Abstract
O presente estudo ocupa-se em analisar discursivamente os sentidos produzidos a partir de dois enunciados constantes em paredes de estabelecimentos comerciais de Curitiba (PR): “Carne é crime” e “Fome é foda”. Para tanto, reflete acerca de suas condições de aparecimento, das implicações políticas, econômicas e sociais circundantes, via mapeamento das diferentes posições-sujeito em que se inscrevem tais enunciados; reflete também sobre como esses ressignificam evidências do corpo social. Neste artigo busco analisar como o social se apresenta em Linha de Passe, um filme de Walter Salles e Daniella Thomas. Inscrita na perspectiva discursiva materialista, chamo a atenção para um funcionamento específico da imagem em Linha de Passe: sua ‘metonimização’. Nesse modo de textualização da imagem, apresento a contradição condensada em sentidos que dão visibilidade a um social equívoco. Nesta análise, procuro compreender o social investido pelo político na materialidade significante de Linha de Passe.
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