Banner Portal
Os estrangeirismos e os empréstimos no português falado em Moçambique
PDF

Palavras-chave

Estrangeirismos. Empréstimos. Português Moçambicano.

Como Citar

TIMBANE, Alexandre Antonio. Os estrangeirismos e os empréstimos no português falado em Moçambique. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 54, n. 2, p. 289–306, 2011. DOI: 10.20396/cel.v54i2.8636607. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636607. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho é uma reflexão sobre a situação do português em Moçambique, especialmente na questão de “variação e mudança linguística” que se processa através de estrangeirismos e empréstimos. O português convive com mais de vinte línguas bantu e duas asiáticas, o que permite contato entre elas. O português é língua oficial e não é materna para a maioria dos moçambicanos. Assim, pretendemos identificar e apresentar os estrangeirismos e empréstimos fenómeno que se verifica mais nos mídias. Descreveremos a integração dessas “novas” palavras no português moçambicano bem como o seu valor semântico. O corpus é composto por 27 cartas de opinião recolhidas no jornal “Notícias”, em 2010 e 2011, o qual foi inserido no programa Lexico-3. Da pesquisa, se concluiu que a maior parte dos empréstimos e estrangeirismos provém das línguas bantu bem como do inglês. A integração dessas palavras segue as regras gramaticais do português, havendo dificuldades em muitos casos, na transformação da ortografia das línguas bantu para português. Os estrangeirismos ainda são alvos de preconceito, principalmente no meio escolar mas as mudanças linguísticas são fenómenos naturais das línguas e ninguém os pode impedir de existir.
https://doi.org/10.20396/cel.v54i2.8636607
PDF

Referências

APPEL, R.; MUYSKEN, P. (1996). Bilinguismo y Contacto de Lenguas. Barcelona: Ariel Linguística.

BONVINI, E. (2004). Línguas africanas e português falado no Brasil. in FIORIN, J. L.; PETTER, M. (ors). África no Brasil: A formação da língua portuguesa. São Paulo: Contexto.

DIAS, H. N. (2009). A norma padrão e as mudanças linguísticas na língua portuguesa nos meios de comunicação de massas em Moçambique. In: DIAS, H. N. (org). Português moçambicano: Estudos e reflexões. Maputo: imprensa universitária.

DIAS, H. N. (2002). Minidicionário de moçambicanismos. Maputo: Imprensa Universitária.

DIAS, H. N. (1991). Os empréstimos lexicais das línguas bantu no português. in: Actas do Simpósio Nacional sobre língua portuguesa em Africa. Escola superior de Santarém.

DIAS, H. N. (2009b). Português moçambicano: Estudos e reflexões. Maputo: Imprensa Universitária.

Timbane – Os estrangeirismos e os empréstimos... FREITAS, T.; RAMILO, M. C.; SOALHEIRO, E. (2005). O processo de interação dos estrangeirismos no português europeu. In MATEUS, M. H. M.; NASCIMENTO do, F. B. (orgs). A Língua Portuguesa em Mudança. Lisboa: Caminhos.

GARCEZ, P.; ZILLES, A. M. (2001). Estrangeirismos: desejos e ameaças. In FARACO, C. A. (org). Estrangeirismos: Guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola.

GONSALVES, C. A. F.; FERREIRA, D.C.; CUNHA, J. M. De J. et al. (2011). O uso do estrangeirismo na língua portuguesa. Lisboa: Revela Guilbert, L. La créativité lexicale. Paris: Larousse, 1975.

MATEUS, M. H.M. (2002). A face exposta da língua portuguesa. Lisboa: Imprensa nacional-Casa da moeda.

MOÇAMBIQUE. Constituição. (2004). Constituição da República de Moçambique. Maputo, Assembleia da República.

NARO, A. J. (2004). O dinamismo das línguas. In MOLLICA, M. C. ; BRAGA, M. L. (orgs). Introdução à sociolinguística: O tratamento da variação. São Paulo: Contexto.

NEVES, M. H.M. (2003). Guia de uso do português: confrontando regras e usos. São Paulo: UNESP.

PERINI, M. (2004). A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola.

POSSENTI, S. (2002). A questão dos estrangeirismos. In FARACO, C. A. (org.). Estrangeirismos: Guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola.

BRASIL. PROJETO DE LEI Nº 1676 de 1999.

RAJAGOPALAN, K. (2004). Línguas nacionais como bandeiras patrióticas, ou a linguística que nos deixou na mão: observando mais de perto o chauvinismo linguístico emergente no Brasil. in SILVA da, F. L.;

RAJAGOPALAN, K.(orgs). A linguística que nos faz falhar: Investigação crítica. São Paulo: Parábola.

SEQUEIRA, F.J. M. (1962). Rol de estrangeirismos e respectivas correspondências em português de lei. Lisboa: Livraria popular de Francisco franco.

TIMBANE, A. A. (2009). A problemática do ensino da língua portuguesa na 1 classe num contexto sociolinguístico urbano. O caso da cidade de Maputo. 2009.109f. Dissertação (Mestrado em Linguística)- Faculdade de Letras e Literatura, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.

VILELA, M. (1994). Estudos de Lexicologia do Português. Coimbra, Almedina.

VILELA, M. (1995). Ensino da língua portuguesa: Léxico, dicionário, gramática. Coimbra: Almedina.

ZAMPARONI, V. (2000). Monhés, Baneanes, Chinas e afro-maometanos: colonialismo e racismo em Lourenço Marques,Moçambique, 1890-1940. in Lusotopie, 191-222

http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1170815/20110127 Acesso aos 14 de maio 2011 http://pt.wikipedia.org/wiki/Chauvinismo acesso aos 13 de julho 2011 Dicionário de estrangeirismos da língua portuguesa: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action =estrangeirismos&act=list http://www.folha.uol.com.br/ http://www.jornalnoticias.co.mz/

O periódico Cadernos de Estudos Linguísticos utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.