Resumo
Esse trabalho tem como principal objetivo discutir o projeto estético criado por Aldous Huxley em seus romances distópicos, especialmente em "Brave New World", primeiramente publicado em 1932. A partir da comparação com alguns outros romances distópicos do mesmo período, pretendemos demonstrar como parece haver na obra de Huxley um projeto estético que se situa entre a crítica especializada, seu público e a representação de si mesmo como alguém apto a prognosticar o futuro por meio de seu romance. Ao abordarmos a questão da morte no interior da trama ficcional, pretendemos apresentar ao leitor como esse prognóstico tenta validar-se, com mais ou menos sucesso, diante de seu público como o futuro a ser encarado pelos homens e mulheres das próximas gerações.
Referências
ARENDT, Hannah. A Vida do espírito: o pensar, o querer e o julgar. São Paulo: Civilização brasileira, 2008.
AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo, Perspectiva, 2011.
BERLIN, Isaiah. Limites da utopia: capítulos da história das ideias. São Paulo, Companhia das Letras, 1991.
BERLIN, Isaiah. BLOOM, Harold. Introduction. In: William Shakespeare’s Hamlet. New York and Philadelphia: Chelsea house publishers, 1986.
CALDER, Jenni. Huxley and Orwell: Brave New World and Nineteen Eighty-Four. London, Edward Arnold, 1976.
FIRCHOW, Peter. Aldous Huxley: satirist and novelist. Minneapolis: University of Minessota Press, 1972.
FIRCHOW, Peter. Reluctant Modernists: Aldous Huxley and Some Contemporaries. Edited by Evelyn S. Firchow and Bernfried Nugel. Berlin, LIT VERLAG, 2002.
GINZBURG, Carlo. Nenhuma ilha é uma ilha: quatro visões da literatura inglesa. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
GRUSHOW, Ira. Brave New World and The Tempest. In: College English, Vol. 24, No. 1 (Oct, 1962), pp- 42-45. Disponível em: www.jstor.org/stable/373846
HABERMAS, Jürgen. A crise do estado de bem-estar social e o esgotamento das energias utópicas. In: Diagnósticos do tempo, seis ensaios. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 2005.
HUXLEY, Aldous. Brave New World. Essex: Longman Group & Chatto & Windus, 1991.
ISER, Wolfgang. O fictício e o imaginário. Trad. Johannes Kretschmer. Rio de Janeiro: EDUERJ.
KOSELLECK, Reinhart. Crítica e crise: uma contribuição à patogênese do mundo burguês. Rio de Janeiro, EDUERJ: contraponto, 1999.
KOSELLECK, Reinhart. Historias de conceptos. Estudios sobre semántica y pragmática del lenguaje político y social. Madrid: Editorial Trotta, 2012.
LIMA, Luiz Costa. Entre realismo y figuración: el realismo decentrado de Auerbach. In: revista Histoya y grafía, nº 32, 2009, pp. 109-129
MECKIER, Jerome. Aldous Huxley: Modern Satirical Novelist of Ideas. Edited by Peter E. Firchow and Bernfried Nugel. Berlin, LIT VERLAG, 2006.
PAVLOSKI, Evanir. Admirável Mundo Novo e a Ilha: entre o idílio e o pesadelo utópico. 362f Tese (Doutorado em Letras), Programa de Pós-graduação em Letras, Universidade Federal do Paraná. 2012.
WILLIAMS, Raymond. Utopia e ficção científica. In: Cultura e sociedade: de Coleridge a Orwell. São Paulo: Editora Vozes, 2011.
O periódico Resgate utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.