Banner Portal
política fiscal no contexto da financeirização: teoria insuficiente e indicadores inadequados
PDF

Palavras-chave

Política fiscal – Brasil. Novo consenso macroeconômico. Financeirização.

Como Citar

ARANTES, Flávio; BIASOTO JUNIOR, Geraldo. política fiscal no contexto da financeirização: teoria insuficiente e indicadores inadequados. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 26, p. 1063–1095, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8652321. Acesso em: 16 ago. 2024.

Resumo

O trabalho se propõe a problematizar a concepção de política fiscal no pensamento dominante em macroeconomia. A crítica enfoca a insuficiência dessa corrente em captar as relações entre o Estado e o capitalismo financeirizado e a inadequação dos indicadores utilizados para a avaliação da política fiscal. Num padrão de acumulação em que a gestão de ativos e a valorização da riqueza financeira dominam os movimentos dos fluxos econômicos, a política fiscal, muito além de lidar com receitas tributárias e despesas reais, se depara com a gestão dos estoques, seus movimentos e remunerações. Usando o caso da economia brasileira, mostra-se que as ações de natureza financeira e patrimonial que o Estado é compelido a realizar impactam o resultado fiscal de maneira mais significativa que os efeitos das receitas e despesas públicas, de maneira que, os indicadores-síntese utilizados, não expressam a dinâmica real das contas públicas e seu impacto sobre a economia.

PDF

Referências

ALLSOPP, C.; VINES, D. The macroeconomic role of fiscal policy. Oxford Review of Economic Policy, v. 21, n. 4, p. 485-508, 2005.

ARESTIS, P. On the effectiveness of monetary policy. Annandale-On-Hudson, NY, Levy Economics Institute, 2003. (Working Paper, n. 369).

ARESTIS, P. What is the new consensus in macroeconomics? In: ARESIS, P. (Ed.). Is there a new consensus in macroeconomics? Basingstoke, Reino Unido: Palgrave MacMillan, 2007.

ARESTIS, P. New consensus macroeconomics and inflation targeting: a Keynesian critique. Economia e Sociedade, Campinas, v. 17, Número Especial, p. 629-653, 2008.

ARESTIS, P.; SAWYER, M. New consensus, new Keynesianism, and the economics of the third way. Annandale-On-Hudson, NY, Levy Economics Institute, 2002. (Working Paper, n. 364).

BACHA, E. Prólogo para a Terceira Carta. In: FÓRUM GAZETA MERCANTIL. FMI X Brasil: a armadilha da recessão. São Paulo: Gazeta Mercantil, 1983.

BARRO, R. Are government bonds net wealth? Journal of Political Economy, v. 82, n. 6, p. 1095–1117, 1974.

BARRO, R.; GORDON, D. Rules, discretion and reputation in a model of monetary policy. Cambridge, MA, National Bureau of Economic Research, 1983. (Working Paper, n. 1079).

BELLUZZO, L. O declínio de Bretton Woods e a emergência dos mercados globalizados. Economia e Sociedade, Campinas, n. 4, 1995.

BIASOTO, G. A questão fiscal no contexto da crise do pacto desenvolvimentista. Tese (Doutorado)–Instituto de Economia. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 1995.

BIASOTO, G. Sustentabilidade da dívida e superávit primário: restrições fiscais e financeiras ao desenvolvimento. In: CONGRESSO DA AKB, 9, Uberlândia, 2015. Anais…

BLANCHARD, O. Suggestions for a new set of fiscal indicators. Paris: OECD Economics Department, 1990. (Working Papers, n. 79).

BLEJER, M.; CHEASTY. A. The measurement of fiscal deficits: analytical and methodological issues. Journal of Economic Literature, v. 29, n. 4, p. 1644-1678, 1991.

BLINDER, A. The case against the case against discretionary fiscal policy. Princeton, NJ: Center for Economic Policy Studies, 2004. (Working Papers, n. 102).

BRAGA, J. A. Financeirização da riqueza. Economia e Sociedade, Campinas, v. 2, p. 25-58, 1993.

BRAGA, J. A. Temporalidade da riqueza: teoria da dinâmica e financeirização do capitalismo. Campinas: IE/Unicamp, 2000.

CARLIN, W.; SOSKICE, D. Macroeconomics: imperfections, institutions and policies. Oxford: Oxford University Press, 2006.

CARVALHO, F. Equilíbrio fiscal e política econômica keynesiana. Revista Análise Econômica, Porto Alegre, ano 26, n. 50, p. 7-25, 2008.

CHARI, V. V.; KEHOE, P. J.; MCGRATTAN, E. R. New Keynesian models: not yet useful for policy analysis. Cambridge: National Bureau of Economic Research, 2008. (Working Paper Series, n. 14313).

CLARIDA, R.; GALI, J.; GERTLER, M. The science of monetary policy: a new Keynesian perspective. Journal of Economic Literature, v. 37, n. 4, p. 1661-707, 1999.

COCHRANE, J. A frictionless view of U.S. inflation. Chicago: Center for Research in Security Prices, University of Chicago, 1998. (CRSP Working Papers, n. 479).

DAVIDSON, P. Money and the real world. London: MacMillan, 1978.

DEVEREUX, M. Fiscal deficits, debt, and monetary policy in a liquidity trap. Dallas, Texas: Federal Reserve Bank of Dallas. Globalization and Monetary Policy Institute, 2010. (Working Paper, n. 44).

EPSTEIN, G. Financialization and the world economy: United Kingdom: Edward Elgar Publishing, 2005.

FOLHA DE SÃO PAULO – FSP. Bolsa fecha 2015 com terceiro maior fluxo de capital estrangeiro em 21 anos. 6 jan. 2016. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1726440-bolsa-fecha-2015- com-terceiro-maior-fluxo-de-capital-estrangeiro-em-21-anos.shtml. Acesso 30 out. 2017.

FONTANA, G. Whither new consensus macroeconomics? The role of government and fiscal policy in modern macroeconomics. Annandale-On-Hudson, NY, Levy Economics Institute, 2009. (Working Paper, n. 563).

FORDER, J. The historical place of the Friedman-Phelps. Expectation critique. Oxford: University of Oxford. Department of Economics, 2007. (Discussion Paper Series, n. 399).

FRIEDMAN, M. A monetary and fiscal framework for economic stability. The American Economic Review, Pittsburgh, PA, v. 38, n. 3, p. 245-264, 1948.

FRIEDMAN, M. The role of monetary policy. The American Economic Review, Pittsburgh, PA, v. 58, n. 1, p. 1-17, 1968.

FRIEDMAN, M.; HELLER, W. Monetary vs. fiscal policy. New York: W. W. Norton, 1969.

FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL – FMI. Global Prospects and Policies. World Economic Outlook: Sustaining the recovery, p. i-66. 2009.

GOODFRIEND, M.; KING, R. The new neoclassical synthesis and the role of monetary policy. National Bureau of Economic Research Macroeconomics Annual, Cambridge, v. 12, p. 231-283, 1997.

HELLER, P. Considering IMF’s perspective on a “sound fiscal policy”. Washington, DC: International Monetary Fund, 2002. (Discussion Paper, n. 02/08).

JALORETTO, C. Seis décadas de déficit público no Brasil. Brasília: STN, 2009.

KEYNES, J. M. A treatise on money: the pure theory of money. In: THE COLLECTED writings of John Maynard Keynes, v. V. London: Macmillan, 1930 [1978].

KEYNES, J. M. The General Theory of Employment, Interest, and Money. New York: Harcourt-Brace & World, Inc. 1936.

KEYNES, J. M. Alternative theories of the rate of interest. Economic Journal, n. 47, p. 241-52, 1937.

KIRSANOVA, T.; STEHN, S.; VINES, D. The interactions between fiscal policy and monetary policy. Oxford Review of Economic Policy, v. 21, n. 4, p. 532-564, 2005.

KYDLAND, F.; PRESCOTT, E. Rules rather than discretion: the inconsistency of optimal plans. The Journal of Political Economy, v. 85, n. 3.p. 473-492, 1977.

LEEPER, E. Equilibria under “active” and “passive” monetary and fiscal policies. Journal of Monetary Economics, v. 27, n. 1, p. 129-147, 1991.

LEEPER, E.; WALKER, T. Perceptions and misperceptions of fiscal inflation. In: ALESINA, A.; GIAVAZZI, F. (Ed.). Fiscal policy after the financial crisis. National Bureau of Economic Research Conference Report, Chicago Press, 2013.

LOPREATO, F. Novos tempos. Política fiscal e condicionalidades pós-80. Revista de Economia Contemporânea, v. 8, n. 1, p. 125-154, 2004.

LOPREATO, F. O papel da política fiscal: um exame da visão convencional. Campinas: Unicamp. IE, 2006. (Texto para Discussão, n. 119).

MANTEGA, G. Rally contra o câmbio vai quebrar a cara porque nós temos US$ 380 bilhões de reservas. Folha de São Paulo, Caderno de Economia, p. 1, 19 out. 2014.

MCCALLUM, B. Price level determinacy with an interest rate policy rule and rational expectations. Journal of Monetary Economics, v. 8, n. 3, p. 319-329, 1981.

MENDES, M. A Lei 11.803/2008 e a Relação Financeira Tesouro – Banco Central. Brasília: Senado Federal, 2016. (Textos para Discussão, n. 189).

MEYER, L. Does money matter? Federal Reserve Bank of St. Louis Review, v. 83, n. 5, p. 1-15, 2001.

PRATES, D.; BALTAR, C.; SEQUETO, M. A inserção externa do Brasil no contexto da crise global. In: NOVAIS, L.; CAGNIN, R.; BIASOTO, G. (Org.). A economia brasileira no contexto da crise global. São Paulo: Edições Fundap, 2014. p. 79-122.

REINHART, C.; ROGOFF, K. Growth in a time of debt. American Economic Association Papers and Proceedings, v. 100, n. 2, p. 573-578, 2010.

SALTO, F.; AFONSO, J. R.; BIASOTO, G.; KOHLER, M. As duas dimensões do ajuste fiscal. In: BACHA, E. (Org.). A crise fiscal e monetária brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. p. 467-480.

SARGENT, T.; WALLACE, N. Some unpleasant monetarist arithmetic. Federal Reserve Bank of Minneapolis Quarterly Review, 1981.

SANTOS, F. A nova síntese neoclássica frente à crise econômica mundial: a volta da política fiscal? Dissertação (Mestrado)–Instituto de Economia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2011.

SOLOW, R. Rethinking fiscal policy. Oxford Review of Economic Policy, v. 21, n. 4, p. 509-514, 2005.

TAVARES, M.; MELIN, L. Pós-escrito 1997: a reafirmação da hegemonia norte-americana. In: TAVARES, M.; FIORI, J. (Org.). Poder e dinheiro. Uma economia política da globalização. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1997. p. 55-86.

TAYLOR, J. Discretion versus policy rules in practice. Carnegie-Rochester Conference Series on Public Policy, v. 39, n. 1, p. 195-214, 1993.

TCHERNEVA, P. The return of fiscal policy: can the new developments in the new economic consensus be reconciled with the post-Keynesian view? Annandale-On-Hudson, NY, Levy Economics Institute, 2008. (Working Paper, n. 539).

WREN-LEWIS, S. The limits to discretionary fiscal stabilization policy. Oxford Review of Economic Policy, v. 16, n. 4, p. 92-115, 2000.

WOODFORD, M. Public debt and the price level. Princeton, NJ: Princeton University, 1998. (Working Paper).

WOODFORD, M. Interest and prices: foundations of a theory of monetary policy. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2003.

WOODFORD, M. Convergence in macroeconomics: elements of the new synthesis. American Economic Journal: Macroeconomics, v. 1, n. 1, p. 267-279, 2008.

O periódico Economia e Sociedade disponibiliza todos os conteúdos em acesso aberto, através da plataforma SciELO, e usa uma licença aberta para preservar a integridade dos direitos autorais dos artigos em ambiente de acesso aberto.

O periódico adotou até Abril/2015 a licença Creative Commons do tipo BY-NC. A partir de Maio/2015 a licença em uso é do tipo Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), disponível no seguinte link: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt

Autores são integralmente responsáveis pelo conteúdo e informações apresentadas em seus manuscritos.

O periódico Economia e Sociedade encoraja os Autores a autoarquivar seus manuscritos aceitos, publicando-os em blogs pessoais, repositórios institucionais e mídias sociais acadêmicas, bem como postando-os em suas mídias sociais pessoais, desde que seja incluída a citação completa à versão do website da revista.

Downloads

Não há dados estatísticos.