Banner Portal
Nacionalismo e Aprendizagem no Programa de Águas Profundas da Petrobras
PDF

Palavras-chave

Impactos econômicos da pesquisa e desenvolvimento. Inovação. Petrobras. Capacidade de absorção.

Como Citar

FURTADO, André Tosi; FREITAS, Adriana Gomes. Nacionalismo e Aprendizagem no Programa de Águas Profundas da Petrobras. Revista Brasileira de Inovação, Campinas, SP, v. 3, n. 1, p. 55–86, 2009. DOI: 10.20396/rbi.v3i1.8648892. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/view/8648892. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

O presente trabalho avalia os impactos econômicos resultantes de diversas formas de aprendizado que derivaram da execução de projetos tecnológicos nacionalistas. Esses projetos visavam o desenvolvimento e o domínio local de tecnologias estratégicas para o País. Toma-se como exemplo o programa de capacitação tecnológica em sistemas de produção para águas profundas da Petrobras, o Procap 1000, promovido pela Petrobras, entre 1986 e 1992. Apoiando-se em estudo anterior de avaliação dos impactos econômicos diretos e indiretos do programa (Furtado et al., 1998), foi escolhida uma amostra de sete projetos de cunho nacionalista que se caracterizam, de forma geral, por não terem sido bem-sucedidos do ponto de vista comercial. O argumento central deste trabalho consiste em que esses projetos, apesar do revés comercial, estiveram na origem de importantes processos de aprendizagem na empresa, os quais redundaram em significativos impactos econômicos indiretos. A descrição dos projetos mostra como a aprendizagem resultante do programa foi reaproveitada possibilitando a efetivação dos impactos econômicos. Os dados do estudo de avaliação de impactos econômicos da amostra de projetos do Procap 1000 revelam que os impactos econômicos superaram em mais de sete vezes os custos dos projetos. O trabalho destaca a importância da capacidade de absorção para o processo de aprendizagem. A partir de estudos de caso é proposta uma tipologia de seis formas distintas de capacidade de absorção.
https://doi.org/10.20396/rbi.v3i1.8648892
PDF

Referências

Alveal Contreras, C. E., Os Desbravadores e a Construção do Brasil Industrial, Rio de Janeiro: Ed. Relume Dumará — Anpocs, 1994.

Arrow, K., “Economic Welfare and the Allocation of Resources for Invention”, in Nelson, R. (org.), The Rate and Direction of Inventive Activity, Princeton University Press, 1962.

Bach, L, “M. Measuring and Managing Spinoffs: The Case of Spinoffs Generated by ESA Programs”, in Space Economics, 144, p.171-206, 1992.

Bach, L.; Molist, N. C.; Ledoux, M. J.; Matt, M.; Schaeffer, V., “Evaluation of the Economic Effects of Brite-Euram Programs on the European Industry”, in Anais do Eunetics Conference: Evolutionary Economics of Technichal Change: Assessment of results and new frontiers, Strasbourg: BETA, October 6-7-8, p.971-996, 1994.

Bach, L.; Furtado, A.; Gilles, L., “Variété des Programmes de R&D, Variété des Méthodes d’Évaluation, Variété des Évaluation, Variété des Effects Économiques — Quelques Enseignements Tirés de l’Application de la Méthode du BETA à Différents Programmes de R&D”, in Textos para Discussão N. 29, p. 10-43, Campinas: DPCT/IG/UNICAMP, 1998.

Bell, R. M., “Learning and the Accumulation of Industrial Technological Capacity in Developing Countries, in Fransman, M.; King, K., Technological Capability in the Third World, Londres: Macmillan, 1984.

Cano, P. Q.; Cano, C. P., “Capacidad de Absorción: un Estudio Empírico de la Naturaleza de la Variable”, in Memoria ALTEC 2001, IX Seminario Latino-Iberoamericano de Gestión Tecnológica en la Economía del conocimiento, Costa Rica, 17-19, out., 17 p., 2001.

Cohen, W. M.; Levinthal, D. A., “Absorptive Capacity: A New Perspective on Learning and Innovation”, in The Economic Journal, v.99, 569-596, set., 1989.

Cruz, A. B., “A Universidade, a Empresa e a Pesquisa que o País Precisa”, in Parcerias Estratégicas, 8, maio, Ministério da Ciência e Tecnologia, Brasília, 2000.

Dahlman, C.; Westphall, L., “Technological Effort in Industrial Development — an Interpretative Survey of Recent Research”, in Stewart, F.; James, J. (orgs.), The Economics of New Technology in Developing Countries, Londres: Frances Pinter, p.105-137, 1982.

Dosi, G., “The Nature of Innovative Process”, in Dosi, G. et al. (orgs.), Technical Change and Economic Theory, Londres & Nova York: Pinter Publisher, p.221-238, 1988.

Erber, F., “Política Industrial: um Debate que Tornou-se Urgente”, in Revista Brasileira de Tecnologia, v.19, n.1, jan., p.20-16, 1988.

Fransman, M.; King, K. (orgs.), Technological Capability in the Third World, Baltimore: Basingstoke, 1984.

Freeman, C., La Teoria Economica de la Inovacion Industrial, Madri: Alianza Universidad, 1974.

Furtado, A.; Freitas, A. G., “The Catch-up Strategy of Petrobras Through Cooperative R&D”, in Journal of Technology Transfer, 25, p.23-36, 2000.

Furtado, A.; Pereira, N. M.; Suslick, S.; Freitas, A. G.; Furtado, R.; Bach, L., Avaliação de Grandes Programas Tecnológicos : o Procap 1000 (FASE II: Estudo Abrangente do Programa). Relatório Final, Campinas, dez., 1998.

Furtado, A., “Assessment of Direct and Indirect Effects of Large Technological Programmes: Petrobras Deepwater Programme in Brazil”, in Research Evaluation, 8(3), dez., p.155-163, 1999.

George, G.; Zahra, S. A.; Wheatley, K. K.; Khan, R., “The Effects of Alliance Portfolio Characteristics and Absorptive Capacity on Performance A Study of Biotechnology Firms”, in Journal of High Technology Management Research, v.12, p. 205-226, 2001.

Griliches, Z., “Issues in Assessing the Contribution of Research and Development to Productivity Growth”, in Bell Journal of Economics, 10, p.92-116, 1979.

Katz, J., “Importación de Tecnología y Desarrollo Dependiente”, in French-Davies, R. (org.), Intercambio y Desarrollo, México: Fondo de Cultura Económica, El Trimestre Económico, Serie de Lecturas nº 38, v.2, p.193-213, 1981.

Kim, L., “Stages of Development of Industrial Technology in a Developing Country: A Model”, in Research Policy, v.9, n.3, p.254-277, 1980.

Kim, L., “Building Technological Capability for Industrialization: Analytical Framewoks and Korea’s Experience”, in Industrial and Corporate Change, v.8, n.1, p.111-136, 1999.

Kline, S; Rosenberg, N., “An Overview of Innovation”, in Landau, R; Rosenberg, N. (orgs.), The Positive Sum Strategy, Washington, DC: National Academy of Press, 1986.

Lall, S., “Technological Learning in the Third World: Some Implications of Technological Exports”, in Stewart, F.; James, J.(orgs.), The Economics of New Technology in Developing Countries, Londres: Frances Pinter, p.157-179, 1982.

Lall, S.,“Technological Capabilities and Industrialization”, in World Development, v.20, n.2, p.165-182, 1992.

Mansfield, E., “Academic Research and Industrial Innovation”, in Research Policy, v.20, p.1-12, 1991.

Martins, L., Pouvoir et Développement Economique, Paris: Anthropos, 1976.

Nelson, R. R.; Winter, S., An Evolutionary Theory of Economic Change, Cambridge, Mass.: Belknap Press of Harvard University Press, 1982.

Nelson, R. R., “Capitalism as an Engine of Progress”, in Inose, H.; Kawasaki, M.; Kodama, F. (orgs.) Science and Technology Policy Research “What should be done?” “What can be done”, The Proceedings of the NISTEP International Conference on Science and Technology Policy Research, Tóquio, Japão: Mita Press, 1991.

Peris, L. F.; Mestre, J. O., “Influencia de las Capacidades de Absorción sobre las Actividades Innovadoras de la Empresa”, in Memoria ALTEC 2001, IX Seminario Latino-Iberoamericano de Gestión Tecnológica en la Economía del conocimiento, Costa Rica 17-19 out., 15 p., 2001.

Rosenberg, N., Tecnologia y Economia, Barcelona: G. Gilli, 1979.

Schneider, B. R., Politics Within the State. Elite Burocrats and Industrial Policy in Authoritarian Brazil. Pittsburgh, Pa.: Ed. University of Pittsburgh Press, 1991.

Tapia, J. R. B., A Trajetória da Política de Informática Brasileira (1977-1991), Campinas-SP: Ed. Papirus, 1995.

Veugelers, R., “Internal R&D Expenditures and External Technology Sourcing”, in Research Policy, v.26, p.303-315, 1997.

O conteúdo dos artigos e resenhas publicados na RBI são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.

Downloads

Não há dados estatísticos.