Banner Portal
Predicados estativos e os tipos de deôntico: Ought-to-do e Ought-to-be
PDF

Palavras-chave

Modalidade deôntica. Predicados estativos. Traço [±controle].

Como Citar

RECH, Núbia Ferreira; VARASCHIN, Giuseppe. Predicados estativos e os tipos de deôntico: Ought-to-do e Ought-to-be. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 60, n. 1, p. 159–177, 2018. DOI: 10.20396/cel.v60i1.8649271. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8649271. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Neste artigo, investigamos a natureza dos estativos que formam sequência com deônticos. Nosso objetivo foi avaliar o papel que as propriedades desses predicados sob o escopo do modal desempenham na sua interpretação. Apresentamos evidências do português brasileiro e do Paresi (Brandão 2014) para a postulação de estados passíveis de controle. Essa divisão da classe dos estativos, já sinalizada por Parsons (1990) e Basso e Ilari (2004), possibilitou rastrear diferenças entre dois tipos de deônticos: ought-to-do e ought-to-be, separação assumida por Brennan (1993) e Hacquard (2006). Constatamos que os primeiros funcionam apenas com estativos controláveis, enquanto os últimos funcionam com todos os tipos de estativos; manifestam, entretanto, restrição relativa à leitura do DP. Essas evidências fornecem respaldo adicional à hipótese aventada em Rech e Giachin (2014) e Pires de Oliveira e Rech (2016), segundo a qual a definição da modalidade está atrelada às propriedades do predicado sob o escopo do modal.
https://doi.org/10.20396/cel.v60i1.8649271
PDF

Referências

Bach, Emmon. 1981. On Time, Tense, and Aspect: An Essay in English Metaphysics. In Peter Cole (ed.), Radical Pragmatic. Academic Press: New York.

Basso, Renato & Ilari, Rodolfo. 2004. Estativos e suas características. Revista brasileira de linguística aplicada, v. 4, n. 1: 15-26.

Bertinetto, Pier Marco. 1991. Il Sintagma Verbale. In: Renzi, Lorenzo & Salvi, Giampaolo (Eds.). Grande grammatica italiana di consultazione. Bologna: Il Mulino: 13-161.

Brandão, Ana Paula. 2014. A reference grammar of Paresi-Haliti (Arawak). Thesis, University of Texas at Austin.

Brennan, Virginia Mary. 1993. Root and Epistemic modal auxiliary verbs. 455fls. Ph.D. Thesis, University of Massachusetts Amherst.

Cinque, Guglielmo. 2006. Restructuring and functional heads: the cartography of syntactic structures. New York: Editora Oxford University Press.

Cinque, Guglielmo. 1999. Adverbs and Functional Heads: a cross-linguistic perspective. New York: Editora Oxford University Press.

Donnellan, Keith. 1966. Reference and definite descriptions. The philosophical review, v. 75, n. 3: 281-304.

Donohue, Mark & Wichmann, Soren (eds.). 2008. The Typology of Semantic Alignment. Oxford: Oxford University Press.

Dowty, David. 1979. Word Meaning and Montague Grammar. Dordretch: Reidel.

Feldman, Fred. 1986. Doing the Best We Can. Philosophical Studies Series in Philosophy 35. Dordrecht: Reidel.

Hacquard, Valentine. 2010. On the Event Relativity of Modal Auxiliaries. Natural Language Semantics, 18(1): 79-114.

Hacquard, Valentine. 2006. Aspects of modality. 214fls. Tese de Doutorado. Massaschusetts Institute of Technology, Cambridge.

Kenny, Anthony. 1963. Action, Emotion and Will. London: Routledge.

Kratzer, Angelika. 2012. Modals and Conditionals. NewYork: Oxford University Press.

Kratzer, Angelika. 2001. Modality. In: A. von Stechow & D. Wunderlich (eds.), Semantik: Ein internationales Handbuch zeitgenössischer Forshhung. Berlin: mouton de Gruyter: 639-650.

Kratzer, Angelika. 1981. The notional category of modality. In: EIKMEYER, H-J.; RIESER, H. Word, worlds, and contexts: new approaches to word semantics. Berlin: W. de Gruyter: 38-74.

Kripke, Saul. 1980. Naming and Necessity. Cambridge: Harvard University Press.

Parsons, Terence. 1990. Events in the Semantics of English. Cambridge: MIT Press.

Partee, Barbara. 1977. John is easy to please: In A. Zampolli (ed.) Linguistic structures processing. Amsterdam: North Holland.

Pessotto dos Santos, Ana Lúcia. 2015. Força e evidência: uma análise teórico experimental da semântica de 'pode', 'deve' e 'ter que'. 277f. Tese (Doutorado) – Curso de Linguística, Pós-graduação em Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Pires de Oliveira, Roberta & Rech, Núbia S. Ferreira. Flavors of obligation: the syntax/semantics of deontic deve in Brazilian Portuguese. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 51, n. 3: 349-357, jul.-set. 2016.

Recanati, François. 2010. Truth-conditional Pragmatics. New York: Oxford University Press.

Rech, Núbia S. Ferreira & Giachin, Amanda. 2014. As interpretações disponíveis para os modais pode e deve em construcoes com predicados adjetivais. In: Pires de Oliveira, Roberta (Org.) Revista Virtual de Estudos da Linguagem. Vol. 12, n. 8, novembro de 2014. Disponível em: http://www.revel.inf.br/pt/edicoes/?id=35.

Rothstein, Susan. 2004. Structuring Events: A Study in the Semantics of Lexical Aspect. Blackwell Publishing, Oxford.

Searle, John R. 1958. Proper Names. Mind, v. 67, n. 266: 166-173.

Sperber, Dan & Wilson, Deirdre. 2012. Meaning and Relevance. New York: Cambridge University Press.

Vendler, Zeno. 1967. Linguistics in philosophy. New York: Cornell University Press.

Yang, Heisoon. 1997. Agentivity and nonstativity in English. Language Research, v. 33, n. 4.

O periódico Cadernos de Estudos Linguísticos utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.