Se fora de controle: sobre uma falha de Agree e suas consequências dramáticas em LF

Resumo

Inserido no quadro de uma teoria uniforme das construções com se em espanhol, proponho explicar uma restrição de controle que não tem recebido atenção na bibliografia prévia. Especificamente, sempre que uma sentença de controle de sujeito apresenta um se impessoal como controlador, a sentença infinitiva subordinada não pode conter nenhuma outra instância do clítico se, com exceção do chamado se espúrio (e.g., *Se intentó quejarse, *Se quiso criticarse, etc.). Esta restrição é originada, como será argumentado, por um problema de legibilidade em LF, por meio de uma tentativa fracassada de aplicar Agree entre PRO e o se encaixado, que, como será mostrado, atua como uma sonda para movimento-A. Se a explicação oferecida estiver correta, ela também segue uma série de conclusões teóricas que afetam diretamente a forma como devemos conceber Agree na sintaxe e os seus efeitos na interface LF. Em particular, o sistema tolera algumas falhas de Agree (Preminger 2014), desde que não afete a legibilidade na semântica. De fato, a teoria das construções com se que assumo aqui deriva a distinção entre se paradigmático e não paradigmático, como resultado de aplicações bem ou mal sucedidas de Agree, respectivamente. O limite de tolerância para aplicações ilegítimas de Agree deve ser encontrado no tipo de objeto semântico que pode ser deduzido em LF. Este limite é ilustrado com a restrição mencionada acima em contextos de controle e se impessoal que motiva o presente estudo.