Banner Portal
"Se eu pensava, eu existia"
PDF

Palavras-chave

Zooliteratura
Ecocrítica
Literaturas Africanas

Como Citar

ZANFELICE, G. B. .; GALLO, F. B. G. . "Se eu pensava, eu existia": autoria e animalidade em Memórias de porco-espinho, de Alain Mabanckou. Remate de Males, Campinas, SP, v. 42, n. 2, 2022. DOI: 10.20396/remate.v42i2.8668722. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8668722. Acesso em: 20 mar. 2023.

Dados de financiamento

Resumo

O enredo de Memórias de porco-espinho consiste em confissões feitas por um porco-espinho a um baobá sobre sua vida e os crimes que cometeu em nome de seu mestre humano Kibandí. Anunciando abertamente sua animalidade, o porco-espinho ironiza os padrões classificatórios e generalistas dos humanos, mobilizando uma série de elementos que colocam em xeque certos binarismos como natureza e cultura, seres animados e seres inanimados, e questionam a inadequação dessas classificações frente à diversidade e à complexidade animal. Neste artigo, busca-se analisar os modos através dos quais essa autobiografia animal convoca a repensarmos conceitos como humano e não-humano, a categorização em gêneros literários específicos e bem delimitados, os paradigmas dominantes da ciência e as relações entre ficção e realidade, com implicações significativas para examinarmos as relações entre humanos e animais.

https://doi.org/10.20396/remate.v42i2.8668722
PDF

Referências

AGUALUSA, José. (2004) O Vendedor de passados. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2009.

ARMSTRONG, Philip. “The postcolonial animal”. Society & Animals, vol. 10, n. 4, pp. 413-419, 2002. Disponível em: <https://www.animalsandsociety.org/wp-content/uploads/2015/11/armstrong.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2021.

BARBERY, M. et al. “Pour une littérature-monde en français”. Le Monde, vol. 16, 2007. Disponível em: <https://www.lemonde.fr/livres/article/2007/03/15/des-ecrivains-plaident-pour-un-roman-en-francais-ouvert-sur-le-monde_883572_3260.html>. Acesso em: 13 dez. 2021.

BORGES, Jorge Luis; GUERRERO, Margarita. (1957). Manual de zoología fantástica. México: Fondo de Cultura Económica, 1998.

BRUGIONI, Elena. “Literary cartographies and humanistic criticism. The Indian Ocean as a ‘critical paradigm’”. Humanidades: Novos Paradigmas do Conhecimento e da Investigação, Nova de Famalição: Húmus Edições-CEHUM, pp. 87–100, 2013.

BUALA. “Entrega das Assinaturas: Campanha por outra Lei da Nacionalidade”. Dá fala: blogue de cultura africana contemporânea, 13 de outubro de 2017. Disponível em: <https://www.buala.org/en/da-fala/entrega-das-assinaturas-campanha-por-outra-lei-da-nacionalidade>. Acesso em: 19 mar. 2022.

BUENO, Wilson. Jardim Zoológico. São Paulo: Iluminuras, 1999.

CARRIÓN, Jorge. “El premio Nobel de Literatura es incorregible. ¿Hay alternativa?”. The Washington Post, 2021. Disponível em: <https://www.washingtonpost.com/es/post-opinion/2021/10/07/nobel-de-literatura-2021-premio-abdulrazak-gurnah/?fbclid=IwAR2ko4wQnhOwGT2Dhfsv68OQhcolnu_4h4bx_MnfVST1i9_BGfFhE9U-TGA>. Acesso em: 8 dez. 2021.

CLAVARON, Yves. “Chroniques animales et problématiques postcoloniales”. Revue de littérature comparée, vol. 2, n. 338, pp. 197-211, 2011. Disponível em: <https://www.cairn.info/revue-de-litterature-comparee-2011-2-page-197.htm>. Acesso em: 11 nov. 2021.

COETZEE, J.M. Desonra. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das letras, 2000.

____. A vida dos animais. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das letras, 2002.

DEVÉSA, Jean-Michel. “L’Afrique à l’identité sans passé d’Alain Mabanckou. D’un continent fantôme l’autre”. Afrique contemporaine, vol. 1, n. 241, pp. 93-100, 2012. Disponível em: <https://www.cairn.info/revue-afrique-contemporaine-2012-1-page-93.htm>. Acesso em: 11 nov. 2021.

DIOME, Fatou. “L'écrivaine Fatou Diome: ‘il ne faut plus se taire’”. Elle, 14 de abril de 2017. Disponível em: <https://www.elle.fr/Societe/Interviews/L-ecrivaine-Fatou-Diome-il-ne-faut-plus-se-taire-3471689>. Acesso em: 19 mar. 2022.

GONÇALVES, Bianca Mafra. “Existe uma literatura negra em Portugal?”. Revista Crioula, n. 23, pp. 120-139, 2019.

HENRIQUES, Joana Gorjão. “Falar de etnias ainda é tabu”. Público, 22 de Novembro de 2012. Disponível em: <https://www.publico.pt/2012/11/22/sociedade /noticia/falar- de-etnias-ainda-e-tabu-1572743>. Acesso em: 19 mar. 2022.

HONWANA, Luís Bernardo. (1964). Nós matamos o cão tinhoso! São Paulo, Kapulana, 2017.

HUGGAN, Graham; TIFFIN, Helen. Postcolonial ecocriticism. Literature, animals, environment. Nova York, Routledge, 2010.

KAFKA, Franz. A metamorfose. Trad. Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 2000 [1915].

LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo GH. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979. ____. Água viva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

MABANCKOU, Alain. Verre cassé. Paris, Éditions du Seuil, 2005.

____. Mémoires de porc-épic (versão ebook). Paris, Éditions du Seuil, 2006.

____. Ma Soeur-Étoile. Paris, Éditions du Seuil, 2010.

____. Lumières de Pointe-Noire. Paris, Éditions du Seuil, 2013.

____. Petit Piment. Paris, Éditions du Seuil, 2015.

____. Memórias de porco-espinho (versão ebook). Rio de Janeiro, Malê, 2017a.

____. Penser et écrire l'Afrique aujourd'hui. Paris, Éditions du Seuil, 2017b.

____. Copo quebrado. Rio de Janeiro, Malê, 2018a.

____. Les Cigognes sont immortelles. Paris, Éditions du Seuil, 2018b.

____. Le Coq solitaire. Paris, Éditions du Seuil, 2019.

____. Huit leçons sur l´Afrique. Paris, Éditions du Seuil, 2021.

MACIEL, Maria Esther. As ironias da ordem – coleções, inventários e enciclopédias ficcionais. Belo Horizonte: UFMG, 2010.

MARIE, Annabelle. “La Mémoire longue du porc-épic (à propos d'un roman d'Alain Mabanckou)”. Nouvelles Études Francophones, vol. 28, n. 1, pp. 77-88, 2013. Disponível em: <http://www.jstor.com/stable/24244751>. Acesso em: 11 nov. 2021.

NGANANG, Patrice. Temps de chien. Paris, Le Serpent à plumes, 2001.

NOGUEIRA, Paula S. D. Espinhos da tradução: uma leitura de Mémoires de porc-épic, de Alain Mabanckou. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Departamento de Letras Modernas, 2017.

PLUMWOOD, Val. “Decolonizing Relationships with Nature”. In ADAMS, William H.; MULLIGAN, Martin (org.). Decolonizing Nature: Strategies for Conservation in a Post-Colonial Era. Londres, Earthscan, pp. 51–78.

ROSA, João Guimarães. Ave, palavra. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978.

SAÚTE, Nelson. “Freddie Mercury era cantor tanzaniano?”. Carta de Moçambique, 2021. Disponível em: <https://cartamz.com/index.php/blogs/item/9025-freddie-mercury-era-cantor-tanzaniano>. Acesso em: 8 dez. 2021.

TAWADA, Yoko. Memória de um urso-polar. Trad. Lúcia C. Abreu e Gerson R. Neumann. São Paulo: Todavia, 2019.

WYSS, Irena. “Métissage mémoriel chez les écrivains de la migritude: Kétala de Fatou Diome et Mémoires de porc-épic d’Alain Mabanckou”. Études de lettres [online], vol. 3, n. 4, pp. 83-100, 2017. Disponível em: <http://journals.openedition.org/edl/2486>. Acesso em: 08 dez. 2021.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Licença Creative Commons

Downloads

Não há dados estatísticos.