Banner Portal
Ergatividade em Matsés (Pano)
PDF

Palavras-chave

Família pano. Língua matsés. Língua mayoruna. Ergatividade. Marcação de caso. Diacrônia. Ergatividade.

Como Citar

FLECK, David. Ergatividade em Matsés (Pano). LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 5, n. 1, p. 89–111, 2012. DOI: 10.20396/liames.v5i1.1440. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/1440. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este texto explora diferentes padrões de alinhamento dos argumentos na gramática da língua Matsés da família Pano, com ênfase especial na forma como a morfologia da língua aparentemente está tornando-se mais ergativa. O Matsés apresenta um forte padrão de marcação de caso do tipo ergativo/absolutivo, mas o alinhamento ergativo/absolutivo restringe-se ao sistema de caso e a alguns padrões morfológicos menores.
A concordância de pessoa marcada no verbo é feita com os argumentos nominativos (S/A). A sintaxe ou mostra padrões nominativo/acusativos triviais, ou, mais freqüentemente, não mostra nenhum alinhamento dos argumentos.
Além dessa cisão entre a morfologia e a sintaxe, o Matsés não apresenta sistemas de ergatividade cindida importantes. As duas maneiras mais importantes pelas quais o Matsés está se tornando mais ergativo são o uso inovador do marcador de caso ergativo para tirar a ambigüidade das orações duplo-absolutivas, e a extensão do padrão ergativo de marcação de caso de frases ativas simples para construções negativas reanalisadas. Uma das abordagens sobre teoria da ergatividade assume que ela surge como um acidente histórico através de reanálises, e os sistemas ergativos são destinados a desgastar-se gradualmente, tornando-se nominativo/acusativo com o passar do tempo. Os padrões apresentados pelo Matsés parecem ir de encontro a esta rota evolucionária esperada, e, portanto deverian ser levados em conta por teorias diacrônicas de ergatividade.
https://doi.org/10.20396/liames.v5i1.1440
PDF

Referências

ANDERSON, Stephen R. (1977). On mechanisms by which languages become ergative. In Li, Charles. (editor), Mechanisms of Syntactic Change, p. 317-363. Austin: University of Texas Press.

DIXON, R. M. W. (1994). Ergativity. Cambridge: Cambridge University Press.

FERREIRA, Rogério Vicente. (2001). Língua Matis (Pano): Aspectos Descritivos da Morfossintaxe. LINCOM Studies in Native American Linguistics 38. München: LINCON Europa.

FERREIRA, Rogério Vicente. (2005). Língua Matis (Pano): Uma Descrição Gramatical. Tese de Doutorado em Lingüística. Campinas: IEL-UNICAMP.

FLECK, David W. (2002). Causation in Matses (Panoan, Amazonian Peru). In Shibatani, Masayoshi (editor), The Grammar of Causation and Interpersonal Manipulation, p. 373-415. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company.

FLECK, David W. (2003). A Grammar of Matses. Tese de Doutorado em Lingüística. Houston, Texas: Rice University.

FLECK, David W. (no prelo a). Antipassive in Matses. Studies in Language 30.

FLECK, David W. (no prelo b). Body-part prefixes in Matses: Derivation or noun incorporation? International Journal of American Linguistics, 72.

FLECK, David W. (no prelo c). Complementation in Matses. In Complement Clauses and Complementation Strategies, R.M.W. Dixon e Alexandra Y. Aikhenvald (editores).

GILDEA, Spike. (2003). Are There Universal Cognitive Motivations for Ergativity? In Queixalós, F. (editor). Ergatividade na Amazônia II, p. 1-37.Brasília: Laboratório de Línguas Indígenas, Universidade de Brasília.

KNEELAND, Harriet. (1979). Lecciones para el Aprendizaje del Idioma Mayoruna. Documento de Trabajo No. 14. Yarinacocha, Peru: Instituto Lingüístico de Verano.

MITHUN, Marianne e CHAFE, Wallace. (1999). What are S, A, and O? Studies in Language 23: 569-596.

THOMPSON, Sandra A. e LONGACRE, Robert E. (1985). Adverbial clauses. In Shopen, Timothy (editor). Language Typology and Syntactic Description, Volume 2: Complex Constructions, p. 171-234. Cambridge: Cambridge University Press.

VALENZUELA, Pilar. (1999). Adverbials, Transitivity, and Switch-Reference in Shipibo-Konibo. Chicago Linguistic Society 35: The Panels: 355-371.

VALENZUELA, Pilar. (2003). Transitivity in Shipibo-Konibo Grammar. Tese de Doutorado em Lingüística. Eugene: University of Oregon.

A LIAMES: Línguas Indígenas Americanas utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Os artigos e demais trabalhos publicados na LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, publicação de acesso aberto, passa a seguir os princípios da licença do Creative Commons. Uma nova publicação do mesmo texto, de iniciativa de seu autor ou de terceiros, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, citando-se a edição e a data desta publicação.

Downloads

Não há dados estatísticos.