Banner Portal
O devir de um Livro-raiz: o diário como apoio à escrita de Maria Gabriela Llansol
PDF

Palavras-chave

Escrita. Diário. Maria Gabriela Llansol.

Como Citar

SOUZA, Tatiane da Costa. O devir de um Livro-raiz: o diário como apoio à escrita de Maria Gabriela Llansol. Remate de Males, Campinas, SP, v. 37, n. 1, p. 159–173, 2017. DOI: 10.20396/remate.v37i1.8647554. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8647554. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Em Uma data em cada mão: livro de horas I, primeiro diário póstumo da escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol, lemos a seguinte formulação: “a primeira imagem do Diário não é, para mim, o repouso na vida quotidiana, mas uma constelação de imagens, caminhando sobre as outras. [...] Eu diria: aqui está a raiz de qualquer livro”. Cabe mencionarmos que na composição da obra dessa autora – sejam nos papéis soltos e/ou nos cadernos – há quase sempre o lugar e data em que os textos haviam sido escritos. De modo que essa prática diária da escrita possa ter se tornado um método que possibilitava a Llansol dar continuidade à sua obra. Ao tomarmos como base essas considerações, pretendemos averiguar de que forma o diário, o qual chamaremos de “Livro-raiz”, pode ser justamente aquele que dá suporte à construção da “textualidade” llansoliana. Para tal, pensaremos na transposição da escrita desse livro para o texto literário, por meio daquilo que Llansol nomeia como “sobreposição”. Objetivamos, ainda, averiguar como esse método parece configurar para a autora um pensamento sobre o livro, ao colocar a escrita sob a proteção dos dias.

https://doi.org/10.20396/remate.v37i1.8647554
PDF

Referências

ANDRADE, Vania Baeta. Este é o jardim que o pensamento permite: fragmentos no litoral da textualidade Llansol. Dissertação de Mestrado em Teoria da Literatura. Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001.

ÁVILA, Myriam Corrêa de Araújo. Diários de escritores. Belo Horizonte: Abre, 2016.

BARRENTO, João (Org.). O que é uma figura? Diálogos sobre a obra de Maria Gabriela Llansol na casa da saudação. Lisboa: Mariposa Azual, 2009.

BLANCHOT, Maurice. O livro por vir. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

BRANCO, Lucia Castello. Chão de letras: as literaturas e a experiência da escrita. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

COELHO, Eduardo Prado. Maria Gabriela Llansol: o texto equidistante. In: FENATI, Maria Carolina (org.). Partilha do incomum: leituras de Maria Gabriela Llansol. Florianópolis: Editora da UFSC, 2014, pp. 217-224.

FENATI, Maria Carolina. Um armário de fragmentos. In: FENATI, Maria Carolina (org.). Partilha do incomum: leituras de Maria Gabriela Llansol. Florianópolis: Editora da UFSC, 2014, pp. 241-289.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2010.

GUERREIRO, Antônio. O texto nómada de Maria Gabriela Llansol. In: Revista Colóquio Letras, Lisboa, nº 91, 1986, pp. 66-69.

GUERREIRO, Antônio. Apresentação. In: FENATI, Maria Carolina (org.). Partilha do incomum: leituras de Maria Gabriela Llansol. Florianópolis: Editora da UFSC, 2014, pp. 213-216.

HOPFE, Karin. A escrita no diário/o diário na escrita. In: BRAUER-FIGUEIREDO, Maria Fátima Viegas & HOPFE, Karin (orgs.). Metamorfoses do Eu: o diário e outros gêneros autobiográficos na literatura portuguesa do século XX. Hamburg: Fundação Caluste Gulbenkian / Lisboa: Associação Luso-Hanseática, 2002, pp. 175-185.

LLANSOL, Maria Gabriela. Para que o romance não morra. In: _____. Lisboaleipzig 1 – O encontro inesperado do diverso. Lisboa: Edições Rolim, 1994.

LLANSOL, Maria Gabriela. O sonho de que temos a linguagem. Revista Colóquio-Letras. Lisboa, nº 143-144, jan.-jun. 1997, pp. 5-18.

LLANSOL, Maria Gabriela. Onde vais, Drama-Poesia? Lisboa: Relógio D’Água, 2000.

LLANSOL, Maria Gabriela. O começo de um livro é precioso. Lisboa: Assírio & Alvim, 2003.

LLANSOL, Maria Gabriela. Amigo e amiga – curso de silêncio de 2004. Lisboa: Assírio & Alvim, 2006.

LLANSOL, Maria Gabriela. Uma data em cada mão – livro de horas I. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.

LLANSOL, Maria Gabriela. Um falcão no punho: diário I. Belo Horizonte: Autêntica, 2011a.

LLANSOL, Maria Gabriela. Finita: diário II. Belo Horizonte: Autêntica, 2011b.

LLANSOL, Maria Gabriela. Inquérito às quatro confidências: diário III. Belo Horizonte: Autêntica, 2011c.

LLANSOL, Maria Gabriela. Entrevistas/Maria Gabriela Llansol. Belo Horizonte: Autêntica, 2011d.

LLANSOL, Maria Gabriela. O livro das comunidades. Rio de Janeiro: 7letras, 2014.

LLANSOL, Maria Gabriela. Cadernos inéditos. In: FENATI, Maria Carolina (org.). Partilha do incomum: leituras de Maria Gabriela Llansol. Florianópolis: Editora da UFSC, 2014.

LOPES, Silvina Rodrigues. Teoria da des-possessão: ensaios sobre textos de Maria Gabriela Llansol. Porto: Black Sun Editores, 1998.

MALLARMÉ, Stéphane. Divagações. Trad. Fernando Scheibe. Florianópolis: Editora UFSC, 2010.

MATHIAS, Marcello Duarte. Autobiografias e diários. In: Revista Colóquio-Letras. Lisboa, nº 143-144, jan.-jun. 1997, pp. 41-61.

PAULA, Janaína Rocha de. Cor’p’oema Llansol. Tese de Doutorado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada. Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.

ROCHA NETO, João Alves. A escrita dos dias: a ética da paisagem em Maria Gabriela Llansol. Tese de Doutorado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada. Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.

Licença Creative Commons
O periódico Remate de Males utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.