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Resumo
Este estudo teve como objetivo compreender a percepção que um grupo de mulheres, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) têm em relação à família, sua configuração e dinâmica. Para isso, buscou-se identificar o perfil socioeconômico e educacional das famílias, conhecer como se organizam no cotidiano familiar e a quem recorrem em situações de necessidades. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de entrevistas semiestruturadas. Foram participantes da pesquisa 15 mães de lactentes que compareceram a um serviço de triagem auditiva neonatal em uma unidade de saúde da UNICAMP. Todas participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As entrevistas foram gravadas e seu conteúdo transcrito. Os dados coletados foram categorizados e analisados. Os resultados revelaram que o conceito de família não pode ser definido em apenas um termo, pois comporta diferentes significados: pertencimento, convivência, segurança, privacidade. O perfil socioeconômico das famílias apontou para uma relação entre pertencer às camadas pobres e o significado de família: esta ganha sentido, fundamentalmente, porque é ela quem socorre seus membros em situações de necessidade. A convivência familiar estabelece relações de confiabilidade que garante aos seus membros a certeza de amparo diante de contextos de dificuldades. Mais que sangue ou laços de parentesco, o sentido de segurança e pertencimento advindo desses tipos particulares de relacionamento, constitui um traço essencial no conceito de família. Os relatos mostram que apesar de os homens compartilharem tarefas domésticas e familiares, as mulheres ainda são as principais responsáveis pelo cuidado, rotina e organização do lar, mesmo quando estão empregadas. Pensar a família pela ótica delas próprias, pode indicar novas pistas para o trabalho de profissionais inseridos nos contextos do cuidado em saúde, onde a família é sempre a primeira acionada na participação dos processos de recuperação ou reabilitação.
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