Banner Portal
O locus da referância na linguística cognitiva: realismo corporificado, projeções conceptuais e o desafio da interface discurso-cognição
PDF

Palavras-chave

Referência. Filosofia. Linguística cognitiva. Estruturas conceptuais.

Como Citar

CHISHMAN, Rove; SANTOS, Aline Nardes dos. O locus da referância na linguística cognitiva: realismo corporificado, projeções conceptuais e o desafio da interface discurso-cognição. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 59, n. 1, p. 53–71, 2017. DOI: 10.20396/cel.v59i1.8648438. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8648438. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

Este ensaio objetiva mostrar como a Linguística Cognitiva tem redimensionado a discussão acerca da referência. Tal objetivo se desdobra nos seguintes: (i) situar os estudos de orientação cognitivista na discussão empreendida no âmbito da filosofia tradicional e (ii) refletir sobre a forma como as teorias cognitivistas têm lidado com o fenômeno por meio do princípio da projeção entre estruturas conceptuais estáveis ou locais/online. A partir dessas reflexões, ressalta-se que o paradigma da Linguística Cognitiva não apenas contribui para o debate filosófico acerca da referência, mas também para que se avance nas pesquisas que seguem o viés interacional-discursivo. Nesse ínterim, consideramos que a convergência entre abordagens linguístico-cognitivas e estudos discursivos é fundamental para que se se possa contemplar o caráter dinâmico e multifacetado do fenômeno da referência.
https://doi.org/10.20396/cel.v59i1.8648438
PDF

Referências

ARAÚJO, I. L. Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

CAMERON, L.; MASLEN, R. (Org.) Metaphor analysis: research practice in applied linguistics, social sciences and the humanities. London: Equinox, 2010.

CAVALCANTE, M. et al. Dimensões textuais nas perspectivas sociocognitiva e interacional. In: BENTES, A. C.; LEITE, M. Q. (Orgs.) Linguística de texto e análise da conversação: panorama de pesquisas no Brasil. São Paulo: Cortez. 2010. p. 171-224.

CAVALCANTE, M. Referenciação: sobre coisas ditas e não ditas. Fortaleza: UFC, 2011.

CHOMSKY, N. US, A Leading Terrorist State in the World: Chomsky. Mountain View: Google, 2013. (26 min 12 s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=J_YRtZZ_-7w>. Acesso em: 27 fev. 2017.

CIENKI, A. Frames, Idealized Cognitive Models, and Domains. In: GEERAERDTS, D.; CUYCKENS, H. (Orgs.) The Oxford Handbook of Cognitive Linguistics. New York: Oxford University Press. 2017. p. 48-81.

DIRVEN, A.; POLZENHAGEN, F.; WOLF, H.-G. Cognitive Linguistics, Ideology and Critical Discourse Analysis. In: GEERAERDTS, D.; CUYCKENS, H. (Orgs.) The Oxford Handbook of Cognitive Linguistics. New York: Oxford University Press. 2017, p. 1222-1240.

FAUCONNIER, G. Mental Spaces. Cambridge: MIT Press, 1985.

FAUCONNIER, G. Mappings in Thought and Language. Cambridge University Press, 1997.

FAUCONNIER, G. Mental spaces. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

FAUCONNIER, G.; TURNER, M. The Way We Think: Conceptual Blending and The Mind’s Hidden Complexities. Nova York: Basic Books, 2003.

FILLMORE, C. J. Frame semantics and the nature of language. In: Annals of the New York Academy of Sciences: Conference on the Origin and Development of Language and Speech, [S.l.], v. 280, 1976, p. 20-32.

FILLMORE, C. J. Scenes-and-frames semantics. In: ZAMPOLLI, A. (Ed.): Linguistic structures processing: fundamental studies in computer science, n. 59, North Holland Publishing. 1977. p. 55-88.

FILLMORE, C. J. Frame Semantics. In: Linguistics in the Morning Calm. Seoul, Hansinh Publishing Co., 1982.

FILLMORE, C. J. Frames and the semantics of understanding. In: Quaderni di Semantica, vol. 6, n. 2, 1985. p.222-254.

FREGE, G. On Sense and Reference. In: GEACH, P.; BLACK, M. (Eds.). Translations from the Writings of Gottlob Frege. 2ed., 56-78. Oxford: Blackwell, 1960.

HART, C. Discourse. In: DABROWSKA, E.; DIVJEK, D. (Eds.) Handbook of Cognitive Linguistics. Berlin: Mouton De Gruyter. 2015, p. 322-346.

KOCH, I. V.; MARCUSHI, L. A. Processos de referenciação na produção discursiva. DELTA, São Paulo, v. 14, número especial, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010244501998000300012&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 mar. 2017.

KOCH, I. V. A referenciação como atividade cognitivo-discursiva e interacional. Cadernos de Estudos Linguísticos, v. 41, n. 75, 2001, p. 75-89, jul.-dez. Disponível em: http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/article/view/1775. Acesso em: 09 mar. 2017.

KOCH, I. V. Linguagem e cognição: a construção e reconstrução de objetos-de-discurso. Veredas, Juiz de Fora, v. 6, n. 1, 2002, p. 29-42. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/cap022.pdf. Acesso em: 03 mar. 2017.

KOLLER, V. Cognitive Linguistics and Ideology. In: LITTLEMORE, J.; TAYLOR, J. (Orgs.) The Bloomsbury companion to Cognitive Linguistics. London/New York: Bloomsbury. 2014, p. 1-23.

LAKOFF, G. Women, Fire, and Dangerous Things. Londres: The University of Chicago, 1990.

LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Philosophy in the Flesh. New York: Basic Books, 1999.

LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metaphors we live by. London: The University of Chicago Press, 2003.

LANGACKER, R. W. Foundations of cognitive grammar: theoretical prerequisites. Stanford: Stanford University Press, 1987.

MARCONDES, D. Filosofia Analítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

MARCUSCHI, L. A. Atos de referenciação na interação face a face. Cadernos de Estudos Linguísticos, v. 41, 2001, p. 37-54.

MARCUSCHI, L. A. Atividades de referenciação, inferenciação e categorização na produção de sentido. In: FELTES, H. M. P. (Org.) Produção de sentido: estudos transdisciplinares. São Paulo: Ana Blume; Porto Alegre: Nova Prova; Caxias do Sul: EDUCS, 2003.

MINSKY, M. A framework for representing knowledge. In: Artificial Intelligence Memo, n. 306. Cambridge, MA: Massachusetts Institute of Technology, 1974.

MIRANDA, N. S. Domínios conceptuais e projeções entre domínios: uma introdução ao Modelo dos Espaços Mentais. Veredas: revista de estudos linguísticos, Juiz de Fora, v. 3, n. 1, p. 81-95, 1999.

MONDADA, L.; DUBOIS, D. Construção dos objetos e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. In CALVACANTE, M. M.; RODRIGUES, B. B.; CIULLA, A. (Org.). Referenciação. São Paulo: Contexto. 2003, p. 17-52.

MOURA, H.; VEREZA, S.; ESPÍNDOLA, L. Metáfora e contexto: entre o estável e o instável. Interdisciplinar: Edição Especial ABRALIN/SE, Itabaiana/SE, Ano VIII, v.17, 2013, jan./jun.

OAKLEY, T.; HOUGAARD, A. Mental spaces in discourse and interaction. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2008.

RODRIGUES, A. D. A partitura invisível: para uma abordagem interactiva da linguagem. Lisboa: Edições Colibri, 2001.

ROSCH, E. Natural categories. In: Cognitive Psychology, [S.l.], v. 4, n. 3, 1973, p. 328-350.

RUSSELL, B. Da denotação. (Coleção Os Pensadores, v. Russell). São Paulo: Abril, 1989 [1918].

SALOMÃO, M. M. A questão da construção de sentidos e a revisão da agenda dos estudos da linguagem. Veredas, Juiz de Fora, v. 3, n. 1, 1999, p. 61-79.

SALOMÃO, M. Razão, Realismo e Verdade: o que nos ensina o estudo sociocognitivo de referência. Caderno de Estudos Linguísticos, vol. 44, 2003, p. 71-84.

SEGUNDO, P. R. G. Convergências entre a Análise Crítica do Discurso e a Linguística Cognitiva: integração conceptual, metáfora e dinâmica de forças. Veredas, Juiz de Fora, v. 18, n. 2, 2014, p. 32-50. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2015/04/3-SEGUNDO1.pdf. Acesso em: 24 mar. 2017.

SEMINO, E. Metaphor in discourse. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.

SILVA, D. F. Pensar e argumentar: a linguagem do adolescente. São Leopoldo: Unisinos, 1998.

TANNEN, D. What’s in a Frame? Surface Evidence for Underlying Expectations. In: FREEDLE, R. (Ed.) New Directions in Discourse Processing. Norwood: Ablex, 1979.

TANNEN, D.; WALLAT, C. Interactive Frames and Knowledge Schemas in Interaction: Examples from a Medical Examination/Interview. In: Tannen, D. Framing in Discourse. New York: Oxford University Press, 1987.

VEREZA, S. O lócus da metáfora: linguagem, pensamento e discurso. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Letras e cognição n. 41, 2010, p. 199-212.

VEREZA, S. Entrelaçando frames: a construção do sentido metafórico na linguagem em uso. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 55, n. 1, jan./jun, 2013a.

VEREZA, S. “Metáfora é que nem...”: cognição e discurso na metáfora situada. Signo, Santa Cruz do Sul, v. 38, n. 65, p. 2-21, jul. dez, 2013b.

VEREZA, S. Mal comparando…: os efeitos argumentativos da metáfora e da analogia numa perspectiva cognitivo-discursiva. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 20, n. 40, p. 18-35, 2. sem., 2016.

WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. (Coleção Os Pensadores, v. Wittgenstein). São Paulo: Abril, 1980 [1953].

WITTGENSTEIN, L. Tractatus Logico-Philosophicus. São Paulo: EDUSP, 1993 [1921].

ZIEM, A. Frames of understanding in text and discourse. Amsterdam: John Benjamins, 2014.

O periódico Cadernos de Estudos Linguísticos utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.