Banner Portal
Koropó, puri, kamakã e outras línguas do Leste Brasileiro
PDF

Palavras-chave

Línguas indígenas do leste do Brasil. Comparação entre línguas extintas. Koropó e puri. Famílias maxakali
kamakã
krenak e jê.

Como Citar

RAMIREZ, Henri; VEGINI, Valdir; FRANÇA, Maria Cristina Victorino de. Koropó, puri, kamakã e outras línguas do Leste Brasileiro. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 15, n. 2, p. 223–277, 2015. DOI: 10.20396/liames.v15i2.8642302. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8642302. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Neste estudo, realizamos uma análise aprofundada de línguas extintas localizadas no Leste do Brasil (de São Paulo a Salvador). Tradicionalmente, agrupa-se o koropó com o puri (coroado) e ambos na superfamília macro-jê. Inicialmente, refutamos qualquer afinidade entre as línguas koropó e puri e, subsequentemente, apresentamos razões para excluir o puri-coroado das línguas macro-jê. Prosseguindo em direção ao norte, examinamos detalhadamente a família maxakali, propomos uma classificação provisória de suas línguas afiliadas e comparamos pormenorizadamente essa família com línguas do seu entorno geográfico (kamakã, jê e krenak). Desse estudo, podemos concluir que o maxakali mantém estreita relação com o kamakã, sugerindo-nos a existência de um vínculo genético entre esses dois grupos linguísticos. Contudo, não podemos propor relação genética semelhante para todas as quatro famílias (maxakali, kamakã, jê, krenak) visto que seus falantes viviam numa área onde houve um longo período de contatos interétnicos que poderia ter favorecido o compartilhamento de grande número de empréstimos linguísticos entre esses idiomas.

https://doi.org/10.20396/liames.v15i2.8642302
PDF

Referências

Ayres de Cazal, Manuel (1845). Corographia brasilica ou relação historico-geographica do Brazil (1817), vol.2. Rio de Janeiro: Imprensa Régia.

Campbell, Lyle; Mithun, Marianne (1979). Introduction: North American Indian historical linguistics in current perspective. In Lyle Campbell; Marianne Mithun (eds). The languages of Native America, pp. 3-69. Austin: University of Texas Press.

Campos, Carlo Sandro de Oliveira (2009). Morfofonêmica e morfossintaxe da língua Maxakalí. Tese de Doutorado em Linguística. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais.

Campos, Carlo Sandro de Oliveira (2011). Contribuições da língua Maxakalí para a descrição léxico-gramatical da língua Pataxó. Anais do Congresso Nacional de Estudos Linguísticos. Vitória, Espírito-Santo.

Eschwege, Wilhelm Ludwig von (2002). Journal do Brasil 1811-1817. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro.

Fagundes, Giselle; Martins, Nahílson (2002). Capítulos Sertanejos. Montes Claros.

Guérios, Rosario Farani Mansur (1944). Estudos sôbre a língua Camacã. Arquivo do Museu Paranaense 4: 291-320. Curitiba.

Knivet, Anthony (1906). The admirable adventures and strange fortunes of Master Antonie Knivet, which went with Master Thomas Candish in his second voyage to the south sea. 1591. In Samuel Purchas (ed.). Hakluytus posthumus, vol. XVI, cap. VII, pp. 177-289. Glascow.

Lima, Francisco das Chagas (1885). Notícia da fundação e princípios d’esta Aldêa de S. João de Queluz. Jornal do Instituto Histórico e Geográfico Brazileiro, t. v, 17: 72-76. Rio de Janeiro.

Loukotka, Čestmir (1932). La familia lingüística Kamakan del Brasil. Revista del Instituto de Etnología de la Universidad Nacional de Tucumán 2: 493-524. Tucumán.

Loukotka, Čestmir (1937). La familia lingüística Coroado. Journal de la Société des Américanistes 29 (1): 157-214. Paris.

Loukotka, Čestmir (1963). Documents et vocabulaires inédits de langues et de dialectes sud-américains. Journal de la Société des Américanistes 52: 7-60. Paris.

Loukotka, Čestmir (1968). Classification of South American Indian languages. Los Angeles: Latin American Center, UCLA.

Luft, Wlademir José (2000). Da história à pré-história: as ocupações das sociedades Puri e Coroado na Bacia do Alto rio Pomba (o caso da Serra da Piedade). Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Marlière, Guido Thomaz (1906). Escritos avulsos, correspondência. Revista do Arquivo Público Mineiro, Ano X, fascículos III e IV: 383-668. Belo Horizonte.

Martius, Karl Friedrich Philip von (1863). Glossaria linguarum Brasiliensium: glossarios de diversas lingoas e dialectos, que fallao os Indios no imperio do Brazil. Erlangen: Druck von Jange.

Martius, Karl Friedrich Philip von (1867). Beiträge zur Ethnographie und Sprachenkunde Amerika’s zumal Brasiliens, I. Zur Ethnographie. Leipzig: Friedrich Fleischer.

Mason, John Alden (1950). The languages of South American Indians. In Julian Haynes Steward (ed.). Handbook of South American Indians, vol. 6, pp. 157-317. Bureau of American Ethnology, Bulletin 143. Washington, D.C.: Smithsonian Institution.

Meader, Robert (1978). Índios do Nordeste. Série Lingüística 8. Brasília: SIL.

Métraux, Alfred (1951). Une nouvelle langue Tapuya de la région de Bahia (Brésil). Journal de la Société des Américanistes 40: 51-58. Paris.

Métraux, Alfred (1963a). The Guaitacá. In Julian Haynes Steward (ed.). Handbook of South American Indians, vol. 1, pp. 521-522. Bureau of American Ethnology, Bulletin 143. Washington, D.C.: Smithsonian Institution.

Métraux, Alfred (1963b). The Purí-Coroado linguistic family. In Julian Haynes Steward (ed.). Handbook of South American Indians, vol. 1, pp. 523-530. Bureau of American Ethnology, Bulletin 143. Washington, D.C.: Smithsonian Institution.

Nimuendajú, Curt (1958). Índios Machacarí. Revista de Antropologia, Separata do vol. 6, 1: 53-61. São Paulo: Universidade de São Paulo.

Nimuendajú, Curt (1987). Mapa etno-histórico. Rio de Janeiro: IBGE.

Nimuendajú, Curt; GUÉRIOS, Rosario Farani Mansur (1948). Cartas etnolingüísticas. Revista do Museu Paulista, n.s., 2: 207-241.

Popovich, Harold; Popovich, Frances (2004). Dicionário Maxakalí-Português. Cuiabá: SIL.

Reis, Paulo Pereira dos (1965). Os Puri de Guapacaré e algumas achegas à história de Queluz. Revista de História 61: 117-158. São Paulo: Universidade de São Paulo.

Ribeiro, Eduardo Rivail (2007). Eastern Macro-Jê: a hypothesis on the internal classification of the Macro-Jê stock. [manuscrito]

Rodrigues, Aryon Dall’Igna (1999). Macro-Jê. In Robert Malcolm Ward Dixon; Alexandra Yurievna Aikhenvald (eds.). The Amazonian Languages, pp. 164-206. Cambridge: Cambridge University Press.

Rodrigues, Aryon Dall’Igna; CABRAL, Ana Suelly Arruda Câmara (2007). Através do léxico Macro-Jê. In Aryon Dall’Igna Rodrigues; Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (eds.). Línguas e Culturas Macro-Jê, pp. 175-179. Brasília: Editora UNB.

Saint-Hilaire, Auguste de (1975). Viagem à província de Goiás. Belo Horizonte: Editora Itatiaia.

Saint-Hilaire, Auguste de (2000). Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Belo Horizonte: Editora Itatiaia.

Schott, Heinrich Wilhelm (1822). Tagebücher des K.K. Gärtners in Brasilien. Nachrichten von den Kaiserlichen Österreichischen Naturforschern in Brasilien (depois do vol. 2). Brünn.

Silva, Aracy Lopes da; Rodrigues, Maria Carolina Young (1982). Lições de Bahetá: sobre a língua Pataxó-Hãhãhãi. São Paulo: Commissão Pró-Índio de São Paulo.

Silva Neto, Ambrósio Pereira da (2007). Revisão da classificação da família lingüística Purí. Dissertação de Mestrado. Brasília: Universidade de Brasília.

Spix, Johann Baptist von; Martius, Karl von (1981). Viagem pelo Brasil (1817-1820), vol. I. Belo Horizonte: Editora Itatiaia.

Torrezão, Alberto Noronha (1889). Vocabulario puri. Revista trimensal do Instituto Histórico e Geográfico Brazileiro, t. LII, parte Ia: 511-514. Rio de Janeiro.

Urban, Greg (1998). A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas. In Manuela Carneiro da Cunha (ed). História dos Índios do Brasil, pp. 87-102. São Paulo: Companhia das Letras.

Vasconcellos, Simão de (1865). Chronica da Companhia de Jesu, do Estado do Brasil. vol. 1. Lisboa.

Wied-Neuwied, Maximilian Alexander Philipp, Prinz von (1989). Viagem ao Brasil nos anos de 1815 a 1817. Belo Horizonte: Editora Itatiaia.

A LIAMES: Línguas Indígenas Americanas utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Os artigos e demais trabalhos publicados na LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, publicação de acesso aberto, passa a seguir os princípios da licença do Creative Commons. Uma nova publicação do mesmo texto, de iniciativa de seu autor ou de terceiros, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, citando-se a edição e a data desta publicação.

Downloads

Não há dados estatísticos.