Banner Portal
Borges leitor de Dante
PDF

Palavras-chave

Nueve ensayos dantescos. Jorge Luis Borges. Dante Alighieri.

Como Citar

LIMA, Heloísa Abreu de. Borges leitor de Dante. Remate de Males, Campinas, SP, v. 38, n. 1, p. 370–397, 2018. DOI: 10.20396/remate.v38i1.8650122. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8650122. Acesso em: 6 dez. 2024.

Resumo

Um dos aspectos mais comumente sublinhados nos Nueve ensayos dantescos é o seu desvio do que seria a impostação predominante na prática da crítica literária – o que é frequentemente traduzido em termos de uma oposição entre Borges e a crítica dantesca. Entretanto, embora Borges de fato se afaste do tom geral dos estudos dantescos, tal polarização, cujos termos parecem indevidamente simplificados, corre o risco de permanecer à margem do verdadeiro problema presente nas suas leituras sobre a Commedia. Não obstante as formulações de Borges possam parecer respostas de um leitor inocente diante de uma obra que guarda infinitas complexidades, a verdade é que elas encobrem uma trama de expedientes de leitura – muitas vezes contraditórios entre si –, que dificilmente poderiam ser caracterizados como “inocentes”. A chave de leitura de Borges, que busca frequentemente encontrar falhas e incoerências em um dos textos clássicos por excelência, pode ser vista como a maneira pela qual o autor se confronta com as chamadas “leituras totalizantes”, às quais as obras canônicas são constantemente submetidas. Por isso, sua atitude não deixa de ser crítica: como bem observou Italo Calvino, os Ensayos dantescos são uma recriação de elementos do poema, marcando, assim, o posicionamento de Borges diante da tradição. Isso posto, a proposta deste estudo é reconhecer, sempre mantendo contato direto com o texto de Dante, os diferentes procedimentos de leitura de Borges e as suas implicações críticas ao longo dos Nueve ensayos dantescos.
https://doi.org/10.20396/remate.v38i1.8650122
PDF

Referências

ALIGHIERI, Dante. A divina comédia. Texto crítico italiano da Società Dantesca Italiana; ilustrado com 136 gravuras por Gustavo Dore; trad. José Pedro Xavier Pinheiro. São Paulo: Edigraf, 1946.

ARCE, Joaquín. Presentación: Borges, lector de la Divina comedia. In: BORGES, Jorge Luis. Nueve ensayos dantescos. Intr. Marcos Ricardo Barnatán. 3. ed. Madrid: Espasa-Calpe, 1998, pp. 75-80.

ARDAVÍN, Carlos. Hacia una definición borgeana de la literatura: Dante y la Divina Comédia. Chasqui, v. 25, n. 2, 1996, pp. 81-88.

BARNATÁN, Marcos Ricardo. Introducción. In: BORGES, Jorge Luis. Nueve ensayos dantescos. Intr. Marcos Ricardo Barnatán. 3. ed. Madrid: Espasa-Calpe, 1998a, pp. 13-73.

BARNATÁN, Marcos Ricardo. Noticia Preliminar. In: BORGES, Jorge Luis. Nueve ensayos dantescos. Intr. Marcos Ricardo Barnatán. 3. ed. Madrid: Espasa-Calpe, 1998b, pp. 9-11.

BORGES, Jorge Luis. La divina comedia. In: Siete noches. Madrid: Fondo de Cultura Económica, 1993, pp. 7-32. (Terra Firme)

BORGES, Jorge Luis. O aleph. 10. ed. São Paulo: Globo, 1996.

BORGES, Jorge Luis. Nueve ensayos dantescos. Intr. Marcos Ricardo Barnatán. 3. ed. Madrid: Espasa-Calpe, 1998a.

BORGES, Jorge Luis. Sobre os clássicos. In: Outras inquisições. Obras completas. V. 2. Trad. Sérgio Molina. São Paulo: Globo, 1998b, pp. 167-169.

BORGES, Jorge Luis. O fazedor. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

BORGES, Jorge Luis. Nove ensaios dantescos & a memória de Shakespeare. Trad. Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

CALVINO, Italo. Jorge Luis Borges. In: Narratori, poeti, saggisti. In: Saggi, 1945-1985. Mario Barenghi (Ed.). 3. ed. Milão: Arnoldo Mondadori, 2001, pp. 757-1.465.

DANTE. La commedia, secondo l’antica vulgata. A cura di Giorgio Petrocchi. Milão: Arnoldo Mondadori (Società Dantesca Italiana), 1966-1967.

FRESKO, Susanna. Borges, Dante e l’ambiguo tempo dell’arte. Doctor Virtualis. Rivista online di storia della filosofia medievale, v. III, 2003, pp. 33-44. Disponível em: http://riviste.unimi.it/index.php/DoctorVirtualis/article/view/39/58. Acesso em: 3 jun. 2017.

GIORDANO, Alberto. Borges: la ética e la forma del ensayo. In: Modos del ensayo: de Borges a Piglia. Rosario: Beatriz Viterbo, 2005a, pp. 9-26.

GIORDANO, Alberto. Borges: la forma del ensayo. In: Modos del ensayo: de Borges a Piglia. Rosario: Beatriz Viterbo, 2005b, pp. 27-52.

GIORDANO, Alberto. Borges y la ética del lector inocente (Sobre los Nueve ensayos dantescos). In: Modos del ensayo: de Borges a Piglia. Rosario: Beatriz Viterbo, 2005c, pp. 53-67.

LAGORIO, Gina. Borges e Dante. Doctor Virtualis. Rivista online di storia della filosofia medievale, v. III, 2003, pp. 25-32. Disponível em: http://riviste.unimi.it/index.php/DoctorVirtualis/article/view/38/56. Acesso em: 3 jun. 2017.

MENOCAL, María Rosa. Writing in Dante’s Cult of Truth: From Borges to Boccaccio. Durham/Londres: Duke University Press, 1991.

NÚÑES FARACO, Humberto. Dante, precursor de Borges. Neophilologus, 2015, pp. 419-132.

SESSA, Lucio. Borges e Dante: una sintonia “sospetta”. In: CERBO, Anna (Org.). Lectura Dantis 2002-2009: omaggio a Vincenzo Placella per i suoi settanta anni. T. II. Napoli: Università degli Studi di Napoli “L’Orientale”, 2011, pp. 731-745.

VALENCIA, Norman. Borges y el texto clásico como institución: lecturas contra-canónicas del Quijote y la Commedia. Bulletin of Hispanic Studies, v. 92, n. 8, 2015, pp. 933-947.

Licença Creative Commons
O periódico Remate de Males utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.