Banner Portal
Estética e política, memória e esquecimento: novos desafios na era do Mal de Arquivo
PDF

Palavras-chave

Teoria Literária. Crítica literária. Arquivos.

Como Citar

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Estética e política, memória e esquecimento: novos desafios na era do Mal de Arquivo. Remate de Males, Campinas, SP, v. 29, n. 2, p. 271–281, 2010. DOI: 10.20396/remate.v29i2.8636279. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8636279. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O texto apresenta a nossa atual “virada memorialista”. Ela é apresentada primeiramente como um dos momentos de maior destaque dentro de um outro movimento que convencionamos chamar de “virada culturalista”. O culturalismo á caracterizado como a um só tempo o esgotamento e a tentativa de superação dos grandes modelos explicativos, teleológicos e ainda comprometidos com o Iluminismo do século XVIII. Neste contexto, o nosso corpo foi revelado como um arquivo. Mas não se trata mais da tripartição aristotélica da nossa alma em memória, fantasia e logos, nem da tripartição freudiana em id, ego, superego. Antes, este trabalho mostra como nosso corpo foi desvelado agora como um arquivo em suas bases materiais e não apenas como metáfora arquival. Além disto e paralelamente a este processo, nossa cultura letrada se transforma em cultura eletrônica-digital. As fronteiras entre o eu-arquivo e o mundo-arquivo, aberto pela era da computação, abalam a identidade do humano. O ensaio apresenta em que medida a amnésia e a hipomnésia não podem ser separadas de nossa hipermnésia. Todo o trabalho pontua o elemento político desta virada memorialista. Nossa cultura arquival e da memória é uma cultura onde grandes conflitos e guerras se articulam em torno da chave de arquivos e de certas interpretações da nossa memória cultural.
https://doi.org/10.20396/remate.v29i2.8636279
PDF

Referências

“Rússia estuda sanções contra Estónia”. In: http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=821870, acessado em 30/05/2006. http://ctv.incubadora.fapesp.br/portal/V.artigos/arquivos, acessado em 30/05/2006.

ADORNO, Theodor W., HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad. Guido Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

ARISTÓTELES. On memory and recollection. In:ARISTÓTELES. On the Soul, Parva Naturalia, On Breath. Trad. W.S. Hett. Cambridge (Mass.)/London: Harvard UP , 1957. p. 285-313.

ASSMANN, Aleida. Erinnerungsräume: Formen und Wandlungen des kulturellen Gedächtnisses. Munchen: C.H. Beck, 1999.

BENJAMIN, Walter. Gesammelte Schriften. Org. por R. Tiedemann, H. Schweppenhäuser. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, vol. IV: Kleine Prosa. Baudelaire-Ubertragungen, 1972.

BENJAMIN, Walter. Gesammelte Schriften. Org. por R. Tiedemann, H. Schweppenhäuser. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, vol. I: Abhandlungen, 1974.

BENJAMIN, Walter. Gesammelte Schriften. Org. por R. Tiedemann, H. Schweppenhäuser. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, vol. V: Das Passagen-Werk, 1982.

BENJAMIN, Walter. Gesammelte Schriften, org. por R. Tiedemann e H. Schweppenhäuser, Frankfurt a.M.: Suhrkamp, volume VII, 1989.

BORGES, Jorge Luis. Prosa completa. Barcelona: Bruguera, 1979, vol. 1, pp. 477-484.

CHEROUX, Clément (Org.). Mémoire des Camps: Photographies des Camps de Concentration et d’Extermination nazis (1933-1999). Paris: Marval, 2001.

DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Trad. C. de Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. ECO, Umberto. An ars oblivionalis? Forget it!. PMLA. Londres, 103, n. 3, p. 254-261, 1988.

ERMEN, Reinhard, RHEINSBERG, Raffael. Ich such nichts, sondern ich finde. Kunstforum, vol. 140 (Kunst und Literatur II), p. 295-309, abril-junho 1998.

FELMAN, Shoshana. The Juridical Unconscious: Trials and Traumas in the Twentieth Century. Cambridge: Harvard UP , 2002.

FLUSSER, Vilém. Bodenlos: uma autobiografia filosófica. São Paulo: AnnaBlueme, 2007. LORAUX, Nicole. De l’amnistie et de son contraire. In: Usages de l’oubli. Paris : Seuil, 1988. SARLO, Beatriz. Tiempo pasado: cultura de la memoria y giro subjetivo. Buenos Aires: Siglo XXI Editores, 2005.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. A escritura da memória: mostrar palavras e narrar imagens. Remate de Males, Revista do Departamento de Teoria Literária do IEL, UNICAMP , n. 26, v . 1 (Dossiê Literatura como uma arte da memória), p. 31-45, janeiro-junho, 2006.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Testemunho e a política da memória: o tempo depois das catástrofes. Projeto História, Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP , n. 30 (Guerra, Império e Revolução), p. 31-78, jun. 2005.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Walter Benjamin: o estado de exceção entre o político e o estético. In: SELIGMANN-SILVA, Márcio (org.). Leituras de Walter Benjamin, São Paulo: Annablume/FAPESP , segunda edição, revista e ampliada, 2007. Pp.: 213-238.

WARBURG, Aby. Der Bilderatlas Mnemosyne. Editado por Martin Warnke. Berlin: Akademie Verlag, 2003. (Gesammelte Schriften, segunda seção, vol II. 1)

WEIGEL, Siegrid. Die Kusnt des Gedächtnisses – das Gedächtnis der Kunst. Zwischen Archiv und Bilderatlas, zwischen Alphabetisierung und Spur. In: FLACH, Sabine, MUNZ-KOENEN, Inge, STREISAND, Marianne (Org.). Der Bilderatlas im Wechsel der Kunste und Medien. Munchen: Wilhelm Fink Verlag, 2005. p. 99-119.

WEINRICH, Harald. Lethe – Kunst und Kritik des Vergessens. Munchen: C.H. Beck, 1997.

Licença Creative Commons
O periódico Remate de Males utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.