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“Desenredo”, de João Guimarães Rosa
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Palabras clave

Desenredo
João Guimarães Rosa
Autobiografia irracional

Cómo citar

MARINHO, Marcelo; SILVA, David Lopes da. “Desenredo”, de João Guimarães Rosa: prosoema, metapoesia, necrológio prévio ou “autobiografia irracional”?. Remate de Males, Campinas, SP, v. 39, n. 2, p. 799–829, 2019. DOI: 10.20396/remate.v39i2.8655681. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8655681. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumen

En marzo de 1956, João Guimarães Rosa, antes mismo de lanzar Grande Sertão: Veredas (su “autobiografía irracional”), anuncia en periódico su proyecto de ocupar una silla en la Academia Brasileña de Letras, a pesar de su condición de escritor prácticamente inédito, en aquel momento. Fue el primer entre tres intentos, todos marcados por fuerte desgaste emocional: solamente siete años más tarde, en 1963, Rosa será finalmente elegido, casi por unanimidad. Paradójicamente, empieza a postergar la ceremonia de instalación, y termina por fallecer exactamente tres días después del evento pospuesto ya por cuatro largos años. En los periódicos del día siguiente, se llegó a anunciar que él habría previsto su propia muerte. Con base en ese enredo biopoético, buscamos desentrañar, a lo largo de este artículo, los indícios de una narrativa metapoética en cuyas líneas Rosa podría haber eventualmente ficcionalizado su relación con la poesía, con la planeada elección, con la “instalación fatal” y con la rivalidad propia a los miembros de la ABL, tal como se entrevé en “Desenredo”, de Tutameia – Terceiras Estórias (1967). El presente ensayo recorrerá ese célebre prosoema en búsqueda de elementos de reflexión sobre la siguiente cuestión genealógica: ¿cuáles son los límites entre ficción y biografía, entre narrativa poética y prosoema, entre estoria y historia, entre interpretación crítica y transcreación poética, entre inmortalidad y pervivencia, en el caso de un autor que lleva más allá del paroxismo a la noción de “autobiografía irracional”? En otras palabras: desde su genealogía, cabría leer “Desenredo” como un irreverente texto metapoético?

https://doi.org/10.20396/remate.v39i2.8655681
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Citas

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