Resumo
O artigo trata das relações entre as escritas de si e a prosa ensaística na obra de Joaquim Nabuco, ambas consideradas como fragmentos híbridos em suas formas e múltiplos em seus propósitos. O diário e as cartas mantidos durante toda a trajetória de Nabuco, em seus papéis tanto de “laboratório textual”, quanto de manancial da memória, incidiram diretamente na composição de seus principais livros, Um estadista do Império e Minha formação. Além disso, ele encontrou nas máximas uma forma de expressão em consonância com uma prática de escrita fragmentária e uma expressão indireta do eu. Por fim, apresenta-se neste artigo o modo como o antológico texto “Massangana” assume o hibridismo característico das escritas de si e do ensaio.
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