Resumo
Este trabalho propõe uma análise discursiva de pichações. Nosso corpus contempla pichações que tematizam o sujeito feminino e esquematizam, para esta posição, lugares a serem ocupados. Com base nos conceitos de pré-construído, interdiscurso e memória discursiva, este artigo levanta as seguintes questões: será que a pichação é, no que concerne aos significados que mobiliza, efetivamente subversiva? Seria possível haver traços de conservadorismo nessa prática? Entendemos haver um descompasso entre a prática discursiva e o conteúdo semântico mobilizado na rede parafrástica dos enunciados.
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