Banner Portal
Os sentidos contemporâneos das coisas do passado: reflexões a partir da Amazônia
PDF

Palavras-chave

Arqueologia pública. Sentidos. Amazônia.

Como Citar

BEZERRA, Marcia. Os sentidos contemporâneos das coisas do passado: reflexões a partir da Amazônia. Revista Arqueologia Pública, Campinas, SP, v. 7, n. 1[7], p. 107–122, 2013. DOI: 10.20396/rap.v7i1.8635674. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rap/article/view/8635674. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O texto trata da relação entre as comunidades locais na Amazônia e o patrimônio arqueológico, considerando a percepção tátil como elemento importante no reconhecimento e na apropriação das coisas do passado. Com base no mapeamento desses casos em distintas localidades, proponho a reflexão sobre a potencialidade das pesquisas acerca dos sentidos que permeiam tais relações e a sua contribuição para a legitimação dos discursos nativos sobre o passado e para a gestão dos bens arqueológicos. O artigo apresenta as primeiras considerações de um estudo recém-iniciado e voltado para o entendimento dos usos contemporâneos das coisas do passado.
https://doi.org/10.20396/rap.v7i1.8635674
PDF

Referências

BARRETO, Cristiana N. G. Meios místicos de reprodução social: arte e estilo na cerâmica funerária da Amazônia Antiga. 2008. Tese. Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

BELL, Joshua A.; GEISMAR, Haidy Materialising Oceania: new ethnographies of things in Melanesia and Polynesia. Australian Journal of Anthropology, vol.20, n.3, p. 3-27, 2009.

BEZERRA, Marcia. Signifying Heritage in Amazon: a public archaeology project at Vila de Joanes, Marajó Island, Brazil. Chungara, vol. 44, n. 3, p. 363-373, 2012.

BEZERRA, Marcia; MACHADO, Almires M. They Also Get Angry: indigenous things and conservation practices in museum collections. Apresentado durante o Indigenous People and Museums Unraveling the Tensions Inter-Congress of the World Archaeological Congress, Indianapolis, 2011. (não publicado)

CABRAL, Mariana P. E se todos fossem arqueólogos? Pensando o encontro da Arqueologia e da Simetria na prática. Apresentado no XV Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Florianópolis, 2011. (gentilmente cedido pela autora)

CANCLINI, Néstor G. Culturas Híbridas. São Paulo, EDUSP, 2003.

CASTAÑEDA, Quetzil. E. The ‘Ethnographic Turn’ in archaeology. Research positioning and reflexivity in ethnographic archaeologies. In: CASTAÑEDA, Quetzil E.; MATTHEWS, Christopher N. (eds.) Ethnographic Archaeologies: Reflections on Stakeholders and Archaeological Practices. Altamira Press, p. 25-61, 2008.

CHAUÍ, Marilena. Cultura e democracia: o discurso competente e outras falas. São Paulo, Moderna, 1981.

CLASSEN, Constance. Foundations for an Anthropology of the Senses. International Social Science Journal, vol. 49, n. 153, p. 401-412, 1997.

CLASSEN, Constance. (ed.) The Power of Touch. Oxford, New York, Berg, 2005.

COLWEL-CHANTHAPHONH, Chip; FERGUSON, T. J. (eds.) Collaboration

Archaeological Practice: engaging descendants communities. Altamira Press, 2008.

DAY, Jo (ed.) Making Senses of the Past: Toward a Sensory Archaeology. Southern Illinois Press, 2013.

EBBIT, Alicia. Heritage Education in Belize: crossing disciplines and incorporating diverse voices. In: PEREIRA, Edithe; GUAPINDAIA, Vera (orgs.) Arqueologia Amazônica. vol. 2, Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi, p. 1053-1072, 2010.

EDWARDS, Elizabeth, GOSDEN, Chris; PHILLIPS, Ruth B. (eds.) Sensible Objects: colonialism, museums and material culture. New York, Berg, 2006.

FAHLANDER, Fredrik; KJELLSTRÖM, Anna. Making Senses of Things: Archaeologies of Sensory Perception. Stockholm University, 2010.

FERREIRA, Lúcio M.; FERREIRA, Maria Letícia M.; ROTMAN, Mónica B. (orgs.) Patrimônio Cultural no Brasil e na Argentina: Estudos de Caso. São Paulo, Annablume, 2011.

FUNARI, Pedro Paulo; BEZERRA, Marcia Public Archaeology in Latin America. In: SKEATES, Robin; MCDAVID, Carol; CARMAN, John (eds.) The Oxford Handbook of Public Archaeology. Oxford University Press, p.100-115, 2012.

GNECCO, Cristóbal; AYALA, Patricia (eds.) Pueblos Indígenas y Arqueologia en America Latina. Ediciones Uniandes, 2010.

GOMES, Denise M. C. O perspectivismo ameríndio e a ideia de uma estética americana. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, vol. 7, n. 1, p.133-159, 2012.

HAMILAKIS, Yannis; PLUCIENNIK, Mark; TARLOW, Sarah (eds.) Thinking through the Body: Archaeologies of Corporeality. Kluwer Academic, Plenum Publishers, 2002.

HERRERA, Alexander; LANE, Kevin. Qué Hacen Aquí Esos Pishtaku?: Sueños, Ofrendas y La Construcción del Pasado. Antípoda, n. 2, p.157-177, 2006.

HODDER, Ian. Entangled: An Archaeology of the Relationships Between Human and Things. Wiley-Blackwell, 2012.

HOWES, David. (ed.) The Varieties of Sensual Experience: A Sourcebook in the Anthropology of the Senses. Toronto, University of Toronto Press, 1991.

HURCOMBE, Linda. A Sense of Materials and Sensory Perception in Concepts of Materiality. World Archaeology, vol. 39, n.4, p. 532-545, 2007.

INGOLD, Tim. Perceptions of the Environment: Essays in Livelihood, Dwelling and Skill. Routledge, 2000.

INGOLD, Tim. Pare, olhe, escute! – um prefácio. Tradução de ROMÃO, Ligia M.V.; BALIEIRO, Marcos; VALENTINI, Luisa FRANK, Eliseu; FIORE, Ana Letícia de; HARAYAMA, Rui Ponto Urbe: Revista do Núcleo de Antropologia Urbana da USP. Ano 2, versão 3.0, 3p., julho de 2008.

KANT, Immanuel. Antropologia de um Ponto de Vista Pragmático. São Paulo, Iluminuras, 2006.

LIMA FILHO, Manuel F.; SILVEIRA, Flávio L. Por uma Antropologia do Objeto Documental. Horizontes Antropológicos, ano 11, n. 23, p.37-50, 2005.

LONDOÑO, Wilhem. Discurso jurídico versus discurso cultural. El conflicto social sobre los significados de la cultura material prehispánica. Boletín del Museo del Oro, n. 51, 1-26, 2003.

Disponível em http://www.banrep.gov.co/museo/esp/boletin. Acesso em 18 de dezembro de 2012.

MACDAVID, Carol. Archaeologies that Hurt: Descendants that Matter: A pragmatic approach to collaboration in the public interpretation of African-American archaeology. World Archaeology, vol. 34, n. 2, p. 303-314, 2002.

MACGREGOR, Gavin Making Sense of the Past in the Present: a sensory analysis of carved stone balls. World Archaeology, vol. 31, n.2, p. 258-271, 1999.

MACGREGOR, Gavin Making. Monuments Out of Mountains: The Role of Colour and Texture in the Constitution of Meaning and Identity at Recumbent Stone Circles. In: JONES, Andrew; MACGREGOR, Gavin (eds.) Colouring the Past: The Significance of Colour in Archaeological Research. p. 141-158, 2002.

MACHADO, Juliana S. Lugares de Gente: mulheres, plantas e redes de troca no Delta Amazônico. 2012. Tese. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

MARSHALL, Yvonne. What is Community Archaeology? World Archaeology, vol. 34, n. 2, p. 211-219, 2002.

MIRE, Sada. Preserving Knowledge, not Objects: a Somali perspective for heritage management and archaeological research. African Archaeological Review, vol. 24, p. 49-71, 2007.

MORAES, Irislane P. de Centralidades do Patrimônio na Amazônia: considerando as percepções de mulheres agricultoras em um Projeto de Educação Patrimonial na região de Itaituba-PA. 2010. Monografia de Especialização. Universidade Federal do Pará, Belém, 2010.

MORAES, Irislane P. de Povos do Aproaga: patrimônio, arqueologia e territorialidade quilombola em São Domingos do Capim (PA). 2012. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal do Pará, Belém, 2012.

NAJJAR, Rosana Arqueólogos e Comunidade: parceiros ou rivais? Revista de Arqueologia Americana, n. 21, p. 173-190, 2001.

OKAMURA, Katsuyuki; MATSUDA, Akira (eds.) New Perspectives in Global Public Archaeology. Springer, 2011.

OUZMAN, Sven. Seeing is Deceiving: rock art and the non-visual. World Archaeology: vol. 33, n.2, p. 237-256, 2001.

PYBURN, K. Anne. Practicing Archaeology – As If It Really Matters. Public Archaeology, vol. 8, n. 2-3, p. 161-175, 2009.

PYE, Elizabeth. Introduction: The Power of Touch. In: PYE, E. (ed.) The Power of Touch: handling objects in museums and heritage. Walnut Creek, CA, Left Coast Press, p.13-30, 2007.

RAVAGNANI, Luis R. O Patrimônio Arqueológico na Percepção de Professores e Alunos da Vila de Joanes, Ilha do Marajó. 2011. Monografia de Graduação. Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Federal do Pará, 2011.

ROSE, Nicholas; MILLER, Peter. Political Power Beyond the State: problematics of government. British Journal of Sociology, vol.43, p. 173-205, 1992.

SABLOFF, Jeremy. Archaeology Matters: action archaeology in the modern world. Left Coast Press, 2008.

SANTOS GRANERO, Fernando. The Occult Life Of Things: native amazonian theories of materialization and personhood. Tucson, University of Arizona Press, 2009.

SCHAAN, Denise P. The Camutins Chiefdom: rise and development of complex societies on Marajó Island, Brazilian Amazon. 2004. Tese. PhD in Anthropology, University of Pittsburgh, Pittsburgh, 2004.

SILVA, Fabíola A. Mito e Arqueologia: A Interpretação dos Asurini do Xingu sobre os Vestígios Arqueológicos encontrados no Parque Indígena Kuatinemu - Pará. Horizontes Antropológicos, vol.17, p.175-187, 2002.

SKEATES, Robin. An Archaeology of the Senses: Prehistoric Malta. Oxford University Press, 2010.

SMITH, Laurajane. Empty Gestures? Heritage and the Politics of Recognition. In: SILVERMAN, Helaine; RUGGLES, D. Fairchild. (eds.) Cultural Heritage and Human Rights: Springer, New York, 159-171, 2007.

STANCHI, Roberto A. Proteção ao Patrimônio Arqueológico no Brasil e no Peru: comparando experiências. Resumos. XI Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira, 2001, Rio de Janeiro, p. 158. (não publicado)

STOLLER, Paul. The Taste of Ethnographic Things: The Senses in Anthropology. Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1989.

SULLY, Dean (ed.) Decolonising Conservation: caring for Maori meeting houses outside New Zealand, Walnut Creek, Left Coast Press, 2009.

THOMAS, Nicholas. Entagled Objects: Exchange, Material Culture and Colonialism in the Pacific. Cambridge, MA, Harvard University Press, 1991.

VELTHEM, Lúcia H. van. O belo é a fera: a estética da produção e da predação entre os Wayana. Lisboa, Assírio & Alvim, 2003.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, vol. 2, n. 2, p. 115-144, 1996.

ZARANKIN, Andrés. “Once upon a time...” Historias no contadas sobre arqueólogos en Antártida. VI Reunión de Teoría Arqueologica de América del Sur. Goiânia, 2012. (gentilmente cedido pelo autor).

Revista Arqueologia Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.