Banner Portal
O impacto da interação universidade-empresa na produtividade dos pesquisadores: uma análise para as ciências exatas e da terra nas universidades estaduais paulistas
PDF

Palavras-chave

Interação universidade-empresa. Produtividade científica. Bibliometria. Economia da tecnologia. Sistema nacional de inovação

Como Citar

ALVAREZ, Rodrigo Baggi Prieto; KANNEBLEY JÚNIOR, Sérgio; CAROLO, Murilo Damião. O impacto da interação universidade-empresa na produtividade dos pesquisadores: uma análise para as ciências exatas e da terra nas universidades estaduais paulistas. Revista Brasileira de Inovação, Campinas, SP, v. 12, n. 1, p. 171–206, 2013. DOI: 10.20396/rbi.v12i1.8649058. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/view/8649058. Acesso em: 28 mar. 2024.

Resumo

Este trabalho apresenta estimações para o impacto da parceria universidade-empresa (U-E) na quantidade e qualidade da produção docente. São estimados modelos com dados em painel com informações de 316 pesquisadores de Ciências Exatas e da Terra, coletadas no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, na Plataforma Lattes e no Institute for Scientific Information (ISI) para o período de 2001 a 2006. Verificou-se que, em média, os pesquisadores que interagem com o setor privado são mais produtivos do que aqueles que não realizam a cooperação, em concordância com a literatura internacional. Entretanto, os resultados encontrados sugerem que a interação U-E pode não apresentar impacto positivo ou até mesmo ter efeito negativo sobre o número de artigos publicados, segundo a estimação de efeitos fixos. Por outro lado, não há evidências de que a interação U-E afeta a produtividade mensurada pelo fator de impacto (IFPA) dos artigos publicados. O pico produtivo para os pesquisadores constantes na amostra situa-se em torno dos 30 anos após a conclusão do doutorado. Além de componentes não-observáveis, variáveis como sexo, número de orientações de doutorado e vínculo institucional também foram importantes para explicar diferenças na quantidade e qualidade dos artigos publicados no período.
https://doi.org/10.20396/rbi.v12i1.8649058
PDF

Referências

ALLISON, P.; STEWART, J. Productivity differences among scientists: evidence for accumulative advantage. American Sociological Review,v. 39, p.596-606, Aug. 1974.

ALLISON, P.; LONG, J.; KRAUZE, K. Cumulative advantage and inequality in science. American Sociological Review, v. 47, p. 615-25 Out. 1982.

BECKER, G. Investment in human capital: a theoretical analysis. Journal of Political Economy. v. 70, n. 5, p. 9-49, 1962.

BRITO CRUZ, C. A universidade, a empresa e a pesquisa que o país precisa. Política e Organização da Inovação Tecnológica, v. 8, p. 5-30, 2000.

CAMERON, C.; TRIVEDI, P. Microeconometrics using Stata. Texas: Stata Press, 2009.

CARAYOL, N.; MATT, M. Does research organization influence academic production? Laboratory level evidence from a large European university. Research Policy, v. 33, p. 1081- 1102, Jul. 2004.

COLE, J. R.; COLE, S. Social stratification in science. American Journal of Physics, v. 42, n. 10, p.923-924 Out. 1974.

COLE, S. Age and scientific performance. American Journal of Sociology. v. 84, n. 4, p. 958-977, Jan. 1979.

FOX, M. Publication productivity among scientists: a critical review. Social Studies of Science. Londres, v.13, n.2, p. 285-305, May 1983.

FOX, M. Research, teaching, and publication productivity: mutuality versus competition in Academia. Sociology of Education, v. 65, n. 4, p. 293-305, Out. 1992.

GONZALEZ-BRAMBILA, C.; VELOSO, F. M. The determinants of research output and impact: a study of mexican research. Research Policy, v. 36, n. 7, p. 1035-1051 Set. 2007.

GULBRANDSEN, M.; SMEBY, J. Industry funding and university professors’ research performance. Research Policy. Amsterdam, v. 34 p. 932-50 2005.

HANSEN, W.; WEISBROD, B.; STRAUSS, R. Modeling the Earnings and Research Productivity of Academic Economists. Journal of Political Economy, vol. 86, p. 729-41 1978.

HAUSMAN, J.; BRONWYN, H.; GRILICHES, Z. Econometric Models for Count Data with an Application to the Patents-R & D Relationship. Econometrica, v. 52, p. 909-38, 1984.

LETA, J.; BRITO CRUZ, C. A produção científica Brasileira. In: VIOTTI, E. B.; MACEDO, M. M. (Orgs.). Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

LEVIN, S.; STEPHAN, P. Research productivity over the life cycle: evidence for academic scientists. The American Economic Review, v. 81, n. 1, p. 114-132, mar. 1991.

LONG, J. Productivity and academic position in the scientific career. American Sociological Review, v. 43, n. 6, p. 889-908, Dec. 1978.

LONG, J. Measures of sex differences in scientific productivity. Social Forces, v. 71, n. 1, p. 159-178, Sep. 1992.

LOTKA, A. The frequency distribution of scientific productivity. Journal of the Washington Academy of Science, v. 5, n. 16, Jun. 1926.

LOWE, R. A.; GONZALEZ-BRAMBILA, C. Faculty entrepreneurs and research productivity. The Journal of Technology Transfer, v. 32, n. 3, p. 173-194, Jun. 2007.

MACHADO, A.; ANDRADE, M.; ALBUQUERQUE, E. Atraso tecnológico, atraso social: uma investigação sobre as relações de produção científico-tecnológica e desenvolvimento humano no Brasil. Belo Horizonte: Cedeplar/Universidade Federal de Minas Gerais, 2003 (Textos para discussão, 197).

MERTON, R. The Matthew Effect in science. Science, v. 159, n. 3810, p. 56-63, Jan. 1968.

MOWERY, D.; SAMPAT, B. The Bayh-Dole Act of 1980 and university-industry technology transfer: a model for other OECD governments? Journal of Technology Transfer, v. 30, p. 115-127, 2005.

RAPINI, M. Interação universidade-empresa no Brasil: evidências do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Estudos Econômicos, v. 37, n. 1, p. 211-233, jan. 2007.

SOMBATSOMPOP, N.; MARKPIN, T. Making an equality of ISI impact factors for different subject fields. Journal of the American Society for Information Science and Technology, v. 56, n. 7, p. 676-683, Jan. 2005.

STEPHAN, P. The economics of science. Journal of Economic Literature, v. 34, n. 3, p. 1199-1235, Sep. 1996.

SUZIGAN, W.; ALBUQUERQUE, E. A interação entre universidades e empresas em perspectiva histórica no Brasil. Belo Horizonte: Cedeplar/ Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, 2008 (Texto para discussão, 329).

THURSBY, J.; THURSBY, M. Who is selling the Ivory Tower? Sources of growth in university licensing. NBER, 2000 (Working paper, 7718).

THURSBY, M.; THURSBY, J.; GUPTA-MUKHERJEE, S. Are there real effects of licensing on academic research? A life cycle view. NBER, 2005 (Working paper, 11497).

TURNER, L.; MAIRESSE, J. Individual productivity differences in public research: how important are non-individual determinants? An econometric study of french physicist’s publications (1986-1997). Paris-1 Univ., maio 2002 (Texto para discussão).

VAN LOOY, B.; RANGA, M. CALLAERT, J.; DEBACKERE, K.; ZIMMERMANN, E. Combining entrepreneurial and scientific performance in academia: towards a compounded and reciprocal Matthew-effect? Research Policy. Amsterdam, vol. 33,p. 425-41, 2004.

VAN LOOY, B.; CALLAERT, J.; DEBACKERE, K. Publication and patent behavior of academic researchers: conflicting, reinforcing or merely co-existing? Research Policy, v. 35, p. 596-608, 2006.

VELLOSO, J. Universidade na América Latina: rumos do financiamento. Cadernos de Pesquisa, N. 110, p. 39-66, jul. 2000.

XIE, Y.; SHAUMAN, K. Sex evidences in research productivity: new evidences about an old puzzle. American Sociological Review, v. 63, n. 6, p.847-870, Dec. 1998.

WOOLDRIDGE, J. Introductory econometrics. 2 ed. South-Western, 2003.

O conteúdo dos artigos e resenhas publicados na RBI são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.

Downloads

Não há dados estatísticos.