Banner Portal
Nominalização e classe de palavras em línguas indígenas do Brasil: uma perspectiva tipológica
PDF

Palavras-chave

Tipologia linguística. Oração relativa. Nominalização. Classes de palavras.

Como Citar

CAMACHO, Roberto Gomes; GIMENEZ, Amanda D’Alarme. Nominalização e classe de palavras em línguas indígenas do Brasil: uma perspectiva tipológica. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 17, n. 2, p. 389–410, 2017. DOI: 10.20396/liames.v17i2.8649533. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8649533. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho examina a relação entre a modificação sintática mediante o uso de orações relativas e de adjetivos e a organização morfossintática no que se refere às classes de palavras em busca de generalizações tipológicas. A hipótese que se investiga é a da possível correlação entre ausência de adjetivo como classe de palavras e ausência de oração relativa como construção a serviço da modificação nominal. A principal consequência dessa correspondência é a de o nome assumir a função modificadora do adjetivo, e a construção nominalizada, a função modificadora da oração relativa. A amostra é composta por 30 línguas indígenas brasileiras, previamente descritas em gramáticas, teses ou em outros materiais descritivos. Os dados coletados confirmam a hipótese de que as línguas que carecem de adjetivos como classe lexical se valem de nominalização como estratégia de relativização, ao passo que as línguas que dispõem de adjetivos em seu léxico tendem a construir orações relativas por meio de outras estratégias de relativização.
https://doi.org/10.20396/liames.v17i2.8649533
PDF

Referências

Abbott, Miriam (1991). Macushi. In Desmond C. Derbyshire; Geoffrey K. Pullum (eds). Handbook of Amazonian Languages, vol. 3, pp. 23-160. Berlin: Mouton de Gruyter.

Aikhenvald, Alexandra Y. (2003). A grammar of Tariana, from Northwest Amazonia. Cambridge: Cambridge University Press.

Aikhenvald, Alexandra Y. (1988). Warekena. In Desmond C. Derbyshire; Geoffrey K. Pullum (eds). Handbook of Amazonian languages, vol. 4, pp. 225-439. Berlin: Mouton de Gruyter.

Araújo, Gabriel Antunes (2004) A grammar of Sabanê: A Nambikwaran language. Utrecht: LOT.

Borgman, Donald (1990). Sanuma. In Desmond C. Derbyshire; Geoffrey K. Pullum (eds.). Handbook of Amazonian languages, vol. 2, pp. 17-248. Berlin: Mouton de Gruyter.

Bybee, Joan (1985). Morphology: a study of the relation between meaning and form. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins.

Callow, John Campbell (1962). The Apinayé language: Phonology and grammar (Tese de doutorado em Linguística). Londres: London University.

Camacho, Roberto Gomes (2012). A nominalização como estratégia de relativização em línguas nativas da Amazônia brasileira. Luso-Brazilian Review 49(1): 225-251.

Cândido, Glaucia Vieira (2004). Descrição morfossintática da língua Shanenawa (Pano) (Tese de doutorado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas.

Cardoso, Varia Faria (2008). Aspectos morfossintáticos da língua Kaiowá (Guarani) (Tese de doutorado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas.

Chapman, Shirley; Derbyshire, Desmond C. (2000). Paumari. In Desmond C. Derbyshire; Geoffrey K. Pullum (eds.). Handbook of Amazonian languages, vol. 3, pp. 161-352.

Comrie, Bernard (1989). Language universals and linguistic typology. Oxford: Blackwell.

Croft William (2000). Explaining language change. An evolutionary approach (Longman linguistics library). Harlow: Pearson Education Ltd.

Crofts, Marjorie (1973). Gramática munduruku. Série Linguística 2. Cuiabá: Summer Institute of Linguistics.

Crowell, Thomas Harris (1979). A grammar of Bororo (Tese de doutorado). Ithaca: Cornell University.

Cruz, Maria Odileiz Sousa (2005). Fonologia e gramática Ingarikó (Tese de doutorado). Amsterdam: Vrije Universiteit.

Derbyshire, Desmond C. (1979). Hixkaryana (Lingua descriptive studies, vol. 1). Amsterdam: North-Holland Publishing Company.

Dik, Simon Charles (1997a). The theory of functional grammar. Part I: The structure of the clause. Ed. by Kees Hengeveld. Berlin/New York: Mouton de Gruyter.

Dik, Simon Charles (1997b). The theory of functional grammar. Part II: Complex and derived constructions. Ed. by Kees Hengeveld. Berlin/New York Iorque: Mouton de Gruyter.

Dixon, R. M. W (2006). Adjective classes in typological perspective. In Alexandra Y. Aikhenvald; R. M. W. Dixon (eds.). Adjective classes: a cross-linguistic typology, pp. 2-49. Oxford: Oxford University Press.

Dixon, R. M. W. (2004). The Jarawara language of Southern Amazonia. Oxford: Oxford University Press.

Epps, Patience (2005). A grammar of Hupda (Tese de doutorado). Charlottesville: University of Virginia.

Everett, Daniel (1992). A língua Pirahã e a teoria da sintaxe. Descrição, perspectivas e teoria. Campinas: Editora da UNICAMP.

Everett, Daniel; Kern, Barbara (1997). Wari: The Pacaas Novos language of Western Brazil. London: Routledge.

Facundes, Sidney da Silva (2000). The language of the Apurinã people of Brazil (Arawak) (Tese de doutorado). Buffalo: SUNY.

Ferreira, Rogério Vicente (2001) Língua Matís: aspectos descritivos da morfossintaxe (Dissertação de mestrado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas.

Galucio, Ana Vilacy (2006). Relativização em língua Sakurabiat (Mekens). Ciências Humanas 1(1): 49-59.

Gimenez, Amanda D’Alarme (2011). Estratégias de relativização e classe de palavras: um estudo tipológico-funcional (Dissertação de mestrado). São José do Rio Preto: Universidade Estadual Paulista.

Givón, T. (1990). Syntax: a functional-typological introduction. Amsterdam / Philadelphia: John Benjamins.

Gomes, Dioney Moreira (2006). Estudo morfológico e sintático da língua Munduruku (Tupi) (Tese de doutorado). Brasília: Universidade de Brasília.

Hawkins, Robert (1998). Wai wai. In Desmond C. Derbyshire; Geoffrey K. Pullum (eds). Handbook of Amazonian languages, vol. 4, pp. 25-224. Berlin: Mounton de Gruyter.

Hengeveld, Kees (1992). Non-verbal predication: theory, typology, diachrony (Functional grammar series 15). Berlin/New York: Mouton de Gruyter.

Hengeveld, Kees; Mackenzie, John Lachlan (2008). Functional discourse grammar: a typologically based theory of language structure. Oxford: Oxford University Press.

Kakumasu, James (1986). Urubu-Kaapor. In Desmond C. Derbyshire, Geoffrey K. Pullum (eds). Handbook of Amazonian languages, vol. 1, pp. 326-403. Berlin: Mouton de Gruyter.

Keenan, Edward (1985). Relative clauses. In Timothy Shopen (ed.). Language typology and syntactic description, vol. 2, pp. 141-170. Cambridge: Cambridge University Press.

Keenan, Edward; Comrie, Bernard (1977). Noun phrase accessibility and universal grammar. Linguistic Inquiry 8(1): 63-99.

Koehn, Edward; Koehn, Sally (1986). Apalaí. In Desmond Cyril Derbyshire; Geoffrey K. Pullum (eds). Handbook of Amazonian languages, vol. 1, pp. 33-127. Berlin: Mouton de Gruyter.

Kroeker, Barbara (1980). Aspectos da língua Nambikuára. Brasília: Summer Institute of Linguistics.

Leipzig Glossing Rules (2015). Conventions for interlinear morpheme-by-morpheme glosses. Disponível em http://www.eva.mpg.de/lingua/resources/glossing-rules.php

Acesso 10/02/2017.

Magalhães, Marina Maria Silva (2007). Sobre a morfologia e a sintaxe da língua Guajá (família tupi-Guaraní) (Tese de doutorado). Brasília: Universidade de Brasília.

Martins, Silvana Andrade (2004). Fonologia e gramática Dâw. Utrecht: LOT.

Meira, Sérgio (2003). Orações relativas em línguas Karib. Ciências Humanas 1(1): 105-121.

Moore, Denny (2003) Cláusulas relativas em Gavião de Rondônia. Ciências Humanas 1(1): 135-143.

Noonan, Michael (1997). Versatile nominalizations. In Joan Bybee; John Haiman; Sandra A. Thompson (eds.). Essays on language function and language type, pp. 373-394. Amsterdam: John Benjamins.

Oliveira, Christiane Cunha de (2005). The language of the Apinajé people of Central Brazil (Tese de doutorado). Eugene: University of Oregon.

Oliveira, Gabriela Maria de; Camacho, Roberto Gomes (2013). Estratégias de relativização e construções alternativas nas línguas indígenas do Brasil. São Paulo: Cultura Acadêmica.

Popjes, Jack; Popjes, Jo (1986). Canela-Krahô. In Desmond C. Derbyshire; Geoffrey K. Pullum (eds.). Handbook of Amazonian languages, vol. 1, pp. 128-199. Berlin: Mouton de Gruyter.

Ramirez, Henri (1997). A fala tukano dos ye’pâ-masa. Tomo I: Gramática. Manaus: CEDEM.

Rijkhoff, Jan; Bakker Dik; Hengeveld, Kees; Kahrel Peter (1993). A method in language sampling. Studies in Languages 17(1): 169-203. doi: 10.1075/sl.17.1.07rij

Rodrigues, Aryon Dall’Igna (2002). Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Edições Loyola.

Seki, Lucy (2000). Gramática do Kamaiurá. Língua tupi-guarani do Alto Xingu. Campinas: Imprensa Oficial/Editora da UNICAMP.

Shibatani, Masayoshi; Makhashen, Khaled (2009). Nominalization in Soqotri, a South Arabian language of Yemen. In Leo Wetzels (ed.) Endangered languages: Contributions to morphology and morpho-syntax, pp. 9-31. Leiden: Brill, Disponível em http://www.ruf.rice.edu/~eivs/papers/Soqotri%20nominalization.pdf

(Acesso 25/11/2016).

Song, Jae Jung (2001). Linguistic typology. Morphology and syntax. London: Longman.

Tarallo, Fernando (1983) Relativization strategies in Brazilian portuguese (Tese de doutorado). Pennsylvania: Universidade da Pennsylvania.

Tobler, S. Joy (1983). The grammar of Karipúna Creole (Série linguística, n. 10). Brasília: Summer Institute of Linguistics.

Voort, Hein van der (2004). A grammar of Kwaza (Mouton Grammar Library 29). Berlin: Mouton de Gruyter.

Vries, Mark de (2002). The syntax of relativization. Utrecht: LOT.

A LIAMES: Línguas Indígenas Americanas utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Os artigos e demais trabalhos publicados na LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, publicação de acesso aberto, passa a seguir os princípios da licença do Creative Commons. Uma nova publicação do mesmo texto, de iniciativa de seu autor ou de terceiros, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, citando-se a edição e a data desta publicação.

Downloads

Não há dados estatísticos.