Resumo
O presente ensaio estuda a poesia modernista brasileira que foi apresentada na Semana de Arte Moderna de 1922. Diante da impossibilidade de se precisar com exatidão os poemas lidos então, este texto busca analisar a elaboração de questões problemáticas na poesia de alguns de seus participantes, principalmente Agenor Barbosa, Tácito de Almeida, Luis Aranha e Mário de Andrade. A proposta aqui é inquirir o modo como a poesia priduzida no contexto da Semana de Arte Moderna se relacionava criticamente com os estilos poéticos que a precederam. Questiona-se, dessa forma, que tipo de influência o contexto local, composto de Parnasianismo dominante e Simbolismo marginalizado, exerceu na incorporação brasileira das estéticas de vanguarda. Procura-se, igualmente, questionar a relação entre a poesia que se moderniza e o contexto local, a presença distintiva da realidade histórico-social brasileira. Aponta-se, por fim, para a relação entre as contradições do momento e seus desdobramentos.Referências
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