Resumo
Pretende-se analisar aqui as contradições que emergem das duas campanhas de aquisição de obras (respectivamente em 1946-1947 e 1952-1954) que o primeiro presidente e patrono do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Francisco Matarazzo Sobrinho, realizou na Itália. Nossa intenção é propor uma releitura do debate sobre a arte abstrata no contexto brasileiro em torno da criação do MAM e da Bienal de São Paulo, bem como reavaliar as ligações do ambiente artístico paulista com o meio artístico italiano, na busca de novos caminhos em direção à abstração. Esse estudo tem por objetivo revisar a narrativa de arte moderna no Brasil, tal como foi consolidada pela historiografia brasileira.
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