Banner Portal
De clítico à concordância: o caso dos acusativos de terceira pessoa em português brasileiro
PDF

Palavras-chave

Clítico acusativo de terceira pessoa. Concordância. Português brasileiro

Como Citar

NUNES, Jairo Morais. De clítico à concordância: o caso dos acusativos de terceira pessoa em português brasileiro. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 57, n. 1, p. 61–84, 2015. DOI: 10.20396/cel.v57i1.8641472. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8641472. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Uma das propriedades sintáticas que mais caracteriza o português brasileiro (PB) é a perda dos clíticos acusativos de terceira pessoa o(s)/a(s) e seus alomorfes. Como amplamente documentado na literatura, em PB esses elementos estão associados a escolarização e registros formais de fala e escrita. Neste trabalho investigo o estatuto teórico desses elementos após serem “acrescentados” à gramática nuclear do PB via escolarização sintática. Como base em seu intrincado padrão de colocação, argumentarei que o(s)/a(s) não são incorporados como clíticos nos registros relevantes de PB, mas como marcas de concordância (de objeto).

https://doi.org/10.20396/cel.v57i1.8641472
PDF

Referências

ARREGI, K.; NEVINS, A. (2014). A monoradical approach to some cases of disuppletion. Theoretical Linguistics 40, p. 311-330.

CARVALHO, J. B. de. (1989). Phonological conditions on Portuguese clitic placement: on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns. Linguistics 27, p. 405-436.

CORRÊA, V. ( 1991). O objeto direto nulo no português do Brasil. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas.

CYRINO, S. (1987). O objeto nulo no português do Brasil: um estudo sintático-diacrônico. Londrina: Editora UEL.

D’ALBULQUERQUE, A. (1984). A perda dos clíticos num dialeto mineiro. Tempo Brasileiro 78/79, p. 97-121.

DUARTE, M. E. L. (1986). Variação e sintaxe: clítico acusativo, pronome lexical e categoria vazia no português do Brasil. Dissertação de mestrado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

DUARTE, M. E. L. (1989). Clítico acusativo, pronome lexical e categoria vazia no português do Brasil. In TARALLO, F. (org.). Fotografias Sociolinguísticas. Campinas: Pontes/Editora da UNICAMP, p. 19-34.

FIGUEIREDO SILVA, M. C. (1990). Les clitiques em portugais du Brésil: note pour une étude. Ms., Université de Genève.

GALVES, C. (1986). Aluga-(se) casas: im problema de sintaxe portuguesa na teoria de regência e vinculação. Campinas: Preedição 2.

GALVES, C. (1989). O objeto nulo no português brasileiro: percurso de uma pesquisa. Cadernos de Estudos Lingüísticos 17, p. 65-90.

GALVES, C. (2001). Ensaios sobre as gramáticas do português. Campinas: Editora da UNICAMP.

GALVES, C.; RIBEIRO, I.; TORRES MORAIS, M. A. (2005). Syntax and orphology in the placement of clitics in European and Brazilian Portuguese. Journal of Portuguese Linguistics 4.2, p.143-177.

KATO, M. A. (1993). The distribution of pronouns and null elements in object position in Brazilian Portuguese. In ASHBY, W.; PERISSINOTTO, M. M. G.; RAPOSO, E. P. (Org.). Linguistic perspectives on the Romance Languages. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, p. 225-235.

KATO, M. A. (2011). A natureza do objeto nulo e do nome nulo no português europeu e no português brasileiro. Revista Intercâmbio, v. XXIII, p. 13-27.

KATO, M. A.; CYRINO, S.; CORRÊA, V. (2009). Brazilian Portuguese and the recovery of lost clitics through schooling. In PIRES, A.; ROTHMAN, J. (org.) Minimalist inquiries into child and adult language acquisition: case atudies across Portuguese. Berlin/New York: Mouton De Gruyter. p. 245-272.

KATO, M. A.; MARTINS, A. M.; NUNES, J. (a sair). The syntax of Portuguese. Cambridge: Cambridge University Press.

KATO, M. A.; RAPOSO, E. P. (2005). Obje(c)tos e artigos nulos: similaridades e diferenças entre o português europeu e o português brasileiro. In: MOURA, D. (org.) Reflexões sobre a sintaxe do português. Maceió: Edufal, p. 73-96

KAYNE, R. S. French syntax: the transformational cycle. Cambridge, Mass.: MIT Press.

LEMLE, M.; NARO, A. J. (1977). Competências básicas do português. Rio de Janeiro: MOBRAL/Fundação Ford.

LOPES, Célia. (2003). A inserção de a gente no quadro pronominal do português. Frankfurt am Main/Madrid: Iberoamerica:Vervuert.

MARTINS, A. M. (1994). Clíticos na história do português. Tese de doutorado, Universidade de Lisboa.

MARTINS, A. M.; NUNES, J. (a sair). Passives and se constructions. In WETZELS, W. L.; MENUZZI, S.; COSTA, J. (org.). The handbook of Portuguese Linguistics. Malden: Wiley-Blackwell.

MATTOS e SILVA, R. V. (1989). Estruturas Trecentistas: Elementos para uma Gramática do Português Arcaico. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

NUNES, J. (1990). O famigerado se: uma análise sincrônica e diacrônica das construções com se apassivador e indeterminador. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas.

NUNES, J. (1991). Se apassivador e se indeterminador: o percurso diacrônico no português brasileiro. Cadernos de Estudos Lingüísticos 20, p. 33-58.

NUNES, J. (1993). Direção de cliticização, objeto nulo e pronome tônico na posição de objeto em português brasileiro. In ROBERTS, I.; KATO, M. A. (org). Português brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas: Editora da UNICAMP, p. 207-222.

NUNES, J. (1995). Ainda o famigerado se. D.E.L.T.A. 11.2, p. 201-240.

NUNES, J. (2007). Triangulismos e a sintaxe do português brasileiro. In CASTILHO, A. de; TORRES MORAIS, M. A.; LOPES, R.; CYRINO, S. (org.) Descrição, aquisição and história do português brasileiro. Campinas: Pontes/FAPESP, p. 25-34.

NUNES, J. (2011). On the diachronic reanalysis of null subjects and null objects in Brazilian Portuguese: triggers and consequences. In: RINKE, E.; KUPISCH, T. (org.). The development of grammar: language acquisition and diachronic change - in honor of Jürgen M. Meisel. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, p. 331-354.

NUNES, J. (a sair). Subespecificação de Traços-φ e Hiperalçamento em Português Brasileiro.

OMENA, N. (1978). Pronome pessoal de terceira pessoa; suas formas variantes em função acusativa. Dissertação de mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

ORMAZABAL, J.; ROMERO, J. (2013). Objec clitics, agreement and diaclectal variation. Probus 25.2, p. 301-344.

PAGOTTO, E. (1993). Clíticos, mudança e seleção natural. In ROBERTS, I. ; KATO, M. A. (org). Português brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas: Editora da UNICAMP, p. 185-203.

PERLMUTTER, D. (1971). Deep and surface structure constraints in syntax. New York: Rinehart & Winston Inc.

PIRES, A. (2006). The minimalist syntax of defective domains. Amsterdam/Philadelphia: Benjamins.

ROCCA, F. (1996). Morfemas objetivos y determinantes: los clíticos del español. Verba 23, p. 83-119.

SCHERRE, M. M. P. & NARO, A. J. (1998). Sobre a concordância de número no português falado do Brasil. In RUFFINO, G. (org.). Dialettologia, geolinguistica, sociolinguistica. Tübingen: Max Niemeyer Verlag, p. 509-523.

SPORTICHE, D. (1996). Clitic constructions. In ROORYCK, J.; ZARING, L. (org.). Phrase Structure and the Lexicon. Dordrecht: Kluwer, p. 213-276.

URIAGEREKA, J. (1988). On government. Tese de doutorado, University of Connecticut.

WILLIAMS, E. B. (1991). From Latin to Portuguese: historical phonology and morphology of the Portuguese language. Philadelphia: University of Pennsyvalnia Press, 1938. Tradução de HOUAISS, A. Do latim ao português: fonologia e morfologia históricas da língua portuguêsa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 5.a ed.

ZDROJEWSKI, P. (2008). Por quién doblan los clíticos. Dissertação de mestrado, Universidad Nacional de Comahue.

O periódico Cadernos de Estudos Linguísticos utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.