Resumo
Este ensaio busca investigar a possibilidade da definição da utopia como um gênero literário. Certamente trata-se de questão relevante, que possui grande interesse filosófico, literário, estético e histórico. A indagação sobre a utopia de fato constituir – ou não – um gênero literário autônomo existe desde que a obra fundante de Thomas Morus foi publicada, há meio milênio. Será justamente sobre essa obra específica, por ser ela o início e, portanto, o melhor exemplo desse caso, que desenvolverei esta reflexão. Apesar do expressivo número disponível dos estudos sobre a natureza literária da utopia, algumas das respostas obtidas se limitam à composição de uma tipologia que, embora útil, dá às obras um aspecto estático, retirando delas a dialética viva que as compõe.
Referências
BACZKO, Bronislaw. Utopia. In: Enciclopédia Einaudi, v. 5. Lisboa: Imprensa Nacional/ Casa da Moeda, 1985.
BACZKO, Bronislaw. Nell’ anno 2000 – Dall’utopia all’ucronia. Ed. Leo S. Olschki. Firenze, MMI, 2000.
BERRIEL, Carlos. A cidade do sol. Trad., estudo e notas Tommaso Campanella. São Paulo: Martins Fontes, 2022.
CACCIATORE, Giuseppe. Figure dell’utopia. Saggi su Ernst Bloch. Napoli: Redi, 1989.
CASSIRER, Ernest. Individuo e Cosmo nella Filosofia del Rinascimento. Firenze: La Nuova Italia Ed., 1977.
CHABOD, Federico. Scritti sul Rinascimento. Milano: Einaudi, 1974.
CIORANESCU, Alexandre. L’Avenir du passé: utopie et littérature. Paris: Gallimard, 1972.
CURCIO, Carlo. Formação e caráter da utopia italiana no Renascimento. Revista Morus – Utopia e Renascimento, n. 1, 2004, pp. 25-34.
DAGRON, Gilbert ; MARIN, Louis. Discours utopique et récit des origines. In: Annales ESC, v. 26, n. 2, 1971, pp. 306-327.
FIRPO, Luigi (a cura di). L’utopia nell’età della Controriforma. Torino: [s.n.], 1977.
FORTUNATI, Vita (org.). Vite di Utopia. Ravenna: Longo Editore, 1997.
FORTUNATI, Vita. Dall’utopia al’utopismo. Percorsi tematici. Napoli: CUEN, 2003.
GARIN, Eugenio. Dal Rinascimento all’Illuminismo. Firenze: Le Lettere, 1993.
HAZARD, Paul. La Crise de la conscience européenne. Paris: Fayard, 1961.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Estética. Lisboa: Guimarães Editores, 1993.
HELLER, Agnes. O homem do Renascimento. Lisboa: Presença, 1982.
HUDDE, Hinrich; KUON, Peter. (org.). De l’utopie à l’uchronie: formes, significations, fonctions. Actes du Colloque d’Erlangen, 16-18 octobre 1986. Tübingen: Gunter Narr, 1988.
JAMESON, Fredric. Arqueologias do futuro. O desejo chamado utopia e outras ficções científicas. Belo Horizonte, Autêntica, 2021.
KLEIN, Robert. A forma e o inteligível. Escritos sobre o Renascimento e a arte moderna. São Paulo: Edusp, 1998.
KRISTELLER, Paul. Tradição clássica e pensamento do Renascimento. Lisboa: Edições 70, 1995.
LUKÁCS, Georg. Estética. La peculiaridad de lo estético (1. Cuestiones preliminares y de principio). Barcelona: Grijalbo, 1966.
LUKÁCS, György. A questão da sátira. Arte e sociedade: escritos estéticos 1932-1967.
Org. Carlos Nelson Coutinho; José Paulo Netto. Rio de Janeiro: UFRJ, 2011, pp. 163-191.
MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
MATTEUCCI, Nicola (org.). L’utopia e le sue forme. Bologna: Il Mulino, 1982.
MINERVA, Nadia (org.). Per una definizione dell’Utopia. Metodologie e discipline a confronto. Ravenna: Longo, 1992.
MONETI, Maria. Considerazioni sull’utopia. In: Il paese che non c’è e i suoi abitanti. Firenze: La Nuova Italia, 1992a, pp. 93-110.
MONETI CODIGNOLA, Maria. Critica della ragione utopica: l’idea di felicità e i suoi paradossi. In: Il paese che non c’è e i suoi abitanti. Firenze: La Nuova Italia, 1992b, pp. 111-123.
MONETI, Maria. Utopia. Firenze: La Nuova Italia, 1997.
MONETI, Maria. Utopia e scienza, in Nell’ anno 2000 – Dall’utopia all’ucronia. A cura di Bruno Bongiovanni e Gian Maria Bravo. Firenze: Leo S. Olschki editore, MMI, 2001.
MORE, Thomas. Utopia. Trad. Marcelo Brandão Cipolla e Jeferson Luiz Camargo. São Paulo: Editora WMF/Martins Fontes, 1992.
PERLINI, Tito. Utopia e prospettiva in György Lukács. Bari: Edizioni Dedalo, 1968.
PERLINI, Tito. Nota introduttiva a Lukács. In: LUKÁCS, Georg. Estetica di Heidelberg (1912-1918). Milano: Sugare Editore & C., 1974.
PERLINI, Tito. Introdução a Lukács, G. In: LUKÁCS, Georg. Estetica. Barcelona: Grijalbo, 1982, p. 8.
SARTRE, Jean Paul. O Existencialismo é um Humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978[1946]. (Coleção Os Pensadores)
SÉGUY, Jean. Des Sociétés imaginées. In: Annales ESC, v. 26, n. 2, 1971, pp. 328-354.
SERVIER, Jean. Histoire de l’utopie. Paris: Gallimard, 1967.
SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
TENENTI, Alberto. L’utopia nel Rinascimento (1450-1550). Studi Storici, VII, 1966, pp. 52-64.
TROUSSON, Raymond. Voyages au pays de Nulle Part. Histoire littéraire de la pensée utopique. Bruxelles: Université Libre de Bruxelles, 1999.
WIDMAR, Bruno (org.). Scrittori politici del ‘500 e ‘600. Milano: Rizzoli, 1964.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Licença Creative Commons