Banner Portal
Aliança capitalista e enraizamento da dependência tecnológica na economia brasileira: uma visão institucionalista evolucionária
PDF

Palavras-chave

Aliança capitalista. Capital estrangeiro. Dependência tecnológica. Abordagem institucionalista evolucionária. Economia brasileira.

Como Citar

PEREIRA, Adriano José. Aliança capitalista e enraizamento da dependência tecnológica na economia brasileira: uma visão institucionalista evolucionária. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 26, n. 2, p. 303–335, 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8650936. Acesso em: 26 jul. 2024.

Resumo

Este artigo analisa, a partir da abordagem institucionalista evolucionária, as duas tentativas de emparelhamento tecnológico adotadas na economia brasileira, ocorridas na segunda metade do século XX, caracterizando-as segundo o conceito de “alianças capitalistas” de Peter Evans, entre Estado nacional, empresas estrangeiras e capital industrial nacional, nas décadas de 1950, 1960 e 1970, e entre Estado nacional e empresas estrangeiras, na década de 1990. Conclui-se que a primeira “aliança” condicionou a segunda, consolidando a trajetória dependente da economia nacional em relação ao capital produtivo estrangeiro, levando ao enraizamento da dependência tecnológica brasileira.
PDF

Referências

AMANN, E.; BAER, W. Neoliberalismo e concentração de mercado no Brasil: a emergência de uma contradição? Econômica, v. 8, n. 2, p. 269-189, 2006.

AMSDEN, A. H. A difusão do desenvolvimento: o modelo de industrialização tardia e a Grande Ásia Oriental. Revista de Economia Política, v. 12, n. 1, p. 133-40, jan./mar. 1992.

AMSDEN, A. H. A ascensão do “resto”: os desafios do ocidente de economias com industrialização tardia. São Paulo: Editora da Unesp, 2009.

AREND, M.; FONSECA, P. C. D. Brasil (1955-2005): 25 anos de catching up, 25 anos de falling behind. Revista de Economia Política, v. 32, n. 1 (126), p. 33-54, 2012.

ARRIGHI, G. A ilusão do desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 1997.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Censo de capitais estrangeiros no país: 1995, 2000 e 2005. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/rex/censoCE/port/censo.asp?idpai=cambio. Acesso em: 10 nov. 2010.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Censo de capitais estrangeiros no país – data-base: 2000 – resultado. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/Rex/Censo2000/Port/Resultado/resultados.asp?idpai=CENSO2000RES. Acesso em: 15 jan. 2011.

BARROS, J. R. M.; GOLDENSTEIN, L. Avaliação do processo de reestruturação industrial brasileiro. Revista de Economia Política, v. 17, n. 2, p. 11-31, 1997.

BOYER, R. Estado, mercado e desenvolvimento: uma nova síntese para o século XXI? Economia e Sociedade, n. 12, p. 1-20, 1999.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio Exterior. Exportação-importação dos setores industriais por intensidade tecnológica. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1113&refr=608. Acesso em: jul. 2012. BRESSER-PEREIRA, L. C. Estratégia nacional e desenvolvimento. Revista de Economia Política, v. 26, n. 2, p. 203-230, 2006.

BURLAMAQUI, L.; SOUZA, J. A. P.; BARBOSA-FILHO, N. The rise and halt of economic development in Brazil, 1945-2004: industrial catching-up, institutional innovation, and financial fragility. In: CHANG, H-J. (Ed.). Institutional change and economic development. New York: United Nations University Press, 2007. Chapt. 13, p. 239-259.

CAMPOLINA, B.; DINIZ, C. C. Crise global, mudanças geopolíticas e inserção do Brasil. Revista de Economia Política, v. 34, n. 4, p. 638-655, out./dez. 2014.

CANUTO, O. Aprendizado tecnológico na industrialização tardia. Economia e Sociedade, v. 2, n. 1 (2), p. 171-189, ago. 1993.

CARDOSO, F. H. Desenvolvimento: o mais político dos temas econômicos. Revista de Economia Política, v. 15, n. 4, p. 148-155, 1995.

CARDOSO, F. H. Relações Norte-Sul no contexto atual: uma nova dependência? In: BAUMANN, R. (Org.). O Brasil e a economia global. Rio de Janeiro: Sobeet: Campus, 1996. p. 5-15.

CARDOSO, F. H.; FALETTO, E. Dependência e desenvolvimento na América Latina: ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

CASTRO, A. B. Brazil’s second catch-up: characteristics and constraints. Cepal Review, n. 80, p. 71-80, 2003.

CASTRO, A. B.; SOUZA, F. E. P. de. A economia brasileira em marcha forçada. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

CHANG, H-J. Globalization, economic development and the role of the state. London and New York: Zed Books, 2004.

CHANG, H-J. Understanding the relationship between institutions and economic development – some key theoretical issues. In: CHANG, H-J. (Ed.). Institutional change and economic development. New York: United Nations University Press, 2007. p. 17-33.

CHESNAIS, F. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996.

CHIARINI, T. A inércia estrutural da base produtiva brasileira: o IDE e a transferência internacional de tecnologia. Revista de Economia Política, v. 36, n. 2, p. 286-308, abr./jun. 2016.

CIMOLI, M. et al. Instituições e políticas moldando o desenvolvimento industrial: uma nota introdutória. Revista Brasileira de Inovação, v. 6, n. 1, p. 55-85, 2007.

CIMOLI, M.; KATZ, J. Structural reforms, technological gaps and economic development – a Latin American perspective. Santiago, Chile: Cepal, 2002. (Serie Desarrollo Productivo, n. 129).

CNI – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Coeficientes de abertura comercial. Indicadores CNI, ano 5, n. 3, jul./set. 2015.

CEPAL – COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA E CARIBE. Investimento estrangeiro na América Latina e no Caribe. Brasília, DF: Cepal, 2004. (Documento Informativo).

DAHLMAN, C. J. Foreign technology and indigenous technological capability in Brazil. In: FRANSMAN, M.; KING, K. (Ed.). Technological capability in the third world. London: Macmillan Press, 1984. p. 317-334.

DOELLINGER, C.; CAVALCANTI, L. C. Empresas multinacionais na indústria brasileira. Rio de Janeiro: Ipea/Inpes, 1975.

DOSI, G.; PAVITT, K.; SOETE, L. The economics of technical change and international trade. England: Harvester Wheatsheaf, 1990. Adriano José Pereira, Ricardo Dathein 332 Economia e Sociedade, Campinas, v. 26, n. 2 (60), p. 303-335, ago. 2017.

EDQUIST, C. The systems of innovation approach and innovation policy: an account of the state of the art.

DRUID Conference, Aalborg University, June 12-15, 2001. Disponível em: http://folk.uio.no/ivai/ESST/Outline%20V05/edquist02.pdf. Acesso em: 10 ago. 2008.

EVANS, P. B. A tríplice aliança: as multinacionais, as estatais e o capital nacional no desenvolvimento dependente brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

EVANS, P. B. El Estado como problema y como solución. Desarrolo Econômico – Revista de Ciências Sociales, Buenos Aires, v. 35, n. 140, p. 529-562, 1996.

EVANS, P. B. Extending the ‘institutional’ turn: property, politics, and development trajectories. In: CHANG, H-J. (Ed.). Institutional change and economic development. New York: United Nations University Press, 2007. p. 35-52.

FRANCO, G. H. B. A inserção externa e o desenvolvimento. Revista de Economia Política, v. 18, n. 3, p. 121-147, 1998.

FURTADO, C. Estado e empresas transnacionais na industrialização periférica. Revista de Economia Política, v. 1, n. 1, p. 41-49, 1980.

GOLDENSTEIN, L. Repensando a dependência. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.

HODGSON, G. M. Institutional economics: surveying the ‘old’ and the ‘new’. Metroeconomica, v. 44, n. 1, p. 1-28, 1993.

HYMER, S. Empresas multinacionais: a internacionalização do capital. 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

IBGE. Estatísticas do século XX. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/seculoxx/ default.shtm. Acesso em: mar. 2012.

IBGE. Pesquisa de Inovação Tecnológica: 2000, 2003, 2005 e 2008. (Tabulações especiais).

KATZ, J. A dinâmica do aprendizado tecnológico no período de substituição de importações e as recentes mudanças estruturais no setor industrial da Argentina, do Brasil e do México. In: KIM, L.; NELSON, R. R. (Org.). Tecnologia, aprendizado e inovação: as experiências das economias de industrialização recente. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2000. p. 413-448.

KATZ, J. Reformas estruturais orientadas para o mercado, globalização e transformação dos sistemas de inovação latino-americanos. In: CASTRO, A. C. et al. (Org.). Brasil em desenvolvimento 1: economia, tecnologia e competitividade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 351-384.

KOGUT, B.; ZANDER, U. Knowledge of the firm and the evolutionary theory of the multinational corporation. Journal of International Business Studies, p. 625-645, Fourth quarter 1993.

LUNDVAL, B- . The social dimension of the learning economy. DRUID Working Papers, n. 96-1, Apryl 1996.

LANGLOIS, R. N.; ROBERTSON, P. L. Firms, markets and economic change: a dynamic theory of business institutions. London and New York: Routledge, 1995.

MOLLO, M. L. R.; AMADO, A. M. Desenvolvimento hacia afuera e desenvolvimento hacia adentro: erros e acertos da política econômica brasileira. In: OREIRO, J. L.; PAULA, L. F.; BASÍLIO, F. (Org.). Macroeconomia do desenvolvimento: ensaios sobre restrição externa, financiamento e política macroeconômica. Recife: Editora Universitária – UFPE, 2012. p. 141-162.

NELSON, R. R. The co-evolution of technology, industrial structure and supporting institutions. In: DOSI, G.; TEECE, D. J.; CHITRY, J. (Ed.). Technology, organization and competitiveness: perspective on industrial and corporate change. Oxford University Press, 1998. p. 319-35.

NELSON, R. R. Bringing institutions into evolutionary growth theory. Journal of Evolutionary Economics, n. 12, p. 17-28, 2002.

NORTH, D. C. Instituciones, cambio institucional e desempeño económico. México: Fondo de Cultura Económico, 1993.

ORGANIZATION ECONOMIC FOR COOPERATION AND DEVELOPMENT (OECD); World Trade Organization (WTO); United Nations Conference on Trade and Development (Unctad). Implications of global value chains for trade, investment, development and jobs. Saint Petersburg (Russian Federation), Sept. 2013. Disponível em: http://www.oecd.org/trade/G20-Global-Value-Chains- 2013.pdf. Acesso em: abr. 2014.

PALMA, G. Gansos voadores e patos vulneráveis: a diferença da liderança do Japão e dos Estados Unidos, no desenvolvimento do Sudeste Asiático e da América Latina. In: FIORI, J. L. (Org.). O poder americano. Petrópolis: Vozes, 2004.

PENROSE, E. A teoria do crescimento da firma. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006.

PEREIRA, A. J.; DATHEIN, R. Impactos do comportamento inovativo das grandes empresas nacionais e estrangeiras da indústria de transformação brasileira no desenvolvimento do sistema nacional de inovação. Estudos Econômicos, v. 45, n. 1, p. 65-96, jan./mar. 2015.

PEREZ, C. Cambio tecnológico y oportunidades de desarrollo como blanco móvil. Revista de la CEPAL, n. 75, p. 115-136, 2001.

PEREZ, C.; SOETE, L. Catching up in technology: entry barriers and windows of opportunity. In: DOSI, G. et al. (Ed.). Technical change and economic theory. London: Pinter Publishers, 1988. p. 458-479.

POSSAS, M. L. Multinacionais e industrialização no Brasil: notas introdutórias. In: BELLUZO, L. G. M.; COUTINHO, R. Desenvolvimento capitalista no Brasil: ensaios sobre a crise. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 9-37.

PROTEC – SOCIEDADE BRASILEIRA PRÓ-INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Monitor do déficit tecnológico: análise conjuntural das relações de troca de bens e serviços intensivos em tecnologia no comércio exterior brasileiro. Disponível em: http://protec.org.br/noticias/pagina/30800/Monitor-do-Deficit-TecnologicoResumo-de-2013. Acesso em: maio 2014.

REINERT, E. S. The role of the state in economic growth. Journal of Economic Studies, v. 26, n. 4/5, p. 268-326, 1999.

SARTI, F.; LAPLANE, M. O investimento direto estrangeiro e a internacionalização da economia brasileira nos anos 1990. Economia e Sociedade, v. 11, n. 1 (18), p. 63- 94, jan./jun. 2002.

SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.

SERRA, J. Ciclos e mudanças estruturais na economia brasileira do após-guerra. Revista de Economia Política, v. 2, n. 2, p. 5-45, abr./jun. 1982.

STURGEON, T.; GEREFFI, G.; GUINN, A.; ZYLBERBERG, E. O Brasil nas cadeias globais de valor: implicações para a política industrial e de comércio. Revista Brasileira de Comércio Exterior, n. 115, p. 26-41, 2013.

SUZIGAN, W. Estado e industrialização no Brasil. Revista de Economia Política, v. 8, n. 4, p. 5-16, 1988.

SUZIGAN, W. Indústria brasileira: origem e desenvolvimento. São Paulo: Hucitec; Ed. da Unicamp, 2000.

SUZIGAN, W.; ALBUQUERQUE, E. M. A interação entre universidades e empresas em perspectiva histórica no Brasil. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 2008. (Texto para Discussão, n. 329).

SUZIGAN, W.; FURTADO, J. Política industrial e desenvolvimento. Revista de Economia Política, v. 26, n. 2, p. 163-185, 2006.

SUZIGAN, W.; FURTADO, J. Instituições e políticas industriais e tecnológicas: reflexões a partir da experiência brasileira. Estudos Econômicos, v. 40, n. 1, p. 7-41, 2010.

TAVARES, M. da C. Crise e ciclo; o movimento recente da industrialização brasileira. Campinas-SP: Instituto de Economia, 1998.

THIRLWALL, A. P. The balance of payments constraint as an explanation of international growth rate differences. Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Review, v. 32, n. 128, Sept. 1979.

VERNON, R. Investimento externo e comércio internacional no ciclo do produto. In: SAVASINI, J. A. A.; MALAN, P. S.; BAER, W. (Orgs.). Economia Internacional. São Paulo: Saraiva, 1979. (Série Anpec de Leituras de Economia).

ZYSMAN, J. How institutions create historically rooted trajectories of growth. Industrial and Corporate Change, v. 3, n. 1, p. 243-283, 1994.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.