Resumo
Em março de 2018, após a morte da vereadora Marielle Franco (e de Anderson Gomes, seu motorista), uma placa de rua com a inscrição “Rua Marielle Franco” foi colocada na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em frente à Câmara Municipal da cidade. No entanto, em outubro do mesmo ano, a placa foi quebrada por dois candidatos ao cargo de Deputado Estadual pelo Partido Social Liberal (PSL). Após a depredação, foi feita uma manifestação em homenagem à Marielle com a distribuição de mais de mil placas de rua com o seu nome. Assim, à luz da Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2002), este trabalho busca tecer uma reflexão acerca do enunciado “Rua Marielle Franco”, pensando principalmente na multiplicação de placas de rua com este enunciado. Para isso, me debruço sobre os estudos de Orlandi (2004) a respeito da ordem e da organização da cidade articulados ao modo como Guimarães trabalha as noções de acontecimento, reescrituração, texto e enunciado.
Referências
DIAS, Luis Francisco. Língua e nacionalidade no Brasil na primeira metade do século XX. Polifonia, Cuiabá, v. 22, n. 31, p. 11-31, 2015.
GUIMARÃES, Eduardo. Semântica do Acontecimento. Campinas, Pontes, 2002.
GUIMARÃES, Eduardo. Semântica: enunciação e sentido. Campinas: Pontes Editores, 2018.
ORLANDI, Eni. Cidade dos Sentidos. Campinas, Pontes, 2004.
PÊCHEUX, Michel. O papel da memória. In: ACHARD, P. et al. (Org.). Papel da memória. Campinas: Pontes, 1999
PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso - uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas, Editora da Unicamp, 1995.

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