Banner Portal
Padrões de alinhamento morfossintáticos em Akwe?-Xerente (Jê)
PDF

Palavras-chave

Língua akwé-xerente. Padrões de alinhamento. Casos gramaticais. Nominativo-absolutivo. Ergativo-absolutivo.

Como Citar

SOUSA FILHO, Sinval Martins. Padrões de alinhamento morfossintáticos em Akwe?-Xerente (Jê). LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 11, n. 1, p. 115–128, 2011. DOI: 10.20396/liames.v0i11.1498. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/1498. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

Neste texto, objetiva-se apresentar os padrões de alinhamento morfossintáticos da língua Akwe)-Xerente (Jê), a qual é falada por 3.100 indígenas que vivem em duas áreas indígenas situadas na cidade de Tocantínia - TO. A partir de estudos tipológico-funcionais sobre padrões de alinhamento (Comrie 1976, 1981, 1985, 1989) e de estudos do tema em línguas indígenas brasileiras (Alves 2004, Cabral et al. 2004, e Grannier 2002), são descritos e analisados os casos gramaticais relacionados ao sujeito e ao objeto, a saber: casos nominativo, absolutivo, ergativo e partitivo. São colocados em evidência dois padrões de alinhamento em Xerente, o nominativo-absolutivo e o ergativo-absolutivo. Em Xerente, quando os sujeitos de verbos intransitivos estão alinhados duplamente, por um lado como sujeito de verbos transitivos e, por outro, como objetos de verbos transitivos, a língua opera com o sistema nominativo-absolutivo. Já o caso ergativo-absolutivo é condicionado pela presença de operadores pós-verbais. Nas sentenças ergativas, o sujeito intransitivo (S) é tratado como o objeto direto (O) e tem tratamento diferente do sujeito transitivo (A), isto é, S=O#A (Dixon 1979, 1994 e Van Valin Jr. 2001). Assim, procura-se demonstrar como ocorre a cisão entre os alinhamentos nominativo-absolutivo e ergativo-absolutivo na referida língua. 

https://doi.org/10.20396/liames.v0i11.1498
PDF

Referências

ALVES, Flávia C. (2004). O timbira falado pelos Canela Apãniekrá: Uma contribuição aos estudos da morfossintaxe de uma língua Jê. Tese de Doutorado em Linguística. Campinas-SP: IEL/UNICAMP.

BELLETTI, Adriana (1988). The case of unaccusatives. Linguistic Inquiry 19(1): 1-34.

CABRAL, Ana Suelly A. C.; RODRIGUES, Aryon. D.; COSTA, Lucivaldo. S. da (2004). Notas sobre a ergatividade em Xíkrin. LIAMES 4: 7-20.

CARVALHO, Guilhermina M. de (2011). Inacusatividade e ergatividade na fala rural do PB. Disponível em: http://www.inventario.ufba.br/05/pdf/gcarvalho.pdf. Acesso em: 01 jul. 2011.

COMRIE, Bernard (1989). Some general properties of reference-tracking systems. In Arnold Doug et al. (eds.) Essays on grammatical theory and universal grammar, pp 37-51. Oxford: Clarendon Press.

COMRIE, Bernard (1985). Causative verb formation and other verb-deriving morphology. In Timothy Shopen (ed.). Language typology and syntactic description. vol.3: 309-348. Cambridge: Cambridge University Press.

COMRIE, Bernard (1981). Relative clauses. In COMRIE, Bernard. Language Universals and Linguistic Typology, pp. 138-164. Chicago: The Chicago University Press.

COMRIE, Bernard (1976). The syntax of causative construction: cross-language similarities and divergences. In Masayoshi Shibatini, M. (ed.) The grammar of causative constructions. Syntax and Semantics. vol. 6: 261-312. New York: Academic Press.

DIXON, R. M. W (1979). Ergativity. Language 55(1): 59-138.

DIXON, R. M. W (1994). Ergativity. Cambridge: University Press.

FERREIRA, Rogério (2005). Educação Escolar Indígena e Etnomatemática: a pluralidade de um encontro na tragédia pós-moderna. Tese de Doutorado em Educação. São Paulo: Faculdade de Educação, USP.

GRANNIER, Daniele M. (2002). Aspectos da morfossintaxe do Guarani Antigo. Tese de Doutorado em Linguística. Maceió-AL: UFAL.

KATAMBA, Francis (1993). Morphology. London: Palgrave Publishers Ltd.

KRIEGER, Wanda B.; KRIEGER, Gunter C. (1994). Dicionário escolar: Xerente-Português-Xerente. Rio de Janeiro: Junta das Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira.

PEZATTI, Erotilde G. (2011). A ordem de palavras e o caráter nominativo/ergativo do português falado. Disponível em: seer.fclar.unesp.br/alfa/article/download/3942/3620. Acesso em: 01 jul 2011.

SOUSA FILHO, Sinval M. de (2007). Aspectos Morfossintáticos da língua Akwe)-Xerente (Jê). Tese de Doutorado em Linguística. Goiânia – GO: UFG.

VAN VALIN JR., Robert D. (2001). An introduction to syntax. Cambridge: Cambridge University Press.

A LIAMES: Línguas Indígenas Americanas utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Os artigos e demais trabalhos publicados na LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, publicação de acesso aberto, passa a seguir os princípios da licença do Creative Commons. Uma nova publicação do mesmo texto, de iniciativa de seu autor ou de terceiros, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, citando-se a edição e a data desta publicação.

Downloads

Não há dados estatísticos.