Banner Portal
O artefato gráfico urbano “sinpapeles”
PDF

Palavras-chave

Símbolo mnemônico
Sinpapeles
Artefato gráfico urbano

Como Citar

NAKAGAWA, Regiane Miranda de Oliveira; NAKAGAWA, Fábio Sadao. O artefato gráfico urbano “sinpapeles”: a constituição de uma esfera de reconhecimento pela memória da condição precária. RUA, Campinas, SP, v. 30, n. 1, p. 69–91, 2024. DOI: 10.20396/rua.v30i1.8677011. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8677011. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

Este artigo discute o funcionamento do artefato gráfico urbano “sinpapeles” como texto cultural e símbolo mnemônico, tal como foram definidos pelo semioticista da cultura Iuri Lotman. Tal inscrição sígnica foi realizada como forma de protesto em vários equipamentos urbanos presentes nas regiões centrais das cidades de Barcelona (2018) e Madri (2019), e se reporta à condição de imigrantes que vivem em situação irregular. Pela correlação entre diferentes códigos e linguagens, dentre eles a escrita verbal e o gesto, tal símbolo adquire uma articulação paradoxal, que o permite operar como uma assinatura e nome de pessoas anônimas, bem como um registro efêmero. Dessa forma, constrói-se uma esfera de aparecimento para aqueles que vivem na condição de clandestinidade, da mesma forma que ocorre a redefinição do espaço semiótico da cidade.

https://doi.org/10.20396/rua.v30i1.8677011
PDF

Referências

AUGÉ, Marc. Por uma antropologia da mobilidade. Maceió: Editora Unesp e Editoria UFAL, 2010.

BERNAL, Mauricio. Un artista llamado 'Sinpapeles'. El Periodico, Barcelona, 26 jun. 2018. Disponível em: < https://www.elperiodico.com/es/barcelona/20180626/barceloneando-sinpapeles-extranjero-anonimo-llena-centro-ciudad-pintada-reivindicativa-6905170>

BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas. Notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

BUTLER, Judith. Discurso de ódio. Uma política do performativo. São Paulo: Unesp, 2021.

BUTLER, Judith. Quadros de guerra. Quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019.

DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. São Paulo: Contraponto, 1997.

DELGADO, Manuel. El espacio público como ideología. Barcelona: Madrid, 2015.

FARIAS, Priscila; BRAGA, Marcos. O que é memória gráfica. In: FARIAS, Priscila; BRAGA, Marcos. São Paulo: Blucher, 2018.

FERRARA, Lucrécia D’Alessio. Os significados urbanos. São Paulo: Edusp, 2000.

FLUSSER, Vilém. Los gestos. Fenomenologia y comunicación. Barcelona: Editorial Herder, 1994.

FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

KREPP, Anita. Sem nome e com documento. O pichador de Barcelona é brasileiro. Revista Piauí, São Paulo, edição 147, dez. 2018. Disponível em: < https://piaui.folha.uol.com.br/materia/sem-nome-e-com-documento/>.

LA FELGUERA EDITORES. EL grafitero del que todos hablan. Los Valientes Duermen Solos. Agente Provocador, Espanha, 28 fev. 2020. Disponível em: < https://www.agenteprovocador.es/publicaciones?author=5e0a16b8f5409c52127dbdc7>.

LASSALA, Gustavo. Pichação não é pichação: uma introdução à análise de expressões gráficas urbanas. São Paulo: Altamira Editorial, 2017.

LOTMAN, Iuri M. A estrutura do texto artístico. Lisboa: Editorial Estampa, 1978.

LOTMAN, Iuri M. Cultura y explosión. Barcelona: Gedisa Editorial, 1999.

LOTMAN, Iuri M. La semiosfera I. Semiótica de la cultura y del texto. Madrid: Ediciones Catedra, 1996.

LOTMAN, Iuri M. La semiosfera II. Semiótica de la cultura, del texto, de la conducta y del espacio. Madrid: Ediciones Catedra, 1998.

LOTMAN, Iuri M. La semiosfera III. Semiótica de las artes y de la cultura. Madrid: Ediciones Catedra, 2000.

LOTMAN, Iuri M. Símbolos de Petersburgo y problemas de semiótica urbana. Revista de Occidente, Madrid, n. 156, p. 05-22, 1994.

LOTMAN, Iuri M.; USPENSKI, Boris A. Mito, nombre y cultura. In: LOTMAN, Iuri M. La semiosfera III. Semiótica de las artes y de la cultura. Madrid: Ediciones Catedra, 2000.

LOTMAN, Iuri M. Sobre o problema da tipologia da cultura. In: SCHNAIDERMAN, Boris. Semiótica russa. São Paulo: Perspectiva, 1979.

LOZANO, Jorge. El discurso histórico. Madrid: Sequitur, 2015.

MAKARYCHEV, Andrey; YATSYK, Alexandra. Lotman’s cultural semiotics and the political. London: Rowman & Littlefield International, 2017.

NAKAGAWA, Regiane M. O.; NAKAGAWA, Fábio Sadao. As culturas binárias e ternárias: da intolerância à tradução semiótica. Estudos Semióticos, v. 18, n. 3, p. 201-217, 2022.

PÁL PELBART, Peter. Vida capital. Ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003.

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1990.

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e filosofia. São Paulo: Cultrix, 1975.

RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento. São Paulo: Ed. 34, 1996.

RANCIÈRE, Jacques. Nas margens do político. Lisboa: KKYM, 2014.

RUIZ, Lara Gómez. ‘Sinpapeles’, el graffiti que remueve conciencias en Barcelona. La Vanguardia, Barcelona, 01 jul. 2018. Disponível em: https://www.lavanguardia.com/local/barcelona/20180702/45484723094/sinpapeles-graffiti-barcelona.html >.

SANTAELLA, Lúcia. Matrizes da linguagem e pensamento. Sonora, visual, verbal. São Paulo: Iluminuras, 2001.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2004.

SENNETT, Richard. Construir y habitar. Ética para la ciudad. Barcelona: Editorial Anagrama, 2019.

SILVA, Armando. Imaginários, estranhamentos urbanos. São Paulo: Sesc, 2014.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 RUA

Downloads

Não há dados estatísticos.