Resumo
A história das viagens à Lua inicia-se com Plutarco, com Sobre a face visível da órbita da Lua. No entanto, deste pioneiro, os posteriores escritores aproveitarão apenas a ida à Lua, visto que sua viagem é inteiramente regida pelo mote da religião grega. Somente serão inseridos nas viagens à Lua os elementos que hoje mais as enriquece: a sátira, encontrada em Icaromenipo e Narrativas Verdadeiras de Samósata, a crítica social, em The first Man in the Moonde H.G Wells, a visão distanciada do mundo e a consideração científica e astronômica, de Kepler emSomniuim e John Wilkins, em The Discovery of a World in the Moone. Francis Godwin, bispo anglicano autor deThe Man in the Moone (1638) herdará a tradição das viagens à Lua luciânicas, e na sua narrativa procurará oferecer um projeto político para o reinado de Jaime I, ficando no impasse entre a saudação dos tempos augustos do governo de Elisabete I e a reformulação do modelo de governo monárquico.
Referências
BACON, Francis. New Atlantis. In: BRUCE, Susan (ed.). Thomas More – Utopia; Francis Bacon – New Atlantis; Henry Neville – The Isle of Pines. Oxford University Press, 1999.
BERGERAC, Cyrano de. Viagem à Lua. Trad. Fulvia Moretto. São Paulo: Globo, 2007.
GODWIN, Francis. The man in the Moone. Ed. William Poole. Ontario: Broadview Press, 2009.
LUCIANO. Uma história verídica. Trad. Custódio Magueijo. Lisboa: Inquérito, [1976?].
VERNE, Jules. From the Earth to the Moon. Translated byLowell Bair. New York: Bantam Classic, 2008.
WELLS, H. G. The first man in the moon. England: Penguin Classics, 2005.
KEPLER, Johannes. Kepler’s Somnium: the dream or posthumous work on lunar astronomy. Trad. Edward Rosen. Madison: University of Wisconsin Press, 1967.
O periódico Remate de Males utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.