Resumo
O objetivo é apresentar uma forma de uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para documentar e analisar redes ferroviárias, tomando como exemplo o caso de Ribeirão Preto (SP). Há quatro ferrovias de valor histórico relacionadas ao café: Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, Ramal Dumont, Ramal Santa Thereza e Estrada de Ferro São Paulo e Minas. Dentre elas, o artigo trata da Companhia Mogiana, especificamente da Linha do Rio Grande e do Ramal do Sertãozinho, no trecho interno ao antigo Núcleo Colonial Antônio Prado. O método é baseado em pesquisas bibliográfica, documental e de campo. Os dados foram sistematizados em SIG, que serviu como suporte para reconstituir a rede ferroviária do município ao longo dos anos, a partir de documentação cartográfica, bibliográfica, iconográfica e de vestígios materiais. Como resultados, tem-se um banco de dados espacializados, referentes a diferentes escalas e tempos, que viabilizam a compreensão sistêmica do patrimônio ferroviário. Como contribuição, o artigo evidencia a importância histórica de outros elementos do patrimônio ferroviário, para além das estações, trazendo reflexões acerca dos critérios empregados nas políticas de preservação dos bens culturais do município. A mesma sistemática pode ser empregada em outras localidades e conformar um SIG histórico-ferroviário em escala regional.
Referências
Aronoff, S. (1991). Geographic Information Systems: A Management Perspective. Ottawa: WDL Publications.
Bol, P., Gerring, J., Nunn, N., Southall, H., & Woodberry, R. (2011). Proposal: A Global Historical GIS (GH-GIS) Project. Disponível em: http://people.bu.edu/jgerring/documents/GlobalhistoricalGIS_Project.pdf. Acesso em: 30.04.2021.
Cavalcante, I. M. P. (2016). Arquiteturas temporais: a prática historiográfica do patrimônio cultural. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.
Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação (CMEFN) (1900). Relatório nº 47 da Diretoria da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação para a Assembleia Geral. Typographia da Industrial de São Paulo. Disponível em: https://memoriaferroviaria.rosana.unesp.br/?page_id=1796
Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação (CMEFN) (1901). Relatório nº 48 da Diretoria da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação para a Assembleia Geral. Typographia da Industrial de São Paulo. Disponível em: https://memoriaferroviaria.rosana.unesp.br/?page_id=1796
Empresa de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (1948). Levantamento Rua Municipal Ribeirão Preto - Escala 1:1000 [Mapa].
Empreza Força e Luz (1910). Planta da Cidade de Ribeirão Preto - Organizada pelo escriptorio da Empreza Força e Luz – Escala 1:10.000 [Mapa].
Francisco, R. C. (2007). As oficinas da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro: Arquitetura de um complexo produtivo. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
Freire, M. E. L. (2015). Patrimônio Ferroviário: por uma compreensão da sua lógica funcional. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil.
Gauthiez, B. (2016, Agosto). Lyon, das fontes escritas ao SIG Histórico - métodos e exemplos de aplicação. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 64, p. 21-50. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/119563. Acesso em: 30.04.2021.
Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo (2010-2011). IGC – Ortofotos Leste SP 2010 [Mapa].
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN (2010). Manual Técnico do Patrimônio Ferroviário. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Manual_tecnico_patrimonio_ferroviario.pdf. Acesso em: 30.04.2021
International Council on Monuments and Sites – Icomos (1964). Carta de Veneza. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Veneza%201964.pdf. Acesso em: 30.04.2021.
Kühl, B. M. (2008). Preservação do Patrimônio Arquitetônico da Industrialização: Problemas Teóricos de Restauro. Cotia: Ateliê Editorial.
Lei n. 11.483, de 31 de maio de 2007. (2007). Dispõe sobre a revitalização do setor ferroviário, altera dispositivos da Lei no 10.233, de 5 de junho de 2001, e dá outras providências. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11483.htm. Acesso em: 30.04.2021.
Oliveira, E. R. (2010, Junho). Patrimônio Ferroviário do Estado de São Paulo: as condições de preservação e uso dos bens culturais. Projeto História, v. 40, p. 179-203. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/6129. Acesso em: 30.04.2021.
Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto – PMRP (2016). Ortofotos em escala 1:5.000 [Mapa].
Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto – PMRP (2012). Inventário de Referências Culturais: Relatório da fase III.
Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto – PMRP (2011). Inventário de Referências Culturais: Relatório da fase II.
Rede de Cooperação Identidades Culturais (RCIC) (2010). Inventário de Referências Culturais: Relatório da fase I.
Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto – PMRP (1984). Obra 480 [Mapa].
Santos, M. (2008). Por uma Geografia Nova: Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. 6 ed. São Paulo: Edusp.
Schettini, R. (1918). Planta Cadastral de Ribeirão Preto - Contendo dados referentes à canalização de agua e esgottos - 1:2000 [Mapa].
Sem autor (1962). 153.06 [Mapa].
Silva, A. C. B. (2006). Campos Elíseos e Ipiranga. Memórias do antigo Barracão. Ribeirão Preto: Editora COC.
Souza, C. V. F., Soriani, M. B., & Zampollo, M. S. (2012). Patrimônio ferroviário de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto: Fundação Instituto do Livro.
The International Committee for Conservation of the Industrial Heritage – TICCIH (2003). Carta de Nizhny Tagil sobre o Patrimônio Industrial. Disponível em: https://ticcihbrasil.com.br/cartas/carta-de-nizhny-tagil-sobre-o-patrimonio-industrial/. Acesso em: 30.04.2021.
Vert, G. (1887). Nucleo Colonial Antonio Prado em Ribeirão Preto – Escala 1:10.000 [Mapa].
Viñas, S. M. (2004). Teoría contemporánea de la Restauración. Madri: Editorial Sintesis.
Zamboni, D. P. (2012). A função social e a refuncionalização do território ferroviário da Cia Mogiana em Ribeirão Preto. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil.
Zamboni, D. P., Falcoski, L. A. N., & Castro, C. M. P. (2013). A rede ferroviária como patrimônio público e a organização espacial urbana em Ribeirão Preto (1947-1998): deixando o “espaço livre”. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, v. 20, 26, p. 95-109. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/Arquiteturaeurbanismo/article/view/P.2316-1752.2013v20n26p95. Acesso em: 30.04.2021.
Zeoti, G. N. (2020). Subsídios para o planejamento de redes de greenways: estudo de caso de Ribeirão Preto, SP. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Labor e Engenho