Resumo
A correspondência trocada entre os escritores Mário de Andrade (1893-1945) e Manuel Bandeira (1886-1968), entre 1922 e 1944, favoreceu o intenso compartilhamento de juízos críticos acerca de obras literárias em processo de criação. Este artigo tenciona explorar o confronto de percepções estéticas e linguísticas dos autores no debate sobre a elaboração de Macunaíma (1928), particularmente em relação ao capítulo Carta pras icamiabas. Trata-se também de apreender aspectos do funcionamento da sociabilidade intelectual e artística no modernismo brasileiro dos anos de 1920.
Referências
ANDRADE, Mário de. Macunaíma o herói sem nenhum caráter. Edição crítica de Telê Porto Ancona Lopez. 2. ed. Madri: ALLCA XX, 1996.
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