Resumo
O texto reflete sobre a diluição dos limites entre os discursos de matriz histórica e ficcional, que passam a ser considerados pertencentes a um mesmo regime de verdade a partir dos movimentos de revisão crítica da história. Situadas essas questões, o artigo propõe a análise de discursos curatoriais ligados à arte efêmera – a exposição Vestígios: memória e registro de performance e site specific, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 2014 e o projeto que fundamenta a exposição Somos o molde. A você cabe o sopro. Lygia Clark: da obra ao acontecimento, realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2006 – para mostrar como vêm sendo repensadas as formas de apresentação desse tipo de produção, no entrecruzamento entre a história e as histórias.
Referências
AMADO, Janaína; FERREIRA, Marieta de Moraes. Usos e abusos da história oral. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
ANDRADE, Mario de. Aspectos das Artes Plásticas no Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1984.
ANDRADE, Mario de. Macunaíma. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. São Paulo: Secretaria de Cultura,Ciência e Tecnologia, 1978.
ANDRADE, Mario de. O Movimento Modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1942.
ANDRADE, Mario de. Pequena história da música. São Paulo: Martins, 1972.
ANDRADE, Oswald. Serafim Ponte Grande. São Paulo: Globo, 1995.
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In:BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. Obras Escolhidas Volume I. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
BOIS, Yve-Alain; KRAUSS, Rosalind. Formless. A User’s Guide. Cambridge: MIT, 2000.
CLARK, Lygia; OITICICA, Hélio. Cartas: 1964-74. In: FIGUEIREDO, Luciano (Org.). Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.
FREITAS, Guilherme. Formas de vida: Jacques Rancière fala sobre estética e política. O Globo, Rio de Janeiro, 8 dez. 2012. Prosa [blog literário]. Disponível em: http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2012/12/08/formas-de-vida-jacques-ranciere-fala-sobre-estetica-politica-478094.asp. Acesso em: 18 nov. 2014.
DIDI-HUBERMANN, Georges. O anacronismo fabrica a história: sobre a inatualidade de Carl Eisntein. In: ZIELINSKY, Mônica (Org.). Fronteiras. Arte, crítica e outros ensaios. Porto Alegre: UFRGS, 2003.
DIDI-HUBERMANN, Georges. Ante el tiempo. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2006.
ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. Lygia Clark. Disponível em: http://enciclopedia. itaucultural.org.br/pessoa1694/lygia-clark. Acesso em: 25 jul. 2017.
MAIER, Tobi (Org.). Vestígios – memória e registro de performance e site specific. São Paulo: Biblioteca do Museu de Arte Moderna, 2014.
MILLET, Catherine. A Arte Contemporânea. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.
NIETZSCHE, Friedrich. Considerações Intempestivas. Lisboa: Editorial Presença – Livraria Martins Fontes, 1976.
PORTELLI, Alessandro. O que faz a história oral diferente. Tradução de Maria Therezinha Janine Ribeiro. Revisão Técnica de Déa Ribeiro Fenelón. Projeto História - Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, [S.l.], v. 14, fev. 1997. ISSN 2176-2767. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/11233. Acesso em: jan. 2017.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO experimental; Editora 34, 2009.
RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. Lisboa: Orfeu Negro, 2010.
ROLNIK, Suely. Lygia Clark: da obra ao acontecimento. Nós somos o molde. A você cabe o sopro. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2006.
ROLNIK, Suely. Memória do corpo contamina museu. Transversal – EIPCP multilingual webjournal, [S.l.], jan. 2007. ISSN 1811-1696. Disponível em: http://eipcp.net/transversal/0507/rolnik/pt. Acesso em: 16 nov. 2014.
ROUBAUD, Jacques. Algo: Preto. São Paulo: Perspectiva, 2005.
SUTTON, Benjamin. Celebrating "six years": critic Lucy Lippard's Seminal Conceptual Art. Treatise will guide Brooklyn museum show. Blouinartinfo, 2012. Disponível em: http://www.blouinartinfo.com/news/story/803539/celebrating-six-years-critic-lucy-lippards-seminal-conceptual. Acesso em 2 dez. 2014.
O periódico Resgate utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.