Banner Portal
Elementos discursivos da governamentalidade do corpo das populações em enunciados midiáticos sobre a AIDS, nos anos 1980
PDF (Português (Brasil))

Palabras clave

Discurso. Aids. Governamentalidade

Cómo citar

SANCHES, Hoster Older; BARBOSA, Pedro Luis Navarro. Elementos discursivos da governamentalidade do corpo das populações em enunciados midiáticos sobre a AIDS, nos anos 1980. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 57, n. 2, p. 141–156, 2015. DOI: 10.20396/cel.v57i2.8642398. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8642398. Acesso em: 10 may. 2024.

Resumen

Em 1987, o jornal Folha de S.Paulo, diário impresso de notícias, fez circular uma vasta produção discursiva cuja temática era a aids. O mês de junho desse jornal apresentou uma sequência de discursos políticos voltados ao crescimento da contaminação do vírus HIV em todo o mundo. Uma análise voltada para essa história de curta duração dá visibilidade à governamentalidade do corpo da população, tema deste artigo.  Para tanto, buscou-se, no acervo digitalizado desse periódico, o registro de discursos sobre o acontecimento da aids na segunda metade da década de 1980. A partir da constituição e da descrição desse corpus, pode-se compreender como o governo dos corpos é enunciado e como esse enunciado é materializado, em notícias e em reportagens. A fundamentação teórica do trabalho está alicerçada em pressupostos teóricos de Michel Foucault, especialmente no que tange aos estudos sobre enunciado, governo e poder. Observa-se que Estado deve saber tudo sobre as práticas dessas populações e dos indivíduos, especialmente, as inerentes à sexualidade, que se configuram como objeto, nos termos de Foucault, de um “controle-repressão”. A produção de saberes sobre a aids ocorre em meio ao exercício desse poder governamental e da resistência que a ele é feita. Nesse jogo discursivo, ressalta-se uma preocupação em conhecer o estado biológico de cada população, sendo algumas o foco de atuação do poder político, como a população homossexual e a carcerária. Observa-se que a governamentalidade do corpo do indivíduo e das populações é prioridade do Estado com a realidade da aids; em vista disso, o corpo da população de estrangeiros, de homossexuais e de prisioneiros é mantido sob o olhar clínico e político do Estado e da ciência, a fim de identificá-lo e separá-lo. O Estado, portanto, submete o corpo do portador do vírus HIV a relações de poder/saber e resistência presentes nas tramas sociais.

https://doi.org/10.20396/cel.v57i2.8642398
PDF (Português (Brasil))

Citas

DOSSE, F. A história à prova do tempo: da história em migalhas ao resgate do sentido. Trad. Ivone C. Beneditti. São Paulo: Editora da UNESP, 2001.

FERNANDES, C. A. Discurso e sujeito em Michel Foucault. Editora Intermeios. São Paulo, 2012.

FOUCAULT, M. A Arqueologia do Saber. Tradução: Luiz Felipe Baeta Neves. 8a edição. Editora: Forense Universitária. Rio de Janeiro, 1972.

FOUCAULT, M. História da sexualidade I: A vontade de saber. Tradução. Maria Tereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 21a reimpressão. Editora Graal. Rio de Janeiro, 1988.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. Trad. Adalberto de O. Souza. Série Apontamentos no 29. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 1995.

FOUCAULT, M. O Nascimento da Clínica. Tradução Roberto Machado. 5 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998.

FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito. 3a edição. Tradução: Márcio Alves da Fonseca. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo, 2010.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 25a edição. Editora Graal. São Paulo, 2012.

http://acervo.folha.com.br/fsp.

Se otorgan a la Revista CADERNOS DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS todos los derechos de autor relativos a los trabajos publicados. No se devolverán los originales. En virtud de su aparición en esta revista de acceso abierto, los artículos son de uso gratuito, con la debida atribución, en aplicaciones educativas y no comerciales.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.