Resumo
Mastro da Bandeira, Brasília, 1972: ainda “um corpo estranho” “invasor” da Praça dos Três Poderes? Shiiiii! Silêncio! Esta questão-título norteia o presente [inter]texto escavando reflexões discursivas sob “as formas do silêncio no movimento dos sentidos” (ORLANDI, 2018) acerca da obra do centenário arquiteto carioca Sergio Bernardes (1919/2002), em especial sobre este projeto emblemático. Objeto de intensa polêmica no meio arquitetônico na época, o Monumento ao Pavilhão Nacional é aqui compreendido como elemento simbólico/discursivo, numa operação crítica entre os campos da arquitetura e da análise do discurso (AD) de matriz francesa. Assim, recolocamo-nos: que possíveis efeitos de sentidos – efeitos em dispersão (FOUCAULT, 2013) – são produzidos a partir e em torno deste acontecimento (PÊCHEUX, 2006) se entrelaçando, entretecendo, construindo, fragmentando, dizendo em silêncio, em implícito, enunciando na opacidade da linguagem possíveis narrativas-arquivo (FOUCAULT, 2017) sobre esta obra-personagem?
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