Resumo
A eleição de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil teve o apoio, dentre outras alianças, de três lideranças religiosas de grande relevância para o Cristianismo brasileiro: o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, e o Monsenhor Jonas Abib, da Comunidade Canção Nova (CN). Após a eleição, Bolsonaro fez demonstrações públicas de agradecimento aos religiosos, tendo comparecido a eventos na Assembleia de Deus e na Chácara Santa Cruz, sede da CN no Vale do Paraíba Paulista, e mais recentemente ao Templo de Salomão, da IURD. A visita à Canção Nova foi marcada por um ritual descrito pelos meios de comunicação como “oração”, mas que corresponde ao complexo ritual de “imposição de mãos”, que inclui, além de rezas, a transferência do Espírito Santo, entidade espiritual que faz parte do processo de constituição da pessoa carismática (Bonfim 2012). O objetivo do artigo é conjugar o aspecto ontológico e ritual da comunicação pneumática contemporânea da Canção Nova dentro das relações entre o religioso e o político, mobilizadas com a ascensão de um governo de direita no Brasil.
Referências
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