Resumo
Este artigo procura combinar métodos tradicionais de medição de intensidade tecnológica com outros indicadores alternativos para examinar a dispersão das atividades inovativas na indústria e em diferentes países. A hipótese que sustenta o estudo reside no fato de que nas indústrias tradicionais, como a de alimentos processados (IAP), os métodos tradicionais são insuficientes para detectar o processo de inovação em sua totalidade. Como método, foram analisados os dados de patentes extraídos das 25 maiores empresas de alimentos processados do mundo e propostos diferentes indicadores elaborados a partir da Pesquisa de Inovação Tecnológica – Pintec (IBGE, 2010) – empresas brasileiras – e da Community Innovation Survey – CIS (EUROSTAT, 2009) – países da União Europeia. Os resultados permitiram estabelecer relações em três dimensões: (i) a complexidade do esforço inovativo da IAP; (ii) os esforços para a inovação nos diferentes países são distintos; e (iii) existe heterogeneidade no desempenho dos países.Referências
ACHA, V.; VON TUNZELMANN, N.; Innovation in “low-tech” industries. In: FAGERBERG, J.; MOWERY, D.; NELSON, R. R. (Eds). The Oxford handbook of innovation. Oxford: Oxford University Presst, 2005, p. 407–432.
ALFRANCA, O.; RAMA, R.; VON TUNZELMANN, N. Innovation in food and beverage multinationals. In: RAMA, R. (Ed.) Multinational agribusiness. NY, London, Oxford: Food Products Press an imprint of The Haworth Press, Inc., 2005.
CABRAL, J. E. O. Patterns and determinants of technological innovation in the Brazilian food industry. Doctor Thesis – Department of Agricultural and food Economics. Londres: University of Reading, 1999.
CHRISTENSEN, J. F. Asset profiles for technological innovation. Research Policy, v. 24, n. 5, p. 727-745, 1995.
DOMINGUES, S. A. A indústria de alimentos e bebidas no Brasil: uma análise da dinâmica tecnológica e das estratégias de inovação de suas empresas entre 1998 e 2005. Tese (Doutorado). Campinas: Unicamp, 2008.
EUROSTAT. Community Innovation Survey – CIS. 2009. Disponível em: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/eurostat/home (versão revisada). Acesso em: 17 jul. 2012.
FILIPPAIOS, F.; RAMA, R. cultural distance and internationalization: the world’s largest food and drink multinationals. Agribusiness, v. 27, n. 4, p. 399-419, 2011.
FORBES. Global 2000 leading companies. 2011. Disponível em: http://www.forbes.com/lists/2012/18/global2000_2011.html. Acesso em: 17 jul. 2012.
FURTADO, A. T.; CARVALHO, R. de Q. Padrões de intensidade tecnológica da indústria brasileira: um estudo comparativo com os países centrais. São Paulo em Perspectiva, v. 19, n. 1, p. 70-84, mar. 2005.
FURTADO, A. T. Difusão tecnológica: um debate superado? In: PELAEZ, V.; SZMRECSÁNYI, T. (Orgs.). Economia da inovação. São Paulo: Editora Hucitec/Ordem dos Economistas do Brasil, 2006, p. 168-192.
GOMES, R. Empresas transnacionais e internacionalização da P&D. São Paulo: Editora da Unesp, 2006.
GONÇALVES F. O.; YONAMINI, F. M. Em busca de uma nova taxonomia de regimes tecnológicos para a indústria de transformação brasileira. Revista EconomiA, v. 14, n. 1A, p. 145-158, jan./abr. 2013.
HAIR, J. F.; TATHAM, R. L.; ANDERSON, R. E.; BLACK, W. C. Análise multivariada de dados. Tradução de Adonai Schlup Sant’Ana e Anselmo Chaves Neto. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
HIRSCH-KREINSEN, H. “Low-Technology”: a forgotten sector in innovation policy. J. Technol. Manag. Innov., v. 3, n. 3, p 11-20, 2008.
HENDERSON, R. M.; CLARK, K. B. Architectural innovation: the reconfiguration of existing product technologies and the failure of established firms. Administrative Science Quarterly, v. 35, p. 9-30, 1990.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação Tecnológica – Pintec. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: http://www.pintec.ibge.gov.br/ Acesso em: 17 jul. 2012.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Notas Técnicas da Pesquisa de Inovação Tecnológica – Pintec. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. Disponível em: http://www.pintec.ibge.gov.br/ Acesso em: 17 jul. 2012.
KLINE, S. J.; ROSENBERG, N. An overview of innovation. In: LANDAU, R.; ROSENBERG, N. (Eds.). The positive sum strategy – harnessing technology for economic growth. Washington, 1986, p. 275-305.
ISI. Web of Knowledge – Derwent Innovations Index, 2013. Disponível em: http://portal.isiknowledge.com/.
MENDONÇA, S. Brave old world: Accounting for “high-tech” knowledge in “low-tech” industries. Research Policy, n. 38, p. 470-482, 2009.
NELSON, R.; WINTER, S. An evolutionary theory of economic change. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1982.
OCDE. ISIC REV. 3 Technology Intensity Definitionanberd and STAN. Julho 2011. Disponível em: http://www.oecd.org/dataoecd/43/41/48350231.pdf Acesso em: 17 jul. 2012.
OECD. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. OECD, 2005.
PATEL, P.; PAVITT, K. The technological competencies of the world’s largest firms: complex and path-dependent, but not much variety. Research Policy, n. 26, p. 141-156, 1997.
PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, n. 13, p.343-373, 1984
PENROSE, E. The theory of the growth of the firm. 3rd ed. Oxford, 1959.
RAMA, R. (Org) Handbook of innovation in the food and drink industry. New York: Howarth Press, 2008.
RAUD, C. Os alimentos funcionais – a nova fronteira da indústria alimentar: análise das estratégias da Danone e da Nestlé no mercado brasileiro de iogurtes. Revista Sociologia e Política, v. 16, n. 31, p. 85-100, 2008.
ROBERTSON, P. L.; SMITH, K. H.; VON TUNZELMANN, N. Innovation in low- and medium-technology industries. Research Policy, v. 38, n. 3, p. 441-446, 2009.
ROSENBERG, N. Por dentro da caixa preta: tecnologia e economia. Campinas: Editora da Unicamp, 1982.
SMITH, K. What is the “knowledge economy”? Knowledge-intensive industries and distributed knowledge bases. In: Druid Summer Conference on the Learning Economy – Firms, Regions and Nation Specific Institutions. Aalborg, Dinamarca, junho 2000.
STALLIVIERI F.; BRITTO, J.; CAMPOS, R.; VARGAS, M. Padrões de aprendizagem, cooperação e inovação em aglomerações produtivas no Brasil: uma análise multivariada exploratória. Economia, v. 11, n. 1, p. 125-154, 2010.
VON HIPPEL, E. Democratizing innovation. Cambridge, MA: MIT Press, 2005.
O conteúdo dos artigos e resenhas publicados na RBI são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.