Resumo
O século das Luzes explora a via do debate oratório, quer seja no domínio filosófico, quer seja no domínio literário e dramático que se assume como a voz do anterior. Identificando-se com as luzes, que Miguel Baptista Pereira traduz como “a situação do homem no mundo em luta com o seu destino”, este século hasteia a bandeira do Homem ativo, lúcido, construindo o seu destino. A sociedade e o teatro interagem e mudam em simultâneo. Ambos se tornam espaços de reflexão e de discussão. Princípios não sujeitos à denegação - como a tolerância que fundamenta a igualdade defendida pela Revolução Francesa – são postos em discussão na cena teatral por Voltaire e também por Marie-Joseph Chénier, que apela aos espectadores para sair do impasse criado pelo confronto entre o patriotismo e a tolerância na sua primeira Azémire, em 1787.
Referências
CHÉNIER, M. J. Œuvres [document électronique], de l’imprimerie de Firmin Didot, revues, corrigées et mises en ordre par D. CH. Robert, Guillaume, libraire, 1787.
FORESTIER, Georges. Situation de la tragédie classique. In: CORVIN, Michel. Dictionnaire encyclopédique du théâtre. Bordas, 1991.
PEREIRA, Miguel Baptista. Iluminismo e Secularização. In: O Marquês de Pombal e o seu tempo. No especial da Revista de História das Ideias. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1982.
SOUSA E SILVA, Maria de Fátima. Crítica do teatro na comédia antiga. Col. Textos universitários de Ciências Sociais e Humanas. Fundação Calouste Gulbenkian e Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, 1987.
TATIN-GOURIER, Jean Jacques. Lire les Lumières. Paris, Dunod, 1996.
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