Resumo
Neste artigo, analisamos o funcionamento das dobras interdiscursivas na construção enunciativa dos sentidos, sob a perspectiva teórica da Semântica Histórica da Enunciação, em relação aos efeitos imaginários que elas empenham no dizer. Buscamos mostrar que esses efeitos imaginários colaboram para o estabelecimento da ilusão de subjetividade. A ilusão de subjetividade é um componente inalienável do funcionamento do discurso e da construção do sujeito e dos sentidos encontra na subjetividade uma condição necessária para o estabelecimento de um sujeito coerente, com certa permanência (duração), certa especificidade e certo domínio, o que garante ao dizer a consistência necessária para que o sujeito signifique e produza sentidos.
Referências
Pecheux (1975ˆ:1963) Nos antecipa essa relação quando explica o funcionamento da forma sujeito como um processo natural e socio-historico pelo qual se constitui-reproduz o efeito-sujeito como interior sem exterior, e isso pela determinação do real (exterior), e especificamento do interdiscurso como real(exterior).
Zoppi-Fontana (1997) Esta se valendo do termo metáfora como processo socio-historico que serve como fundamento da apresentação (donation) de objetos para sujeitos, e não como uma simples forma de falar que virus secundariamente a se desenvolver com base no sentido primeiro, não-metaforico, para o qual o objeto seria um dado natural, literalmente pré-social e pré-historico. (Pècheux,1975:132).
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