Banner Portal
CHILDREN’S RIDDLES: WHAT DO THEY TELL US ABOUT CHANGE IN LANGUAGE ACQUISITION?
PDF

Como Citar

FIGUEIRA, Rosa Attié. CHILDREN’S RIDDLES: WHAT DO THEY TELL US ABOUT CHANGE IN LANGUAGE ACQUISITION?. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 33, 2011. DOI: 10.20396/cel.v33i0.8637092. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8637092. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

 Partindo da constatação de que a relação da criança com a linguagem sofre importantes mudanças ao longo dos primeiros anos da infância, pretende-se neste artigo, através de exemplos recolhidos junto aos “corpora” de A e J (acompanhadas dos 1;9 até 5 anos de idade), caracterizar um aspecto dessa mudança: a alteração na sua condição de predominantemente interpretada pelo adulto para intérprete do outro e de sua própria fala (De Lemos 1996, publicado neste volume).Como exemplo da primeira condição será considerado um diálogo entre adulto e criança, que mostra como a interpretação do interlocutor modela expressões sintatica e
semanticamente indeterminadas, conferindo-lhes um sentido compatível com o contexto discursivo, dirigindo a fala da criança para um e não outro sentido. Sem o compromisso de assumir que esta indeterminação desaparecerá completamente, pretende-se ir adiante e exibir um conjunto de adivinhas, espontaneamente criadas pela criança aos 4;6 de idade, dados que mostram a criança experimentando a condição de intérprete. Estudadas na literatura sobretudo sob o aspecto da compreensão (Clark 1978, Lefort 1982, Shultz 1974), as adivinhas serão neste artigo observadas sob o
ângulo da produção, cabendo levantar as seguintes questões: chegam as crianças a produzir verdadeiras adivinhas? Qual o formato (traços estruturais) que tais peças exibem? Como adulto e criança se engajam nesta brincadeira, comandada pela criança? Finalmente: o que as adivinhas nos ensinam sobre as mudanças operadas na relação criança-linguagem? A relevância teórica dessas questões torna-se clara quando
se recorda que adivinhas e outros jogos verbais são considerados como indícios de uma atividade metalinguística, cuja emergência é esperada somente num ponto mais avançado ou tardio do desenvolvimento linguístico.

https://doi.org/10.20396/cel.v33i0.8637092
PDF

Referências

BROWN, R. (1973). A First language: the Early Stages. Londres: George Allen & Unwin Ltda.

BANKS-LEITE, L. (1996). “Aspectos Argumentativos e Polifônicos da Linguagem da Criança em Idade Pré-escolar”. Tese de doutorado. UNICAMP. (tese de doutorado).

CASCUDO, L. da Câmara. (1988). Dicionário do Folclore Brasileiro. Ed. Itatiaia Ltda/Ed. da USP.

CASTRO, M.F.P. (1992). Aprendendo a Argumentar. Um momento na construção da Linguagem. Campinas: Editora da Unicamp.

CLARK, E. (1978). “Awareness of Language: Some Evidence from what Children Say and Do”. The Child’s Conception of Language. A. Sinclair, R.J. Jarvella & W. Levelt (eds.). Berlin and New York: Springer. 17-43.

DASCAL, M. (1982). “Relevância Conversacional”. Fundamentos Metodológicos da Linguística. vol IV. Campinas. 105-131.

DE LEMOS, C. de (1982). “Sobre a Aquisição da Linguagem e seu Dilema (Pecado) Original”. Boletim da Abralin, 3. 97-126.

______. (1992). “Los Procesos Metafóricos y Metonímicos como Mecanismos de Cambio”. Substratum, 1. 121-135.

______. (1992). Prefácio ao livro Desenvolvimento do Discurso Narrativo, M. C. Perroni. S.P.: Martins Fontes. I-XVIII.

______. (1995). “Língua e Discurso na Teorização sobre Aquisição da Linguagem”. Letras Hoje. Atas do III Encontro Nacional de Aquisição da Linguagem. PA/RS.

DUCROT, O. & C. Vogt. (1980). “De magis a mas: uma hipótese semântica”. in Vogt. Linguagem, Pragmática e Ideologia. Campinas: Hucitec.

FERREIRA, M.C.L. (1994). “A resistência da Língua nos Limites da Sintaxe e do Discurso: da Ambiguidade ao Equívoco”. Tese de doutorado, UNICAMP. (inédita).

FIGUEIRA, R. A. (1985). “Causatividade: um estudo longitudinal de suas principais manifestações no processo de aquisição do português por uma criança”. Tese de doutorado (inédita). UNICAMP.

______. (1995a.) “Erro e e Enigma na Aquisição da Linguagem”. Letras de Hoje. Porto Alegre, vol. 3, n. 4. 145-162.

______. (1995b.) “A Palavra Divergente. Previsibilidade e Imprevisibilidade nas Inovações Lexicais na Fala de Duas Crianças”. Trabalhos em Linguística Aplicada, 26. Campinas: UNICAMP/IEL. 49-80.

FREUD, S. (1905). “Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente”. Vol. III. Ed. Standard brasileira. R.J.: Imago Editora.

FRIED, D. (1988). “Rhyme Pun”. In Culler, J. On Puns. The Foundations of Letters. Basil Blackwell.

FRANCHI, C. (1977). “Linguagem: Atividade Constitutiva”. Almanaque, 5. São Paulo:Brasiliense. 9-27.

GUIMARÃES, E. (1987). Texto e Argumentação. Campinas: Pontes.

HAKES, D.T. (1980). The Development of Metalinguistic Abilities in Children. Berlin:Springer-Verlag.

KARMILOFF-SMITH, A. (1986). “From meta-processes to counscious access: Evidence from children’s metalinguistic and repair data”. Cognition. 95-145.

LEFORT, B. (1992). “Structure of verbal jokes and comprehension in young children”. Humor. Walter de Gruyter. p. 149-163.

MELO, J. M. de (1950). Enigmas Populares. R de J: Ed. A Noite.

OAKS, D. D. (1994). “Creating structural ambiguities in humor: getting English grammar to cooperate”. Humor, 7-4. Walter de Gruyter. p. 377-401.

PERRONI, M.C. (1991). “Aprendendo a Contar Mentiras”. Cadernos de Estudos Linguísticos, 21. 5-24.

POSSENTI, S. (1994). “Fazendo as palavras render: o inconsciente é infantil?”. Revista de Estudos da Linguagem, 2. UFBH.

SHULTZ, T R. R. (1974). “Development of the appreciation of riddles”. Child Development, 45. 100-105.

SHULTZ, T. R. & Horibe, F. (1974). “Development of the appreciation of verbal jokes”. Developmental Psychology, vol. 10, n. 1. 13-20.

YAVAS, F. (1988). “Habilidades Metalinguísticas na Criança: uma Visão Geral”. Cadernos de Estudos Linguísticos, 14. 39-51.

Highlights. 1975-1977. Ohio: Columbus.

O periódico Cadernos de Estudos Linguísticos utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.