Resumo
A memória do discurso pode ser construída a partir de diferentes lugares de (res)significações sociais, em que certos imaginários são colocados à prova em relação aos contextos de sua circulação. Assim, a memória pode adquirir novos sentidos no interior de um interdiscurso, em que por meio de novas instâncias de enunciação irrompem novas ressignificações de memórias sobre o futuro. É, pois, considerando essa noção de memória social no âmbito do trabalho que propomos uma reflexão das ideias de futuro baseadas numa exposição de arte intitulada “Ofisuka 2068 - imaginando um futuro do trabalho”, realizada em setembro de 2018 no Museu do Amanhã. O objetivo foi observar as mutações de memória e discurso na sociedade em relação às ideias pré-estabelecidas da noção de trabalho num amanhã que ainda está por vir. Conhecer, assim, novas instâncias discursivas que ressignificam certas formulações no interior do interdiscurso.
Referências
ALMEIDA, J. F. Epistemologia da Errância: erro, hiância e ciência em discurso. Campinas: Pontes, 2019.
BAUMAN, Z. Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
BLADE Runner. Direção: Ridley Scott. Produção: Michael Deeley. Los Angeles: Warner Brothers, 1991. 1 DVD (117 min), son., color.
COURTINE, J-J. Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. São Carlos: EDUFSCar, 2014 [1981].
COURTINE, J-J. Metamorfoses do discurso político: derivas da fala pública. São Carlos: Claraluz, 2006.
DAROZ, E.; SOUSA, L. M. A. No museu, o Amanhã no entrelaçamento entre história e memória. Revista Letras Raras, v. 8, n. 2, p. 133-149, 2019. Disponível em: http://revistas.ufcg.edu.br/ch/index.php/RLR/article/view/1377. Acesso em: 6 mar. 2020.
DAVALLON, J. A imagem, uma arte de memória? In: ACHARD, P. (org.). Papel da memória. Campinas: Pontes, 2010. p. 23-32.
DIAS, C. P. Para uma compreensão discursiva do digital: o sentido de tecnologia. In: GRIGOLETTO, E.; DE NARDI, F. S. (org.). A análise do discurso e sua história: avanços e perspectivas. Campinas: Pontes, 2016. p. 297-309.
"2001", Uma odisseia no espaço. Direção: Stanley Kubric. Produção: Metro-Goldwyn-Mayer. EUA, Metro-Goldwyn-Mayer, 1968. 1 DVD (142 min), son., color.
FERREIRA, M. C. L. Memória discursiva em funcionamento. In: ROMÃO, L. M. S.; GALLI, F. C. S. (org.). Conceitos discursivos em rede. São Carlos: Pedro & João, 2012. p. 141-152.
FONTANA ZOPPI, M. G. Althusser e Pêcheux: um encontro paradoxal. Conexão Letras, v. 9, n. 12, p. 23-35, 2014. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/conexaoletras/article/view/55118/33519. Acesso em: 10 mar. 2020.
NUNES, J. H. Introdução. In: ACHARD, P. (org.). Papel da memória. Campinas: Pontes, 2010. p. 7-10.
ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2002.
PÊCHEUX, M. Papel da memória. In: ACHARD, P. (org.). Papel da memória. Campinas: Pontes, 2010. p. 49-57.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Unicamp, 2014.
PFEIFFER, C. R. C. Língua em museu: institucionalização de um nós no recobrimento de um resto histórico. Letras, n. 46, p. 225-244, jun. 2013. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11750/7179>. Acesso em: 07 mar. 2020.
SOUSA, L. M. A.; BARBOSA FILHO, F. R. O que o amanhã guarda: eis o enigma. In: GRIGOLETTO, E.; DE NARDI, F. S.; SILVA SOBRINHO, H. F. Sujeito, sentido, resistência: entre a arte e o digital. Campinas: Pontes, 2019. p. 37-58.
SOUSA, L. M. A. et al. Estandartes de direitos humanos, tramas de um discurso. Revista Linguasagem, São Carlos, v. 31, n. 1, p. 180-195, jul./dez. 2019. Disponível em: http://www.linguasagem.ufscar.br/index.php/linguasagem/article/view/508. Acesso em: 6 mar. 2020.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2020 Cadernos de Estudos Lingüísticos