.). The positive sum strategy: harnessing technology for economic growth. National Academy Press, 1986, p. 275-305.

LANDI, F. R. (Coord.). Indicadores de ciência, tecnologia e inovação em São Paulo – 2004. São Paulo: Fapesp, 2005.

LEVIN, R.; KLEVORICK, A.; NELSON, R.; WINTER, S. Appropriating the returns from industrial research and development. Brookings Papers on Economic Activity, n. 3, Special Issue on Microeconomics, p. 783-831, 1987.

MACHLUP, F. An economic review of the patent system. Washington, DC: US Government Printing Office, 1958. (Study of the Subcommittee on Patents, Trademarks, and Copyrights of the Committee on the Judiciary, United States Senate, study, 15).

MAZZOLENI, R. University patents, R&D competition, and social welfare. Economics of Innovation and New Technology, v. 14, n. 6, p. 499-515, 2005.

MAZZOLENI, R.; NELSON, R. The benefits and costs of strong patent protection: a contribution to the current debate. Research Policy, v. 27, n. 3, p. 273-284, July 1998.

MERTON, R. K. Priorities in scientific discovery: a chapter in the sociology of science. American Sociology Review, v. 22, n. 6, p. 635-659, 1957.

MERTON, R. K. Imperativos institucionais da ciência. In: DEUS, J. D. (Org.). A crítica da ciência: sociologia e ideologia da ciência. Rio de Janeiro: Zahar, 1974, p. 37-52.

MOWERY, D.; SAMPAT, B.; ZIEDONIS, A. Learning to patent: institutional experience, learning, and the characteristics of U.S. university patents after the Bayh-Dole act, 1981-1992. Management Science, v. 48, n. 1, p. 73-89, Jan. 2002.

MOWERY, D.; NELSON, R.; SAMPAT, B.; ZIEDONIS, A. The growth of patenting and licensing by U.S. universities: an assessment of the effects of the Bayh-Dole act of 1980. Research Policy, v. 30, n. 1, p. 99-119, Jan. 2001.

MOWERY, D.; NELSON, R.; SAMPAT, B.; ZIEDONIS, A. Ivory Tower and industrial innovation: university-industry technology transfer before and after the Bayh-Dole act in the United States. Stanford, CA.: Stanford Business Books, 2004.

NARIN, F.; HAMILTON, K. S.; OLIVASTRO, D. The increasing linkage between US. technology and public science. Research Policy, v. 26, n. 3, p. 317-330, Oct. 1997.

NELSON, R. R. The simple economics of basic scientific research. Journal of Political Economy, v. 67, n. 3, p. 297-306, 1959.

NELSON, R. R. The market economy, and the scientific commons. Research Policy, v. 33, n. 3, p. 455-471, Apr. 2004.

NELSON, R. R. Reflections on “The Simple Economics of Basic Research”: looking back and looking forwards. Pisa, Italy: Sant’Anna School of Advanced Studies/Laboratory of Economics and Management (LEM), 2006 (LEM papers series, 2006/20).

NELSON, R. R. What is “commercial” and what is “public” about technology, and what should be? In: ROSENBERG, N.; LANDAU, R.; MOWERY, D. C. Technology and the wealth of Nations. Stanford, CA: Stanford University, 1992, p. 57-71.

OBSERVATOIRE DES SCIENCES ET DES TECHNIQUES (OST). Science & technologie indicateurs: 2000. Paris: Economica, 2001.

PAVITT, K. What makes basic research economically useful? Research Policy, v. 20, n. 2, p. 109-119, Apr. 1991.

PÓVOA, L. M. C. Patentes de universidades e instituições públicas de pesquisa e a transferência de tecnologia para empresas no Brasil. 153 f. Tese (Doutorado em Economia) – Cedeplar, Universidade Federal de Minas Gerais, 2008.

RAFFERTY, M. The Bayh-Dole Act and university research and development. Research Policy, v. 37, n. 1, p. 29-40, Feb. 2008.

ROSENBERG, N. Inside the black box: technology and economics. Cambridge: Cambridge University, 1982.

SAMPAT, B. Patenting and US academic research in the 20th century: the world before and after the Bayh-Dole. Research Policy, v. 35, n. 6, p. 772-789, Jul.2006.

STEPHAN, P. The economics of science. The Journal of Economic Literature, v. 34, n. 3, p, 1.199-1.235, Sep. 1996.

TOOLE, A. The impact of public basic research on industrial innovation: evidence from the pharmaceutical industry. Stanford, CA: Stanford Institute for Economic Policy Research-SIEPR, 2000 (Discussion paper, 00-07).

O conteúdo dos artigos e resenhas publicados na RBI são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.

Downloads

Não há dados estatísticos.