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“PL do agrotóxico”
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Palavras-chave

Discurso
Memória
Silêncio
Agronegócio.

Como Citar

RESENDE, Sheilla Maria. “PL do agrotóxico”: discurso, memória, silêncio e resistência. RUA, Campinas, SP, v. 25, n. 1, 2019. DOI: 10.20396/rua.v25i1.8655727. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8655727. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

A propósito das discussões sobre o Projeto de Lei n. 6.299/2002, o “PL do agrotóxico”, que dispõe acerca da comercialização e uso de agroquímicos nas lavouras, pretendemos lançar luz sobre a ideia de que o lastro que garante o efeito de descrição do real nos discursos do agronegócio encontra-se na rede de memórias de um passado colonial latifundiário-escravocrata recente sobre e sob a qual significamos. A língua, de acordo com a perspectiva teóricometodológica com a qual trabalhamos, a análise do discurso materialista, é opaca, e dissimula em sua materialidade sintática conflitos, tensões e heterogeneidades. Ao debruçar-nos sobre as
análises feitas de alguns recortes discursivos a respeito das discussões sobre o PL, veremos que o agronegócio fala “por si”, ao mesmo tempo em que a agricultura familiar é “falada sobre”. Perceberemos, ainda, que o pequeno agricultor, produtor de alimentos, não de commodities, resiste em silêncio. Silêncio latente nos discursos fundados sob uma pretensa “lógica” de máxima eficiência dos territórios. Discursos que circulam e são significados sob um efeito de evidência conferido graças não somente a uma memória de posse violenta dos nossos territórios, mas também à interdição de outros sentidos para a relação homem-terra.

https://doi.org/10.20396/rua.v25i1.8655727
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Referências

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