Banner Portal
A arte de recitar o homem. Aspectos da relação entre ensaio e experiência em Montaigne e Musil
PDF

Palavras-chave

Ensaio. Romance moderno. Robert Musil.

Como Citar

CASTRO, Erica Gonçalves de. A arte de recitar o homem. Aspectos da relação entre ensaio e experiência em Montaigne e Musil. Remate de Males, Campinas, SP, v. 31, n. 1-2, p. 77–93, 2012. DOI: 10.20396/remate.v31i1-2.8636223. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8636223. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

É a partir de Montaigne que o ensaísmo se constitui como forma privilegiada de reflexão e como o veículo mais apto a dar voz às experiências do homem na modernidade. Este artigo explora alguns aspectos da relação entre os Ensaios de Montaigne e a nova dimensão que o ensaísmo assume no contexto do século XX, e que atinge um de seus momentos mais fecundos no romance O Homem sem Qualidades, de Robert Musil. Para tanto, começamos abordando os Ensaios de Montaigne como um momento inaugural do processo que associa escritura e conhecimento de si. A seguir, tecemos algumas considerações sobre a relação entre ensaio e forma literária, que tem em Lukács e Starobinski alguns de seus principais analistas. Por fim, focalizamos o papel do ensaísmo no romance Musil em seu duplo viés: como aspecto formal e como princípio de vida propagado pelo protagonista. O objetivo desta análise é mostrar que, redimensionado à luz de uma obra romanesca, o princípio ensaístico historiciza o papel da escritura como via de acesso a um conhecimento de si e do mundo a partir dos limites da experiência.

https://doi.org/10.20396/remate.v31i1-2.8636223
PDF

Referências

ADORNO, Theodor W. “Posição do narrador no romance contemporâneo”, in: Notas de Literatura I. Trad. Jorge Almeida. São Paulo, Duas Cidades /34, 2003, p. 55-64.

AUERBACH, Erich. Mimesis. A representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo, Perspectiva, 1987.

BERGHANH, Winfried. Robert Musil. Reinbeck b. Hamburg, Rowohlt, 1963.

BEHLER, Ernst. Ironie und literarische Moderne. Padeborn, Schöningh, 1997.

COMETTI, Jean-Pierre. Musil Philosophe. L’utopie de l’essayisme. Paris, Seuil, 2001.

FRIEDRICH, Hugo. Montaigne. Paris, Gallimard, 1968.

LUFT, David. Robert Musil and the Crisis of the European Culture. Berkeley /Los Angeles /California, University of California Press, 1984.

LUKÁCS, Georg. Die Seele und die Formen. Neuwied /Berlin: Luchterhand, 1971.

LUKÁCS, Georg. Teoria do Romance. Trad. José Marcos M. de Macedo. São Paulo, Duas Cidades /34, 2000.

MAGNIEN, Michel & MAGNIEN-SIMONIN, Catherine. “Un homme, un livre” – Introdução a MONTAIGNE. Les Essais. (Éd. Pléiade, vol. I). Paris, Gallimard, 2007, p. IX-XXXI.

MONTAIGNE, Michel De. Essais (3 vols). Paris, Gallimard (Col. Folio), 1965.

MOSER, Walter. “La mise à l’essai des discours dans L’Homme sans qualités de Robert Musil”, in: Canadian Review of Comparative Literature / Revue canadienne de littérature comparée (March/Mars 1985), p. 12-45.

MUSIL, Robert. O homem sem qualidades. Trad. Lya Luft e Carlos Abbenseth. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2006.

MUSIL, Robert. Der Mann ohne Eigenschaften. 2 vols. Reinbeck b. Hamburg, Rowohlt, 1978.

MUSIL, Robert. Prosa und Stücke, Kleine Prosa, Aphorismen, Autobiographisches, Essays und Reden, Kritik. Reinbeck b. Hamburg, Rowohlt, 1978.

MÜLLER-FUNK, Wolfgang. Erfahrung und Experiment. Studien zu Theorie und Geschichte des Essayismus. Wien /Berlin, Akademie, 1996.

OBALDÍA, Claire. L’ esprit de l’essai. De Montaigne a Borges. Paris, Seuil, 2005.

SCHÄRF, Christian. Geschichte des Essays von Montaigne bis Adorno. Göttingen, Vandenhoeck und Ruprecht, 1999.

STAROBINSKI, Jean. Montaigne en mouvement. Paris, Gallimard, 2003.

STAROBINSKI, Jean. Peut-on définir l’essai?“. In: DUMONT, François (Org.) Approches de l’essai. Québec, Nota Bene, 2004, p.165-181.

WATT, Ian. „Réalisme et forme romanesque“. In: GENETTE, J. & TODOROV, t, (Orgs). Literatur et réalité. Paris, Seuil, 1982, p.11-46.

WEISSENBERGER, Klaus. Prosakunst ohne Erzählen. Die Gattungen der nicht-fiktionalen Kunstprosa. Tübingen, Niemeyer, 1985.

Licença Creative Commons
O periódico Remate de Males utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.