Resumo
O presente artigo tem como objetivo o estudo dos marcadores discursivos (MDs) derivados dos verbos de percepção visual “olhar” e “ver”, que, em sua configuração construcional, apresentem a forma imperativa, a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2009 [1972]); WEINREICH, LABOV & HERZOG (2006 [1968]). Para a análise das ocorrências, foram utilizados dois corpora distintos representativos da modalidade oral da língua: o corpus do “Projeto Mineirês: a construção de um dialeto”, da UFMG, e o corpus do projeto “PEUL – Programa de Estudos sobre o Uso da Língua”, da UFRJ. A análise quantitativa dos dados baseou-se no programa computacional GoldVarb/VARBRUL 2001, a partir do qual se chegou a resultados estatísticos significativos acerca dos fatores mais relevantes para o favorecimento da variação entre os marcadores analisados, bem dos fatores que condicionam o uso de uma ou outra variante.Referências
BAYLEY, R. The Quantitative Paradigm. In: CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P.; SCHILLING-ESTES, N. (eds.). The Handbook of language variation and change. Oxford: Blackwell, 2004, p. 117-141.
GUY, G.; ZILLES, A. Sociolinguística quantitativa: instrumental de análise. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
LABOV, W. The Social Motivation of a Sound Change. Word, v.19, 1963, p. 273-309.
LABOV, W. The Social Stratification of English in New York City. Cambridge, U.K.: Cambridge University Press, 2006 [1966].
LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. São Paulo: Parábola, 2009 [1972].
LABOV, W. Quantitative reasoning in linguistics. Linguistics, v. 563, jan. 2008, p. 1-25.
LUCCHESI, D. Sistema, mudança e linguagem: um percurso na história da linguística moderna. São Paulo: Parábola, 2004.
MARCUSCHI, L. A. Marcadores conversacionais do português brasileiro: formas, funções e definições. In: CASTILHO, A. (org.). Português culto falado no Brasil. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1989, p. 281-322.
ROST-SNICHELOTTO, C. A. Olha e vê: caminhos que se entrecruzam. Tese de Doutorado em Linguística. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2009.
SILVA, G. M. Coleta de dados. In: MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L. (orgs.). Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2004, p. 117-133.
TRAUGOTT, E. C. Toward a coherent account of grammatical constructionalization, Slightly revised version of powerpoint presentation at Societas Linguistica Europea (SLE) 44, Spain, September 8th-11th, 2011b.
LAURIE – Marcadores discursivos derivados dos verbos de percepção visual...
VITRAL, L. O papel da frequência na identificação de processos de gramaticalização. Scripta, vol. 9, n. 18. Belo Horizonte, 2006. p. 149-177.
WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. (trad. Marcos Bagno). Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. São Paulo: Parábola, 2006 [1968].
O periódico Cadernos de Estudos Linguísticos utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.