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As metalinguagens de Roland Barthes
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Palavras-chave

Metalinguagem
Exclusão
Pathos

Como Citar

FERRAZ, Paulo Procopio. As metalinguagens de Roland Barthes. Remate de Males, Campinas, SP, v. 39, n. 2, p. 849–866, 2019. DOI: 10.20396/remate.v39i2.8655756. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8655756. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Quando a palavra “metalinguagem” foi criada, o prefixo “meta” adquiriu a conotação de “sobre”: a metalinguagem é aquilo que está sobre a língua. Em Mitologias, de Barthes, o mito aparece como uma metalinguagem: ele captura uma linguagem-objeto e instala sobre ela o seu próprio significado ideológico. Mas a metalinguagem também é empregada pelo intelectual que analisa o mito. O intelectual é um excluído: sua atitude crítica o condena a ficar à margem da linguagem da sociedade. Esse problema da exclusão aparecerá em toda a sua obra, mas será particularmente importante em Discours amoureux. Nos seminários de preparação do livro Fragmentos de um discurso amoroso, a metalinguagem é a responsável para exclusão do pathos amoroso. Para contornar o problema, o autor desenvolve um sofisticado aparelho teórico. Essa teoria desaparecerá no livro: o surgimento do pronome “eu” resolve, aparentemente, a questão. Ao fazê-lo, contudo, Barthes transfere a responsabilidade da metalinguagem para o seu leitor. Ao lermos as flutuações dos sentidos que ele confere à metalinguagem, percebemos que seus textos oferecem modos diferentes de ver as relações das metalinguagens com suas linguagens-objetos.

https://doi.org/10.20396/remate.v39i2.8655756
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